Review: Pledge – Haunted Visions

Por Lucas Santos

Apesar da curta história da banda, o Pledge tem se lançado aos palcos sem medo e, em menos de 2 anos viajou por todo o país e até teve a chance de tocar na Espanha. Sua performance de palco explosiva, genuína e carismática, sem medo de olhar nos olhos do público, mesclada com a destreza da banda com seus instrumentos, é o que caracteriza seus shows ao vivo, e isso fez com que a popularidade da banda só crescesse em pouco tempo.

Lucas Santos

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Gravadora: Raging Planet Records
Data de lançamento: 28/05/2021

Gênero: Post-Hardcore
País: Portugal


Nascido em 2018, Pledge é uma banda portuguesa que toca o que podemos chamar de um post-hardcore moderno, influenciado pelo que cada um dos membros traz para a mesa. A banda é composta por Hugo Martins (guitarra); Sofia Magalhães voca; Vítor Vaz (baixo); Filipe Romariz (bateria) e Vasco Reis (guitarra e sintetizadores). Eles estreiaram com o EP Resilience, que como uma boa banda de hardcore no começo da carreira, foi gravado no estilo DIY e masterizado por Chris Paccou (Napalm Death, Carcass, Brujeria).

Apesar da curta história da banda, o Pledge tem se lançado aos palcos sem medo e, em menos de 2 anos viajou por todo o país e até teve a chance de tocar na Espanha. Sua performance de palco explosiva, genuína e carismática, sem medo de olhar nos olhos do público, mesclada com a destreza da banda com seus instrumentos, é o que caracteriza seus shows ao vivo, e isso fez com que a popularidade da banda só crescesse em pouco tempo.

Em dezembro de 2019, a banda entrou em estúdio para gravar seu álbum de estreia Haunted Visions. O álbum estava inicialmente previsto para ser lançado em 2020, mas devido à grave pandemia que surpreendeu a todos, teve de ser adiado juntamente com uma série de shows confirmados. Então, agora que o mundo está gradualmente voltando ao normal, chegou a hora da Pledge finalmente lançar seu álbum de estreia. Uma mistura impressionante e potente de noise-rock, post-hardcore e metal e lama que irá agradar aos fãs de Converge, Refused, Birds in Row e At The Drive In.

Nunca estive em um show da banda, mas qualquer que seja essa energia que eles entregam ao vivo, ela foi muito bem captada em Haunted Visions. Os instrumentos são muito bem equalizados e dão espaço para a provocadora e estridente voz de Sofia dominar as ações. Faixas diretas com uma pegada mais crua são o que dominam todo o álbum, The Great In Betweeness e Yardbirds são grande exemplos, mas também há espaço com abordagem para uma sonoridade mais ambiente com o uso dos sintetizadores como em Wrong Planet Syndrome, que tem em sua introdução uma vibe mais Stranger Things.

Em boa parte do álbum senti falta de momentos mais melodicos e marcantes, as vezes, para mim, ficou difícil distinguir as 10 faixas por falta de algum ponto acentuado ou memorável, mas isso é mais uma questão de gosto pessoal. No mais, a mistura que a banda e produção trazem entre sonoridade crua, performances ferozes e sensação de estarem tocando ao vivo chama a atenção e é o ponto forte do disco.

Haunted Visions é certamente um ótimo lançamento, de uma banda que sabe muito bem botar a proposta na mesa e tirar o melhor que consegue dela. A sensação DIY e o estusiasmo entregue em cada uma das faixas, botou a banda em um lugar de destaque para mim.

Nota final: 7/10

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