Por Lucas Santos
Com os três novos membros aparentemente contribuindo mais do que seus antecessores em termos de riffs e sessões rítmicas, a banda também superou as restrições de bloqueio durante o pico da quarentena para gravar o disco em um estúdio socialmente distanciado em Cardiff, resultando no que é até o momento, o melhor trabalho do grupo já registrado.
Lucas Santos
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Gravadora: Frontiers Records
Data de lançamento: 12/02/2021

Gênero: Hard Rock
País: Inglaterra
Desde o seu debut auto intulado de 2016, o Inglorious vem fazendo uma fumaça considerável na cena de Hard Rock inglesa. Mas foi com o seu terceiro álbum de estúdio, o tão aclamado Ride To Nowhere (2019) que o quinteto londrino alcançou patamares inatingíveis anteriormente. Alguns acontecimentos no ano passado fizeram com que 3 integrantes deixassem a banda, fazendo com que, somando aos episódios do difícil ano de 2020, We Will Ride se tornasse o álbum mais difícil porém mais aguardado deles até o momento.
O quarto trabalho de estúdio do Inglorious será o primeiro lançamento a apresentar os novos membros; os guitarristas Danny Dela Cruz e Dan Stevens e o baixista Vinnie Colla, que se juntam ao vocalista Nathan James e ao baterista Phil Beaver. Com os três novos membros aparentemente contribuindo mais do que seus antecessores em termos de riffs e sessões rítmicas, a banda também superou as restrições de bloqueio durante o pico da quarentena para gravar o disco em um estúdio socialmente distanciado em Cardiff, resultando no que é até o momento, o melhor trabalho do grupo já registrado.

A primeira faixa e o primeiro single a ser lançado, She Won’t Let You Go não faz rodeios, é uma abertura primorosa e muito bem escolhida, com um riff direto ao ponto, ganchos saborosos e o vocal poderoso, mas melódico, de James. Messias mantém o ritmo com a intensa entrega lírica do vocalista, e uma presença de guitarra mais pesada que, quando desencadeada antes do refrão, entrega pura classe. A faixa Medusa assume uma estética sulista profunda, com uma guitarra slide misturado e com refrões exuberantes. Podemos perceber uma gama musical e criativa dos integrantes que empolga bastante.
My Misery explora um lado mais épico, com teclados e riffs grandiosos, juntos de uma entrega mais passional e tons soturnos de James. Por ter um vocalista com as impressionantes habilidades vocais de Nathan, sempre tive a sensação nos trabalhos anteriores de que a música girasse especialmente em torno da voz do cantor. Em We Will Ride as coisas sao diferentes, aqui é aonde a banda mais funciona como uma união em que cada componente, original ou novo, faz parte de um todo e sua percepção é igualmente valiosa. He Will Provide apresenta uma música surpreendente que engloba algumas das melhores passagens musicais do álbum. Com sua atmosfera sombria, bem como riffs ferozes e batidas de bateria ousadas no comando de Phil Beaver, essa é uma faixa mais assustadora e que mostra a banda balançando de forma em conjunto..
Ao longo dos seus 44 minutos, We Will Ride é uma audição prazerosa, empolgante e cativante. Mesmo as faixas menos energéticas como We Will Meet Again e Eye Of Storm trazem elementos à mesa que impressionam. Seja na produção, nas performances vocais de Nathan ou nas performances musicais da banda em si, esse é um álbum de Hard Rock de verdade, de uma banda de Hard Rock de verdade. Uma afirmação sem questionamentos.
A audição de We Will Ride te faz assinar embaixo aonde muitas pessoas consideram o Inglorious como a banda que é a frente do renascimento do Rock N’ Roll. Mas antes de pensar que o eles vão salvar o Rock, temos que apreciar o seu próprio DNA, seu próprio som e a ambição de abrir seu caminho. Antes se apoiando muito na voz poderossísima de Nathan James, mas agora soando como uma banda, jovem, com energia, vontade e aspiração, que segue em direção à um brilhante futuro.
Nota final: 9/10
2 comentários sobre “Review: Inglorious – We Will Ride”