Por Lucas Santos
Lançado inexperadamente, com um aviso nas redes sociais feito 48 horas antes da data (13/01/2020), An Unexpected Reality é o trabalho mais arrojado do Gatecreeper até hoje, com apenas 17 minutos e oito faixas no total. O álbum foi construído em torno de um lançamento de vinil tradicional, já que é estilisticamente dividido em duas metades – o Lado A é rotulado como “Fast Side” e o Lado B é contrastantemente rotulado como “Slow Side”.
Lucas Santos
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Gravadora: Closed Casket Activities
Data de lançamento: 13/01/2020

Gênero: Death Metal
País: Estados Unidos
Seja mencionando no Instagram ou quando revisamos o seu último álbum de estúdio Deserted, eu não me canso de mostrar admiração e excitação por um dos melhores atos que surgiram dentro do Death Metal nos últimos 5 anos, o Gatecreeper. Desde o seu debut Sonoran Of Depravation (2016) e o aperfeiçoamento por uma abordagem mais “acessível” para “os não fãs de Death Metal“, com estruturas mais lineares e pegajosas, em Deserted (2019), a banda do Arizona rapidamente se tornou uma das bandas mais essenciais no estilo na última metade da década.
Lançado inexperadamente, com um aviso nas redes sociais feito 48 horas antes da data (13/01/2020), An Unexpected Reality é o trabalho mais arrojado do Gatecreeper até hoje, com apenas 17 minutos e oito faixas no total. O álbum foi construído em torno de um lançamento de vinil tradicional, já que é estilisticamente dividido em duas metades – o Lado A é rotulado como “Fast Side” e o Lado B é contrastantemente rotulado como “Slow Side”. Cada lado mostra a afinidade da banda por subgêneros que, de outra forma, estão ausentes em seus discos anteriores. Especificamente com o Lado A, a banda leva você através de uma enxurrada de faixas baseadas em punk, Hardcore e Grind, enquanto, é claro, mantém sua estética, muito dominante por sinal, de Death Metal. O lado B, por outro lado, é uma história diferente, pois é uma única faixa de 11 minutos com elementos de Doom e Gloom Metal.

Em um comunicado à imprensa, o vocalista Chase Mason disse que o formato do álbum foi amplamente inspirado no álbum de 1984 do Black Flag, My War – um álbum que polarizou muitos fãs na época por seus contrastes estilísticos entre os lados A e B.
“Quando eu estava realmente entrando no Sludge e Stoner Metal como os Melvins e Eyehategod, eles sempre referiam o lado B de My War. Ouvir bandas falar não apenas sobre um álbum, mas sobre um lado específico de um álbum, eu achei muito legal e isso sempre ficou comigo.”
Chase Mason
Outro ponto interessante de ser citado é que o conceito por trás dessa lançamento, Mason também citou as redes sociais e como a atenção e foco das pessoas vem diminuindo gradativamente. “Acho que o ambiente da mídia social acabou de fritando nossos períodos de atenção. Tentar prender a atenção de alguém por dois ou três meses com o lançamento de um álbum típico não parece viável com tudo o que está acontecendo atualmente no mundo.”, completou o vocalista.
Falando do disco em si, temos sim dois lados completamente diferentes. O Lado A não passa de 8 minutos e suas 7 faixas não são mais longas que 1:12, rápido, agressivo e brutal sem tempo para respirar. Já o Lado B é composto somente da faixa Emptiness, um épico Doom que lembra Bell Witch e os primórdios do Spirit Adrift. Em ambos os lados, o Gatecreeper consegue ser bem sucedido, muito em função de ter feito algo sem muito compromisso, e também, de ter deixado claro que An Unexpected Reality não tem nenhum vínculo com a discografia original da banda.
No geral, An Unexpected Reality é um ótimo álbum que reúne riffs vicerais e brutais, marca registrada do Gatecreeper. Do curto período de música em si à obra de capa, à apresentação geral, o álbum é verdadeiramente um testamento do amor fortemente entrelaçado da banda pelos gêneros que eles aprimoram e continuam a experimentar. São só 17 minutos, que por aqui, foram repetitos a exaustão. Eu só queria mais. Inovador no som, inovador nas abordagens do Death Metal, será que o Gatecreeper inovou no conceito de divulgar música?
Nota final: 8/10
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