Por Lucas Santos
Com o lançamento de Too Mean To Die, seu décimo sexto álbum de estúdio, a banda entrega algo que ainda tem a fome e a atitude que sempre demonstraram, mostrando que a idade não os suavizou em nada. Esse é o registro com a cara do Accept, que mistura o velho e o moderno, aprende com os escorregões de The Rise Of Chaos (2017) e não tem medo de entregar o “mais do mesmo” que todo mundo espera. Graças ao Deus metal!!!
Lucas Santos
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Gravadora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 29/01/2021

Gênero: Heavy Metal
País: Alemanha
Ainda me lembro de quando botei Blood Of Nations para tocar pela primeira vez, lá em 2010. Era o primeiro álbum que o Accept, lendária banda alemã, lançava com o então novo vocalista Mark Tornillo. O cantor americano vinha com a árdua missão de substituir o célebre Udo Dirkschneider, um dos maiores nomes de sua geração e uma das lendas do Heavy Metal. Não só Tornillo foi mestre em substituir Udo, como para muitos, e para mim também, está fazendo parte da melhor fase da banda. O Accept sempre foi um dos líderes em levar o metal para frente, essa sempre foi a sua missão, e agora o faz tão impressionante quando se formou há 45 anos atrás.
Com o lançamento de Too Mean To Die, seu décimo sexto álbum de estúdio, a banda entrega algo que ainda tem a fome e a atitude que sempre demonstraram, mostrando que a idade não os suavizou em nada. Esse é o registro com a cara do Accept, que mistura o velho e o moderno, aprende com os escorregões de The Rise Of Chaos (2017) e não tem medo de entregar o “mais do mesmo” que todo mundo espera. Graças ao Deus Metal!!!
A abertura Zombie Apocalypse mistura elementos tradicionais da marca da banda, com flashes de Priest e adiciona um pouco da loucura sombria de Alice Cooper e Rob Zombie à fórmula, em grande parte por ter sua letra com uma crítica social bem forte. Algo que tem sido seu estilo ao longo dos anos. O ritmo mais direto continua com a faixa título Too Mean To Die, que segue o mesmo caminho de cabeça para baixo. A pulsação, felizmente, não diminui.
É fato que o Accept também tem esse lado relaxado e alegre que mergulha mais no território do Hard Rock, a banda constantemente flerta com esse som mais desleixado e Overnight Sensation preenche esse espaço aqui. É uma música divertida e cativante que sai do espectro do metal por um tempo, coloca um sorriso em nossos rostos e nos faz pular e bater a cabeça. As coisas voltam ao normal depois. Se você quiser mais sucessos clássicos de heavy metal, há muito por onde escolher: No Ones Master e Not My Problem são exemplos perfeitos disso, entrando neste clima edificante com riffs rápidos e agressivos. A energia e juventude dessas canções me faz pensar como uma banda de 40 anos pode soar assim. Ou como um cara que tem 66 anos pode cantar assim?!!
Se você quiser músicas mais obscuras, mid-tempo com refrões épicos, escute o primeiro single The Undertaker, uma música que pode começar um pouco desanimadora na primeira audição, mas cresce com o tempo. Outros destaques incluem a power-ballad The Best is Yet To Come, uma saída potente com uma mensagem forte e uma performance para todas as idades, cheia de emoção. É aquele que te atinge na cara, permanecendo otimista para o que quer que seja que o futuro reserva ( qualquer melhor de 2020 já seja um bônus gigante).

O amor e admiração do guitarrista Wolf Hoffmann pela música clássica não é segredo para os fãs. Além de ter lançado um álbum ao vivo em 2017 chamado Symphonic Terror, que conta com a participação de uma orquestra, gravado ao vivo em uma apresentação no Wacken Festival, ele sempre encaixou algumas partes de sinfonias famosa em seus solos, – Obrigado Wolf por me ajudar a espalhar minha teoria de que música clássica e Heavy Metal só estão divididos por uma guitarra distorcida e mais ou menos 200 anos de história.- É natural que haja alguma influência a ser levada em consideração no álbum, especialmente em uma faixa tão incrível como Symphony of Pain. Este é um hino poderoso e acelerado com pequenas referências à mundialmente famosa Ode to Joy e até mesmo à monstruosa 5ª Sinfonia de Beethoven.
Aliado a produção magnífica, me deparo com uma maneira épica e emocionante de começar o novo ano. O Accept faz um monstro gigante, do mesmo tamanho da cobra em sua capa. A chama está tão forte e brilhante como sempre. Too Mean To Die certamente não tem o mesmo impacto que um Blood Of Nations ou Stalingrad, mas mantém a gradiosa “segunda fase” dos alemães ainda muito relevante no começo da nova década. Do início ao fim, isso é tudo e mais um pouco do que queremos ouvir. Hail!!
Nota final: 8,5/10
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