9 Bandas Que Definem A Nova Onda Do Glam Metal Sueco

Por Lucas Santos

A Suécia é uma das fontes mais prolíficas do Rock/Metal mundial. Começando lá nos anos setenta com o estrondoso sucesso do ABBA, e depois com o primeiro ato verdadeiramente de rock que estourou mundialmente, o Europe, o país europeu sempre foi uma fonte com enorme recursos e diferentes estilos musicais dentro do rock e metal. Basta pensar um pouco que grande bandas mundialmente famosas nos vem à cabeça: Avatar, Meshuggah, Opeth, Sabaton, Soen e por aí vai.

Aqui iremos falar de uma cena que começou pra valer em meados dos anos 2000, a New Wave of Swedish Sleaze/Glam Metal. Os atos musicais desta “onda” tem como inspiração a grande fase do Glam Metal norte americano em Los Angeles nos anos 80. O resgate do estilo mais festeiro, com letras mais debochadas e uma pegada pop metal com refrães grudentos e guitarras bem ganchudas se espalhou e nos trouxe muitas bandas interessantes que trazem o melhor daquela época, atrelado à produções mais modernas com sons mais contemporâneos.

Para fazer parte dessa lista é simples: basta ser uma banda de glam/hard rock, sueca é claro, que tenha sido formada durante a época da “onda” e estar na ativa até hoje. A única exceção é o Backyard Babies, e eu explico o porquê. No mais, aprecie a lista e também a nossa Playlist com algumas adições interessantes. Vamos aos nomes:


BACKYARD BABIES

BYB PRESSBILDER 2018

Apesar de ter começado no finzinho dos anos 80 e ter lançado o seu primeiro álbum, Diesel & Power, em 1994, a primeira banda da lista só foi receber alguma notoriedade com o seu terceiro trabalho, Making Enemies Is Good, de 2001, que mudou o som da banda e fez com que ela entrasse na lista pela nova abordagem musical. Navegando por uma sonoridade mais clássica, com um lineup que não muda desde 1989 e liderada pelo vocalista Nicke Borg e guitarrista Dregen, já são oito álbuns no catálogo e uma regularidade atípica. Silver And Gold, lançado em Março deste ano é um dos melhores esforços do gênero em 2019, apenas provando que o Backyard Babies goza de muita moral e ainda é um dos atos suecos mais importantes da década.

BULLETRAIN

Oriundos da cidade de Helsingborg, o Bulletrain é um quinteto que, apesar de ter apenas 2 álbuns em sua discografia, se aproveitou muito bem dessa nova onda para mostrar toda a sua qualidade. Com o selo alemão Metal Heaven, a estréia Start Talking (2014) e o seu sucessor What You Fear The Most (2016) são excelentes registros com tudo que o mais tradicional hard rock/metal pode ter: sleaze riffs de guitarra, refrães convidativos, batidas pulsantes e solos extravagantes, e com muito mérito eles conseguem tirar o melhor disso. Apesar de não terem terminado oficialmente, são mais de 3 anos sem nenhuma novidade concreta em relação à materiais novos da banda, porém o contrato com a gravadora continua em vigor e eles continuam fazendo shows esporádicos pela europa.

CONFESS

Com apenas dois álbuns em seu catálogo, o Confess, da cidade de Estocolmo, faz o glam metal mais tradicional e voltado pro heavy metal. O álbum de estreia Jail (2014) foi um excelente começo, e o seu sucessor Haunters (2017) se destacou como um dos melhores do gênero naquele ano. Do visual à abordagem musical, o quinteto tem tudo que se espera de uma banda do gênero, somado à produção do seu material e novas abordagens que apanham um peso em suas músicas, os deixando com uma sonoridade bem única. As baladas estão ali assim como os refrães que grudam de forma imediata na cabeça. Recentemente, lançaram o single My Vicious Way e estão no processo de divulgação do aguardado terceiro álbum.

CRASHDIET

Crashdïet talvez seja a banda mais conhecida dessa lista. Como disse na resenha do seu novo álbum Rust, esse grupo foi o que me introduziu à toda essa cena do glam metal moderno. Os rapazes de Estocolmo mantém uma base sólida em seus instrumentistas, porém não tem a mesma sorte com o vocalista, pois desde o seu lançamento, Rest in Sleaze (2005), foram três que passaram pela banda até a chegada do jovem Gabriel Keyes, que estreiou no último trabalho de 2019. Incrivelmente, os cinco álbuns conseguem manter um nível invejável de hard rock com sleaze e muita purpurina, graças ao trio por trás das principais composições. Entretanto, o potencial do quarteto seria melhor aproveitado se, na verdade, algum vocalista durasse mais de 2 álbuns na banda. Com a boa recepção que Rust recebeu atrelado ao passado glorioso, o Crashdïet ainda é muito importante para a Suécia e para o Hard Rock.

CRAZZY LIXX

Quando se fala de hard rock melódico, nenhuma banda se destaca mais que o quinteto de Malmö. Já são seis álbuns e um total de cinco com a Frontier Records, parceria de sucesso que mantém o Crazzy Lixx no topo do hard rock sueco e mundial. Com uma produção invejável nos álbuns e mantendo uma qualidade de excelência em todos eles (leia-se “eles nunca fizeram um álbum ruim”), a banda atingiu o ápice com Ruff Justice (2017), que entrou no meu TOP 10 álbuns daquele ano, e com o incrível Forever Wild deste ano, revisado nesse site. Uma banda que parece ter achado uma fórmula matadora de criar música. Eles não erram e continuam à todo vapor.

HARDCORE SUPERSTAR

Formada no finzinho dos anos 90, o Hardcore Superstar é a banda precursora e a mais importante desse cenário. Com incríveis 11 álbuns lançados e um lineup praticamente intacto desde o começo, os rapazes de Gotenburgo são os verdadeiros mestres do hard rock sueco e responsáveis pelo surgimento de boa parte das bandas atuais. O grupo liderado pelo monstro Joakim “Jocke” Berg, vocalista e principal líder, mostrou em 2018, com o álbum You Can’t Kill My Rock n’ Roll, que foi considerado em diversos locais especializados um dos melhores álbuns de hard rock daquele ano, que apesar de um tempo considerável na ativa, eles ainda tem muita lenha pra queimar. E esperamos que sejam por muito tempo assim.

PRETTY WILD

Com integrantes de Estocolmo e Malmo, o Pretty Wild está na ativa desde 2009. Com 3 álbuns em sua discografia, sendo o último Interstate 13, a banda sempre apostou em um som com canções redondas e bem construídas, com um hard rock energético e altas vibes. Da lista, eles talvez sejam a banda de glam metal mais “raíz” tanto no visual, abordagem das letras e na sonoridade. O seu último trabalho é, sem dúvidas, o mais interessante, e foi um dos bons destaques do ano de 2019. Basta que mantenham o nível de Interstate 13 que o quarteto tem um futuro muito promissor.

POMPEI NIGHTS

Certamente a banda mais underground da lista, o Pompei Nights de Estocolmo já lançou 2 álbuns em sua breve carreira. O último, High On Adrenaline, que contém incríveis 16 músicas, foi lançado em 2013 e desde então não se tem muitos registros do que eles andam fazendo ultimamente, assim como não se acham indícios de que a banda acabou. O quinteto abraça uma sonoridade mais simples e direta com muitas referências ao punk rock e até chega a flertar com o metalcore em algumas faixas, e tem no vocalista Joey Eden uma voz mais grave que transfere uma sonoridade mais madura e agressiva. Com um som mais cru junto a uma produção não tão limpa, o Pompei Nights consegue unificar suas melodias em algo mais singular. Fica aqui a esperança de novidades em breve.

SISTER

Com espantosos quatro álbuns de estúdio desde 2009, o Sister é a banda que mais destoa dessa lista. Com um visual mais dark e gótico, uma abordagem sonora mais arrastada e pesada e também vocais que flertam muito bem com o death metal, o quarteto de Estocolmo tem no horror/glam-punk e nas influências claras de Misfits e Rob Zombie um comportamento diferente, mas que se encaixa dentro da nova onda do glam metal sueco. Dois dos álbuns produzidos pela Metal Blade Records, Hated (2011) e Stand Up, Forward, March! (2016), são atos valiosíssimos que mostram que a cena não foca apenas em uma sonoridade característica e consegue expandir dentro de um nicho bem específico. Sister é bizarro e às vezes assustador, porém é, ao mesmo tempo, cativante e divertido.

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