Por John Doliver (Debaixo do Chão)
Já podemos notar que a banda visou bastante na produção comparado aos dois discos anteriores, aqui as guitarras são mais altas e pesadas e os sons em geral bem claros. Porém, deram o famoso passo para frente e outro para trás, nada aqui é ruim.
John Doliver
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Gravadora: Metal Blade Records
Data de lançamento: 29/01/2021

Gênero: Metal Gótico
País: Suécia
Pra não perder meu costume de falar sobre obras de arte, vou começar pela capa. Eu gostei, eu sou uma cara que tendo a gostar mais de capas que usam moldura, esteticamente é bonito, mas a capa em sim tirando as fontes e a “persona” central, dão um ar de anos 70 ou Hard Rock, transmitindo bem que o disco será gótico e digamos “de classe”, sabe? O personagem central é uma estatua meio desiludida que convenhamos, é garantia para uma capa de gótico dar certo. Só achei que faltou algumas coisas escritas na base ou no espiral atrás. Qualquer coisa em latim que eu não entenda, tanto faz, mas só pra preencher,.
Tribulation é banda da Suécia, lar de grupos que definharam o som sujo e podre do que eu chamo de “raw death metal” como Entombed, Grave, Dismember e etc, e claro, grupos de Death Metal Melódico como At The Gates, Arch Enemy e Amon Amarth. A banda hoje em dia é conhecido pelo seu Metal Gótico característico que remete um pouquinho ao Black Metal, como nos vocais e até nas temáticas. No começo, eles eram uma banda de Death Metal extrema, eu me impressionei quando fui escutar os antigos álbuns da banda, exemplificando a mudança. A partir de 2015 eles mudaram drasticamente seu som no mais fraquinho The Children of the Night, e na sequência, com o ótimo Down Below (2018), eles foram mostrando mais do seu estilo, em um som bem mais memorável e agradável.

Já podemos notar que a banda visou bastante na produção comparado aos dois discos anteriores, aqui as guitarras são mais altas e pesadas e os sons em geral bem claros. Porém, deram o famoso passo para frente e outro para trás, nada aqui é ruim. Esses 3 álbuns basicamente não trazem algo de novo, tirando essas melhorias e evolução de qualidade, porém parecem os mesmos álbuns góticos, sombrios e acessiveis, só que com produções diferentes. O máximo de diferente que ouvi no disco foi o peso das guitarras.
Tem alguns momentos que o som é bem palhetado, Heavy, como nas músicas Daughter of the Djin e Funeral Pyre, mas ainda sim sinto a banda num rumo meio AC/DC. Não sou a pessoa que costuma reparar nisso, por gostar de tocar baixo, mas os solos de guitarra são com certeza a melhor coisa de todo o disco. As canções podem ser memoráveis, mas os solos, dá vontade de fazer air guitar. Também gostei do refrão de Leviathans, aquela música pra cantar junto.
Comparado com Down Below (2018), achei o disco menos memorável, mas as músicas que ficaram mais na minha cabeça foram as músicas mais diferentes e com coisas novas. Mas tá longe de ser ruim. Inclusive superou muito o The Children Of The Night (2015).
Where the Gloom Becomes Sound é um bom disco do Tribulation, pra quem nunca ouviu a banda com certeza não vai se decepcionar, e vai achar o som bem único, porque realmente é. Lembra um pouco a fase gótica do Rotting Christ misturado com Pasage do Samael, mas ainda sim soa como um som gótico de classe, apesar de pesado. Se você assim como eu já conhece a banda seja desde 2015 ou 2018, talvez você possa se decepcionar um pouco, mas tem canções boas aqui, a vibe continua aquela mesma bonita que combina com o jogo Bloodborne. É um bom disco com sonoridade e perfomaces ótimas, mas se a banda quer canções presas na sua cabeça e fazer você cantarolar é melhor eles começarem a tentar expandir mais o som deles.
Nota final: 8/10