Ranking: Rush

Por The Rock Life

Ranking – Guns N’ Roses

Desde o lançamento do seu álbum de estreia em março de 1974, o Rush tornou-se conhecido pelas habilidades instrumentais de seus membros, composições complexas e letras ecléticas, que abordam pesadamente a ficção-científica, fantasia e filosofia, dirigindo-se a assuntos humanitários, sociais, emocionais, e ambientais.

Do Hard Rock Zeppeliano no começo da carreira até a transformação musical rebuscada com a ajuda da entrada no baterista Neil Peart, o trio canadense é considerado um dos maiores atos que já existiram dentro do Rock, possuindo vinte e quatro certificações de ouro e quatorze de platina (três multi-platina) registrados, e sendo o terceiro colocado nas estatísticas de vendas de álbuns consecutivos de ouro ou platina por uma banda de rock, atrás apenas dos The Beatles e The Rolling Stones.

Encerrando as atividades em 2018, a banda existiu por 40 anos. Ao longo das 4 décadas foram 19 álbuns de estúdio, 8 ao vivo e pelo menos 7 copilações oficiais. Rush é unanimidade. Essa paixão pela banda nos fez escrever um pouco sobre alguma das nossas impressões desses álbuns. Algum clássicos entram em concordância absoluta, porém o gosto se difere assim como milhões de fãs que omitem opiniões na extensa discografia do Rush. Com o seu extenso registro, que vão ser rankeados em ordem pessoal pelos nossos especialistas da The Rock Life, a banda é uma das mais influentes da história, não só no Rock. Discorda? Ótimo! É pra isso que estamos aqui!

Não esquece de conferir o Rank Final no fim da matéria.


Luis Rios:

  • 1. Moving Pictures: É um dos álbuns da vida. A 1° vez que ouvi Limelight me arrepiei e senti tremores incontroláveis. É um disco feito em 1981, mas que tem o DNA nos anos 70. YYZ no Rush In Rio me fez decolar e crer que eles poderiam não ser humanos. Nada é mediano. Todo ser que se preza, tem que ouvir Tom Sawyer.
  • 2. Permanent Waves: Falamos aqui de um disco que talvez seja o mais homogêneo do Rush. Temos um show particular de Geddy Lee... Spirit Of Radio, Freewill (que solo de baixo e guitarra em sequência) e Natural Science são perfeitas e estão a frente de seu tempo. Jacob’s Ladder é um delírio. Mudança de década. 1980 e novas harmonias e teclados mais modernos. A técnica continua explícita.
  • 3. Hemispheres: Minha música do Rush está aí. La Villa Strangiatto e Neil Peart me fizeram derreter no Rush In Rio. Demonstra a capacidade de fazer um rock complexo, mas de fácil assimilação. Tem The Trees! Quer mais? A continuidade de Cygnus X-1 de A Farewell To Kings. Álbum mitológico, com sentenas de mini solos e harmonias de Alex.
  • 4. Fly By Night: Um disco que tem Anthem, By Thor… e Fly By Night, não te deixa respirar. E fechando com In The End (minha 2° predileta da banda), faz qualquer amante do rock arregalar os olhos. Sem contar Best I Can, que tem uma levada delirante. Aqui, Neil Peart surgia pro mundo e pra se transformar no maior batera de rock pra quase todos os amantes do gênero. Pra sempre, mestre!
  • 5. Rush: O sonho começou aqui. Sem Peart ainda, e com uma veia hard a lá Zeppelin. Finding My Way é um petardo! É um debut fantástico. Working Man e Here Again (o blues do Rush) são do coração! Mesmo com arranjos menos elaborados, a marca da banda aparece no vocal de Lee e no timbre único de Alex! Grandes riffs e a mostra de que eram capazes de mais. Esse disco tem alma! Amo! Ouçam concentrados Before And After, ao menos uma vez na vida…
  • 6. 2112: A canção 2112 é uma epopéia complexa, comercial e fantástica! Deu certo… ufa! A gravadora tinha dado a última chance! Um esplendor do rock! Passage To Bangkok tem um dos mais exóticos riffs da banda. A capa antológica e as músicas mais acústicas são elegantes e belas. Salvou a banda do esquecimento. Caress Of Stell quase sentenciou a morte do Rush! Melhor álbum pra muitos fãs.
  • 7. A Farewell To Kings: Xanadu com sua percussão, é paralisante. A música título é uma ode ao rock setentista. O álbum todo tem linhas de baixo antológicas. Ouvir Closer To The Heart, que estourou no Brasil, no rádio, era demais! Cygnus X-1 e sua viagem mitologico-interplanetária fecha, mas dando início a épica sequência que terminaria no álbum seguinte.
  • 8. Hold Your Fire: O álbum de maior apelo afetivo pra mim. Mission, Time Stand Still e Turn The Page são emblemáticas. Vivem na minha mente. Recentemente, consegui o vinil canadense. Sei que é um dos que a banda menos gosta. Mixagem bem mediana. Mas o momento e o mercado pediam algo pra combater o pós punk estourado. Memórias emocionantes dele… Force Ten ouvida pela 1° vez no “stereo” do meu primo “guru”! Yeah!!
  • 9. Counterparts: Aqui Alex continua sua saga de dar aula de guitarra e Peart espanca a batera sem perder a classe e a técnica mais fantástica do rock. É um desfile de canções, um pouco mais diretas. Animate me deixa em êxtase. Lee canta bem demais no álbum! Nobody’s Hero é uma prova de que se pode fazer rock enredado, difícil, mas de fácil absorção. Quanta melodia e astúcia técnica. Between Sun & Moon e Leave That Thing Alone representam essa dinâmica de composição. Fantástico disco!
  • 10. Signals: Mostram que podem fazer o que quiserem. Adicionar sinths e tecnologia, sem perder a aura mágica da banda. Mudança, mantendo um pouco do passado. Subdivisions é uma das 10+. New World Man, Digital Man e The Analog Kid, todas trazendo pitadas de Moving Pictures, mas mais carregadas nos sintetizadores. Alguns fãs ficaram apreensivos com a mudança da sonoridade, mas com o tempo, entenderam o quão excelente é o “Dálmata cheirando o hidrante“.
  • 11. Test For Echo: Maravilhoso! Comprei o CD e tive a oportunidade de apresenta-lo ao meu primo, meu “Guru Rush”, que apresentou-me a banda. Depois, ele me mostrou o VHS em que Neil Peart toca os arranjos das músicas, dando uma aula que só ele mesmo poderia. O que é Limbo e Driven? Resist é outro espetáculo! Os arranjos estão elaborados com elegância sem que o virtuosismo derrube isso. Veja em The Colour Of Right, por exemplo.
  • 12. Presto: The Pass… como descreve-la? Minha 3° música favorita e Lee a acha a melhor de todas. É uma das que a banda mais gosta de tocar ao vivo, eles tocando e eu e meu “Guru Rush” chorando. Isso é Rush! Álbum moderno e que tem uma pegada new prog mais simples, Anagram prova isso. Que piano! As guitarras de novo, são inovadoras. E o baixo? As “biscoitadas” de Geddy estão a toda! “Slap the bass, man!!
  • 13. Roll The Bones: Com os menos synths, mas muito mais visceral e melódico. Liferson humilha aqui, com arranjos inigualáveis. Ele se reinventa. Dreamline, Bravado e Ghost Of A Chance são um novo/velho Rush. Roll The Bones com um groove surpreendente, criativo demais, com linhas harmônicas novas e moderno na medida. Where’s My Thing? é um escárnio de boa.
  • 14. Caress Of Steel: Bem polêmico. É amado e odiado. Eu gosto muito, mas reconheço um exagero de requinte prog que não funcionou. Disco com passagens de beleza inegáveis. Bastille Day é sensacional, The Necromancer é ótima e The Fountain Of Lamnet” é intrigante e audaciosa… 1 lado do vinil, cheio de surpresas. Comercialmente um fracasso.
  • 15. Power Windows: Marathon é uma “coisa” que me encanta demais, os melhores synths de Geddy Lee. Que refrão! Big Money abre mostrando o que seria o álbum. Os synths estão ajustados com as timbragens de guitarra e as harmonias aqui são dignas de nota, o mais espacial e new wave. Feito por gênios. Neil é um show a parte, com seu kit eletrônico e a criatividade perdida em “Grace...” voltou forte, vide Manhattan Project!
  • 16. Snakes & Arrows: Considero uma maravilhosa modernidade antiga. Pesado e perfeitamente intrincado. Lee volta com o Mellotron aqui e algumas harmonias de guitarra são uma volta a década de 1970. Alex empunha um mandolim que abre lindamente com as três primeiras faixas. É um álbum que arremeda vários outros da banda. Há violões, momentos folk, há a espetacular instrumental The Main Monkey Business, The Way The Wind Blows, uma aula de técnica dos três. Mas sempre com melodia!
  • 17. Grace Under Pressure: Começa muito bem com Distant Early Morning, Red Sector A, que são lindos ecos do passado. A partir daí, a criatividade cai bastante e os elementos eletrônicos são demais e sem momentos mais inspirados como em outros álbuns dessa fase. Between The Wheels se destaca bastante no fechamento do disco. Mas há sim momentos de brilhantismo. Ainda são o melhor power trio do mundo, ora bolas…
  • 18. Vapor Trails: Disco que tenho pouca afinidade, mas tenho carinho, por ter assistido ao show da turnê. Um sonho! Rush In Rio! O peso de algumas canções é surpreendente e positivamente ousado. One Little Victory tem pegada! Earthshine é um petardo! O baixo de Lee está explosivo no álbum. Neil estava voltando de sua “estrada da cura”. A ótima Ghost Rider aludiu sobre seu drama pessoal.
  • 19. Clockwork Angels: Considero um disco subestimado, apesar de estar na minha última posição. Há passagens poderosas de cair o queixo. Um hard pesado com uma mística diferente. Acho que fecha a discografia trazendo um moderno e misterioso clima. Faixa título hipnotizante. The Garden é uma maravilha! No trágico dia que em soubemos da passagem de Neil para o outro plano, ficou a saudade do trio, com esse suspiro de beleza sonora. Já é um clássico, 9 anos depois… O mais subestimado dos guitarristas, deixa aqui um de seus melhores trabalhos da vida.

Carta aberta ao primo Mário, meu “Rush Guru”. 

Falando de música e sobre nossos ídolos, sempre teremos nossas bandas preferidas e principalmente aqueles artistas que mexem conosco de uma forma inexplicável. Só nós entendemos como… Eu tenho os meus e vocês os seus, mas tudo teve um ponta à pé inicial e isso muitas vezes foi porque alguém te iniciou, te ajudou a entender e a encontrar seu caminho nesse mundo tão encantador e felizmente, sem volta. Você primo, tem o mérito de ter me pego pelo braço e me direcionado. Em seu quarto, no seu micro system Aiko, através das suas fitas cassetes gravadas, pude ter o privilégio de conhecer o mundo das grandes bandas. De fato ali, nos idos da década de 1980, o mundo se descortinou pra mim. Te devo essa… e abro aspas pra você agora, fã incondicional do Rush!!! – Luis Fernando Rios


Mário Luiz:

  • 1. Moving Pictures: foi o meu primeiro. É um dos mais impressionantes que ouvi na adolescência. Foi o disco que me despertou pro que faziam os “power trios”. Transcende a obra da banda. Red Barchetta, Limelight, The Camera Eye dispensam comentários.
  • 2. Hemispheres: antológico! Duas músicas que tenho carinho especial. The Trees e La Villa Strangiato. Disco maravilhoso.
  • 3. A Farewell To Kings: Xanadu dispensa comentários. Álbum épico! Começam aqui a ficar mais complexos. Peart com seus “bells“, Lifeson e Lee com suas pedaleiras cada vez mais ricas. Closer To The Heart e a música título são espetaculares.
  • 4. Fly By Night: um disco que tem Anthem, By Thor… e Fly By Night (predileta), pode ser chamado de obra prima. Delimitou o espaço da banda no cenário.
  • 5. Permanent Waves: gravação diferente, crua. Talvez um pouco pobre na mixagem. Isso não diminui em nada um disco que é um capítulo à parte por conta de ter Spirit Of Radio e Freewill e outras lendárias músicas.
  • 6. 2112: a canção 2112 é espetacular! Dá ao disco o status que ele possui. Gosto demais de Passage To Bangkok.
  • 7. Signals: no disco do Dálmata, começam a ficar mais modernos, sem perder a genialidade. Sintetizadores e guitarra mais eletrônica. Marca a mudança na sonoridade. Subdivisions é uma das melhores do Rush. New World Man” tem a capacidade de mesclar ska, numa batida antológica. Peart na quebradeira, destroçando tudo! O que esse homem fazia…
  • 8. Roll The Bones: fantástico. Marca um retorno as origens pra mim. Destaco Dreamline, Bravado e Roll The Bones. Além da guitarra sensacional de Alex.
  • 9. Test For Echo: maravilhoso. Lembro que meu primo Luis Rios comprou o CD e me chamou pra ouvirmos juntos. A memória afetiva é muito forte. Peart com uma pegada diferente e melhor ainda… como é possível isso? Depois ele perdeu filha e esposa estupidamente. O período sabático do Rush começou depois disso.
  • 10. Presto: me lembro do show no Morumbi-SP. Quando eles começaram a tocar The Pass, chorei como uma criança! Disco espetacular! Os membros tem essa música dentre as melhores que fizeram… amam tocá-la ao vivo. Não preciso dizer mais nada.
  • 11. Hold Your Fire
  • 12. Grace Under Pressure
  • 13. Power Windows
  • 14. Counterparts
  • 15. Vapor Trails
  • 16. Clockwork Angels
  • 17. Snakes And Arrows
  • 18. Caress Of Steel
  • 19. Rush

Estes outros 9 discos que completam minha lista de preferência, são maravilhosos também. Mas os 10 primeiros são aqueles que mexem diferentemente comigo. Abro um parêntese pra fase mais espacial/sintetizada/eletrônica da banda, que começou a meu ver no Grace Under Pressure e que foi até o Hold Your Fire. Todos tem músicas fantásticas que adoro, mas como um “Rush fan”, a fase que vai até o Moving Pictures é a que realmente me atraiu mais. Mas adoro a fase que vai do Presto até o Vapor Trails também, e que pra mim, resgata bem as raízes da banda.

É muito legal falar da minha banda predileta e lembrar passagens incríveis, inclusive as que tive com meu primo Luis Rios. Com o Hold Your Fire por exemplo, foi interessante, porque este disco que eu mostrei pra ele pela 1°vez, sei que o marcou profundamente e lá na frente, quando ele fez a mesma coisa comigo, com o Test For Echo (disco do meu coração), isso me deixou uma marca indelével.

Ainda destacando coisas sobre os discos que ficaram em 11°pra baixo, tenho que dizer que quase não ouço Carress Of Steel e o primeirão, o de 1974, Rush. Os dois últimos também passaram um pouco batidos por mim. Ressalto ainda, o Counterparts que tem músicas fantásticas como a incrível Cold Fire! É isso… deixo pra vocês um trecho de Fly By Night, que expressa meu sentimento por essa banda…

“A Lua sobe, olhos pensativos/Me encarando de volta da janela ao lado/Sem medo ou arrependimento/Deixando para trás este sentimento vazio por dentro/Voar pela noite, para longe daqui/ Mudar minha vida de novo/Voar pela noite, adeus minha querida/Meu navio não está vindo e eu não posso fingir.”

Fly By Night – Rush

Roani Rock:

  1. Moving Pictures: Esse disco é uma obra prima, fico até emocionado e arrepiado ao falar sobre, pra mim é incomparável e o mais revolucionário da discografia. Consolidou o que viria a ser o som do Rush dali em diante e foi o álbum determinante para coloca-los no panteão do Rock, foi o abraço apertado ao rádio e o cenário pop das faixas de 4 minutos no máximo. Mesmo se Tom Sawyer não estivesse no álbum ele ainda seria o maior de todos, falo com tranquilidade. Não a toa Moving Pictures se tornou o álbum mais vendido da banda nos Estados Unidos, alcançando a 3 ª posição nas paradas da Billboard. Mais uma vez temos o fundamental lado compositor de Peart, em Red Barchetta ele se inspirada no conto A Nice Morning Drive, de Richard S. Foste. Já para Limerlight, a melhor música do Rush da história, ele faz algo autobiográfico que em suas estrofes conversa com a faixa seguinte The Camera Eye, é genial. YYZ, uma das maiores obras instrumentais da banda, também impressiona.
  2. Permanent Waves: Chegamos aos anos 80 e no início da fase mais especial do Rush em minha opinião. Mostrando toda sua versatilidade ao ouvir o riff de The Spirit Of The Radio você sabe que tem algo vibrante e diferenciado ecoando em seus ouvidos. Neil Peart e companhia estavam atentos e amadurecidos o suficiente para perceber as novas tendências e entraram mais uma vez de cabeça, tendo agora mais participação de Geddy Lee nos teclados. Certamente o álbum serviu como se fosse a porta de entrada para o que estava por vir. Além da faixa de abertura temos aqui Freewil, Entre Nous e Different Strings, faixas correntemente usadas no setlist da banda ao passar dos anos.
  3. Rush 1974: Olhando para toda discografia da banda chega a ser inacreditável o som tirado pelo Rush em seu disco de estreia, seja por eles estarem com apenas 18 anos de idade(quando começaram a tocar tinham 15), bem crus e em processo de amadurecimento ou por simplesmente por emularem um som pesado gravado em oito canais com a voz de Geddy Lee bem recheada de drive. É um álbum de riffs, com uma forte presença de Alex Lifeson. Quem escuta esse disco não o credita como sendo do b, isso já é uma prova de que a chegada de Neil Peart foi fundamental para a banda não ficar restrita e datada, numa época onde fazer hard rock era uma obviedade e estourar com esse som fora de seu país seria mais sorte que eficiência. Destaque para as faixas Fiding My Way, Need Some Love, In The Mood e principalmente a conceituada Working Man.
  4. 2112: Se duas músicas que passavam de 10 minutos vindas em sequência incomodaram muita gente no disco Caress Of Steel, imagina que em 2112 o Rush decidiu abrir o disco com um tema que facilmente nos remeteria a um épico grego de Homero contabilizando 20 minutos, dividida em sete seções. Mostrando o quanto os caras eram eficientes, precisos e como não aceitavam pressão, começar com esta música foi uma crítica à gravadora que estava contra essa onda por não ser vendável o direcionamento progressivo que a banda vinha tomando. Esse disco é baseado no livro Anphan da Ayn Rand, para muitos, é um dos melhores discos da banda e vendeu bastante. As músicas de maior destaque são A Passage To Bangkok uma faixa sobre maconha, composta de uma forma muito eloquente o que torna tudo muito hilário já que eles eram “caretas”.
  5. Caress Of Steel: É de 1975, mesmo ano de Fly By Night. Sinceramente, acho melhor estruturado que o Fly By Night, sem o teor pop e agora, começando a explorar os conceitos progressivos, vindo por parte da inspiração no Pink Floyd e Yes. The Necromancer e The Fountain Of Lamneth são musicas que passam dos 10 minutos, um projeto audacioso para a banda até porque essas duas canções prolongadas vinham de forma consecutiva, junto a uma dependência mais pesada da atmosfera e da narrativa. Teve excessos, mas nem toda obra de arte é compreendida. Foi um grande passo para eles, fato reconhecido até por Peart que se tornou oficialmente o letrista da banda compondo a maioria das músicas desse álbum e dos seguintes a serem conduzidas pela forte presença da bateria.
  6. Fly By Night: Esse álbum começa bem agressivo com a faixa Anthem e algo audivelmente diferenciado, era Neil Peart, o novo batera da banda demonstrando técnica e vigor. Ainda em um conceito mais próximo do hard rock. O power trio apresenta aqui uma qualidade maior, a chegada de Peart meio que potencializou as individualidades de Lifeson e Lee. Mas é interessante ver o perfil pop da faixa título que tem um baixo pulsante frente a tantas pedradas de guitarra. Até mesmo Making Memories que é uma faixa acústica é bem densa se comparada com o maior hit do álbum. As duas faixas finais destoam um pouco da pegada do álbum até a Fly By Night, por serem baladas e na medida do possível calmas.
  7. A Farewell To Kings: O Rush foi até ao país de Gales e inspirados no Van Der Graaf Generator e King Kimson, eles expandiram o número de instrumentos, A Farewell to Kings é um trabalho impressionante que assim como a banda mostrou que algo ali estava muito diferente, é o disco mais experimental da banda. A incrível Xanadu dispensa comentários e mostra todo o dinamismo da banda, principalmente com a inclusão dos novos apetrechos de Peart como sinos e outras coisinhas. Nesse álbum também se encontra uma das baladas mais queridas da banda: Close To The Heart.
  8. Hemispheres: A capa do Hemispheres se faz maior do que as canções do álbum. Eles ficaram um bom tempo nessa fase progressiva e, na medida em que os gostos e as tendências iam evoluindo, esse tipo de som estava começando “a dar no saco”. Particularmente é o que menos me agrada dessa linha, um álbum muito mais exagerado, a faixa Cygnus X-1 Book II: Hemispheres possui 18 minutos, ouvindo toda discografia numa tacada só incomoda músicas tão longas. Entretanto, esse disco tem a maravilhosa The Trees que faz uma metáfora com árvores para falar sobre o racismo, e também tem La Villa Strangiatto que dispensa comentários, é uma música e tanto, uma das melhores da banda.
  9. Clockwork Angels Enfim o último álbum lançado pela banda, pra mim é a banda unindo toda a sonoridade do que já fez de melhor. Para muitas pessoas entra na fila dos melhores discos da banda provavelmente pelo conceito de contar uma história, dá pra forçar e dizer que essa é a primeira ópera rock do Rush. Talvez por essa questão e ser o último da banda ganhe um status superestimado, mas eu faço parte do time que o valoriza. Talvez esse seja o disco mais pesado do Rush, mais pesado do que o primeirão até, porque há um ar agressivo em sua primeira parte que arrepia de imediato na canção Caravan. BU2B é uma faixa muito viajante, Clockwork Angels traz aquela fórmula incansável do Rush de fazer os clímax, melodias que trafegam em atmosferas mais leves para mais pesadas dentro da mesma canção, o refrão é muito bom também, diria épico. Na The Anarchist acontece o mesmo, uma letra pesada numa melodia consistente. Halo Effect, Seven Cities Of Gold, The Wreckers, Hewadlong Flight, Wish Them Well e The Garden, que são todas as outras canções presentes no álbum, são todas bem grandiosas. Por sinal, a última canção gravada pelos três juntos se chamar The Garden é bem pontual, fazendo uma analogia com o Rush sendo um jardim, Neil Peart, Geddy Lee e Alex Lifeson semearam muita coisa boa durante os anos e é uma pena o gostinho de “quero mais” que Clockwork Angels deixa no final e saber que não teremos essa porção a mais do grandioso Rush.
  10. Vapor Trails: O tempo que tiraram de férias foi positivo, Vapor Trails faz a banda voltar com os dois pés arrombando a porta. Ele entra fácil no meu top 10, Geddy Lee voltando a cantar mais forte e eles parecem estar com tesão ao tocar as músicas, coisa que desde o segundo semestre dos anos oitenta não se nota. É um disco bem coeso com todas as canções se relacionando. O disco aboliu os teclados e depois das tragédias pessoais do baterista Neil Peart (a morte de sua filha Selena em 1997 e sua esposa Jackie em 1998) a volta ao mundo em sua mota que inspirou as canções fez seu lançamento ser muito celebrado. A faixa título é grandiosa, tanto quanto a faixa de abertura One Little Victory. Secret Touch é uma faixa desafiadora, o que eles fazem nessa música é inqualificável. Outras que gosto muito são a autobiográfica Ghost Rider, Sweet Miracle, Freeze Par IV of “Fear”.
  11. Snakes e Arrows: Este sinceramente fica meio perdido, segue com o peso e qualidade de Vapor Trails, mas parece só ser uma sequência. Ao menos, parece mais leve, apesar de menos criativo. Eles o gravaram com um com a volta da boa exploração de melodias, excelentes vocais de Geddy Lee. Certamente é melhor que tudo lançado nos anos 80 pós Moving Pictures e os bons e razoáveis dos anos 90. A primeira parte dos disco conquista o ouvinte fácil: Far Cry, Armor nd Sword e depois vem  três números instrumentais (The Main Monkey Business, Hope e Malignant Narcisism) maior quantidade de faixas do tipo dentre qualquer álbum da banda. Faithless, pra mim, é canção que se sobressai.
  12. Signals: Neste álbum da pra dizer que a banda se tornou idiossincrática, aquela banda que tem suas características tão evidentes que na primeira nota já dá pra saber do que se trata. A faixa Subdivision é um real clássico e fez ainda mais notória a influência new wave no som com a presença forte dos sintetizadores de Geddy Lee. Aqui a banda já não passava dos 6 minutos nas faixas para muitos é quando a banda começa a descer a ladeira. Na The Analog Kid também tem o teor épico de tantas obras anteriores da banda, um belo destaque para a parte instrumental. Destaques também para o baixo de Digital Man.
  13. Counterparts: Já me soa mais agradável, mais forte e facilmente um dos melhores deles gravados na década de 90! Com um Alex Lifeson abusando da distorção, um caráter mais Hard Rock como o do início da banda. Nobody’s Hero é uma das obras primas de toda a discografia do Rush, uma linda balada. Between Sun & Moon é outra pedrada. Outras músicas a que tenho muito apreço é The Speed Of Love e Everyday Glory, que me fazem pensar até no U2 em termos de sonoridade.
  14. Test For Echo: Da pra dizer que o Rush a partir desse momento ficou mais na visão estética de Alex Lifeson. O álbum é de 1996 e tem músicas muito mais pesadas e com letras mais simples como ocorrem em Half The World Days e The Color of Right. Há dois destaques aqui, Driven que se tornou uma vitrine de baixo para Geddy Lee durante as apresentações ao vivo e Resist moldada em formato acústico para as apresentações ao vivo. É também o último álbum do Rush co-produzido por Peter Collins e o que fez eles entrarem em hiato, até porque já não estava muito bom o clima entre os músicos. Gosto bastante do pseudo blues Time and Motion, Totem, Dog Years e a já citada Resist.
  15. Roll The Bones: Para satisfação de Alex Lifeson, voltamos a ter um álbum de guitarra! Dreamline, Bravado, Face Up, Where’s My Thing, Ghost Of a Chance e principalmente Neurotica estão ai para confirmar, trazendo segurança para um disco mediano que ainda tem as excentricidades de Lee com os teclados.
  16. Grace Under Pressure: Aqui temos músicas da vez mais eletrônicas, com pouco do DNA do Rush, não é uma das obras que gosto. Afterimage é uma porrada interessante, mas o resto recebe uma forte influência do reggae e do The Police, acho que não combina tanto com eles. Kid Gloves é outra faixa interessante, apesar de a melodia ser datada. Red Sector A foi o grande hit entrando para o set da banda nos shows, ao vivo soa melhor.
  17. Presto: Apesar de esse álbum parecer mal gravado, com certa estridência na batera, através dele temos a volta das canções mais trabalhados no formato power trio tradicional da banda de baixo, guitarra e bateria, algo muito mais aprazível aos ouvidos mesmo ainda tendo os teclados pra fazer os climax. Show Don’t Tell, The Pass são algumas músicas salváveis. Ainda bem que ele acaba com os anos 80 da banda.
  18. Power Windows: Algo de errado não está certo, gosto de definir esse disco assim. O Rush é uma banda competente, esse disco reflete o quanto eles sabem produzir sons tecnicamente impecáveis, mas eles já estavam no piloto automático compondo muitas músicas parecidas apesar de diferentes. Os anos oitenta não fizeram tão bem para eles, Manhattan Project me deixa um pouco triste de pensar no Rush como uma banda de AOR.
  19. Hold Your Fire: As faixas de abertura dos álbuns do Rush são sempre muito poderosas, Force Ten tem esse poder de impressionar na primeira escutada, mas como já foi dito durante esse ranking, o álbum vai na mesma linha de todos os discos anteriores dessa época, o que termina cansativo. Muita presença eletrônica, poucas linhas de baixo, pouca presença de guitarra e até poucas viradas de batera. Cada vez mais pop, cada vez mais entediantes.

RANKING FINAL

  1. Moving Pictures
  2. Permanent Waves
  3. Hemispheres
  4. 212
  5. Fly By Night
  6. A Farewell To Kings
  7. Rush
  8. Signals
  9. Presto
  10. Counterparts
  11. Test For Echo
  12. Roll The Bones
  13. Caress Of Steel
  14. Snake And Arrows
  15. Power Windows
  16. Grace Under Pressure
  17. Clockwork Angels
  18. Vapor Trails
  19. Hold Your Fire

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