11 Bandas De Rock E Metal Japonês Que Você Tem Que Conhecer

Por Roani Rock

O Japão é um dos países onde o rock é mias celebrado. O país situado no oriente asiático é conhecido por estilos tradicionais e folclóricos, onde está reinando atualmente o estilo J-pop. Mas o rock sempre teve seu lugar muito mais do que cativo e com o passar dos anos foi evoluindo. bebendo muito da fonte britânica e americana, com bandas fazendo o som psicodélico dos anos 60, metal ou bebendo da fonte do britpop, o pop-punk e o rock alternativo da década de 90.

No J Rock, muitas destas bandas são conhecidas por terem suas músicas inseridas em aberturas e encerramentos de animes, a tática é similar a feita por aqui nas novelas, para divulgar aos jovens seu trabalho e assim marcar gerações os artistas cedem as músicas e por decorrência disso conhecemos uma discografia fantástica. Apesar de ter muitos grupos com sonoridade parecida, esta lista tenta contemplar as bandas que tem um algo a mais em seu som e que exploram bem melodias, acordes, solos e cantos justificando sucesso e uma apreciação digna para a obra diferenciada.


The Mops

Esta banda é a primeira que iremos falar por trazer a sonoridade psicodélica dos anos 60. Eles se formaram em 1966 com um som mais instrumental, tendo em sua formação Mikiharu Suzuki (bateria), Taro Miyuki (guitarra), Masaru Hoshi ou Katu Hoshi na guitarra e Kaoru Murakami (baixo). Mas com a entrada do irmão de Mikiharu Suzuki, Hiromitsu, a banda passou a ter um vocal principal. Eles começaram a fazer o som psicodélico americano por exigência da gravadora, mas logo foram pra uma linha mais hard rock na década de 70. O primeiro disco Psychedelic Sounds in Japan é uma obra prima com covers do Jefferson Arplaine e The Doors.

The Pillows

Formada em 1989, essa melódica banda de rock alternativo é um power trio que tem como líder o vocalista e guitarra base Sawao Yamanaka. Tendo sua primeira formação como a mais marcante onde a liderança era do baixista Kenji Ueda, eles contavam ainda com o então guitarrista da banda de hair metal Persia, Yoshiaki Manabe e Shinichiro Sato na bateria, membros que seguem até hoje na banda. Ueda saiu da banda depois de três anos e então Yamanaka decidiu manter o futuro baixista Yoshinori Arie apenas como convidado em uma questão de respeito ao amigo formador original do grupo.

Seu som lembra muito o do Green Day com algumas linhas de guitarra semelhantes a do The Smiths. A The Pillows segue na ativa até os dias de hoje tendo lançado a brilhante marca de 23 discos sendo o último de 2018, um dos mais fascinante trabalho é o disco Happy Bivoac. Em 2019 para contrastar bem a popularidade da banda, eles fizeram uma espécie de museu, intitulado “The Pillows Museum: Buster’s Diner“, o evento assumiu a forma de uma lanchonete americana vintage repleta de objetos relacionados à banda. A loja também vendeu produtos de colaboração com a temática série anime FLCL que teve trilha da banda. O museu funcionou de 30 de agosto de 2019 a 8 de setembro de 2019 na Shibuya Tower Records, seguido por uma corrida de 13 a 22 de setembro de 2019 em Osaka.

The Yellow Monkey

Ai está a primeira banda dentre as conhecidas por conta de sua contribuição com um anime de grande sucesso. The Yellow Monkey é uma boa banda de Glam rock japonês que tem muito em sua sonoridade elementos do britpop também. Principalmente se levar em consideração o álbum Four Seasons de 1995. Por sinal, neste álbum tem a música Tactics que foi utilizada no primeiro encerramento do anime Rurouni Kenshin, conhecido no Brasil pelo título de Samurai X.

Tendo seu nome abreviado pelos fãs para “Yemon“, The Yellow Monkey foi formada em 1989 por Kazuya Yoshii (vocal e guitarra), Hideaki Kikuchi (guitarra, backing vocal), Youichi Hirose (baixo, backing vocal) e Eiji Kikuchi (bateria). O nome sarcástico da banda, segundo os integrantes, deriva do preconceito étnico de que o povo japonês tem aparência simiesca (Monkey) e que os orientais sejam conhecidos como amarelos (Yellow). Eles são tidos como uma das mais importantes bandas de rock do Japão ao lado do X Japan e Luna Sea. Chegaram a gravar 9 discos antes de se separarem em 2004. Ainda considerados uma banda cult, fizeram um retorno mais de dez anos depois da pausa e lançaram em 2019 o excelente 9999.

X Japan

Agora é dado o momento de falar da insana banda X Japan, provavelmente a mais importante do Rock japonês. Eles integram a vertente do Heavy Metal tendo como líder e principal compositor Yoshiki Hayashi que é o baterista e pianista. Após ver um show do KISS ele ficou interessado em formar uma banda e junto com seu velho amigo de escola, Toshi (Deyama Toshimitsu), tornou seu anseio em realidade no ano de 1982, sob o nome Noise. Somente mais tarde é que a banda assumiu o nome “X“, depois de uma mudança total em seus componentes. Em 1985, a banda gravou seu primeiro single, I’ll Kill You, e em 1986, Orgasm. Em 1992 Yoshiki descobriu que tinha uma banda californiana que já possuía a alcunha de X, então o nome X Japan foi decidido e ficou em definitivo.

A formação que iniciou a jornada e ficou ativa até 1997 tinha Toshi nos vocais, Hide Pata nas guitarras, Taiji no baixo e Yoshiki na bateria e no piano. Eles exploram várias frentes do metal em seus álbuns: o Visual kei(que eles fundaram), speed, power, glam, prog metal, metal sinfônico e oras tendo mais faixas hard do que metal tendo em seu repertório músicas que chegavam a duração de 29 minutos. Os projetos solos de cada membro também são dignos de se escutar, Toshi with T-Earth, Lynx, RATS, DopeHEADz, Loudness e o Violet UK.

A morte do guitarrista Hide em 1998 fez com que o X Japan ficasse fora de atividade por um tempo, para que pudessem superar a perda desta grande referência. Em seu lugar entrou Yasuhiro “Sugizo” Sugihara que fazia parte da banda Luna Sea, o que possibilitou a vota do X Japan em 2007 para um mega show e ficarem aptos a trazer mias material autoral além de vários registros ao vivo. Talvez os mais celebrados sejam o Jealousy que foi o último álbum no qual o baixista Taiji participou e o Art Of Life que só possui a música de 29 minutos que intitula o nome do disco. Os dois álbuns foram relançados duas vezes.

The GazettE

Esses caras que aparentam ter saído do game Final Fantasy são uma das principais bandas expoentes do movimento Visual Key criado pelo X Japan, apesar de irem mais na linha do Speed/power metal, metal core e nu metal. Eles são um dos nomes mais fortes do metal japonês atual mesmo tendo surgido em 2002. Eles se mantem até hoje com a formação tendo Ruki nos vocais, Uruha nas guitarras solos, Aoi nas guitarras base, Reita no baixo e Kai na bateria.

The GazettE possui 9 discos que exploram bastante o metal, são de extrema potencia melódica, força bruta e infalível devendo em nada as bandas americanas e europeias. Eles utilizam bastante de efeitos e sonoridade eletrônica criando climas para as introduções das canções que possuem a técnica de canto gutural em pontos chave indo para um canto tradicionalmente melódico, artifícios pouco usados para as bandas mais comuns da terra do sol nascente. O álbum Toxic de 2011 é um dos que trazem melhor esses elementos e a música deles mais escutada nos streamings é SHIVER, a sexta do álbum.

Do As Infinity

Quando escuto essa banda lembro bastante do Cramberries, talvez por ter uma vocalista com uma voz tão característica e o teor pop bem escrachado no som. Esse trio (que logo se tornou duo) foi formado no final da década de noventa no ano de 1999 por Dai Nagao que era um compositor de reconhecimento no cenário, mas que queria ter sua própria banda. Ele conseguiu o feito ao escolher Tomiko Van como vocalista e Ryo Owatari como guitarrista. Ele ainda trouxe Yukyaky Shoji para ser o compositor e guitarrista mas este logo saiu.

As iniciais do nome Do As Infinity são o nome do criador da banda, Dai Nagao; Dai, que no ideograma japonês (o kanji 大 oo), significa “grande”. Alguns dizem que este nome tenha alguma relação com a palavra japonesa MugenDAI, que significa “infinito”. Eles intitulam seus álbuns como se fossem um jogo japonês chamado Shiritori. No jogo, o jogador tem que dizer uma palavra que começa com o katakana ou hiragana final da anterior. Os primeiros quatro singles tem uma peculiaridade interessante, todos são nomeados com nomes de bandas famosas do ocidente (Tangerine DreamHeartOasis e Yesterday & Today).

Eles começaram a trabalhar em suas primeiras músicas e saíram pelas ruas de Shibuya divulgando seu trabalho e entregando CDs demos com as faixas Tangerine Dream e Heart. O Do As Infinity faziam shows quase diariamente de Shibuya à estação de Yokohama e até viajaram para Fukuoka e outras cidades. A banda viralizou com Yesterday & Today por ela integrar o anime/JDrama Love 2000 e mais tarde pela inclusão da faixa Fukai Mori no anime InuYasha que recebeu outra deles do último disco chamada kimi ga inai mirai para a temporada derradeira.

L’Arc-en-Ciel

Fundada em 1991 L’Arc-en-Ciel provavelmente é a banda de JRock mais famosa do mundo e está entre as mais populares do Japão sem sombra de dúvidas. Prova disso é ter mais de 40 milhões de álbuns vendidos e serem os primeiros japoneses a tocar no Madison Square Garden. Vinda do referente Visual Key, a partir do segundo disco eles resolveram mudar drasticamente não só o visual mas também o estilo criando algo único e um tanto revolucionário que moldou todas as gerações seguintes de bandas.

Vindos de Osaka para o mundo, o L’Arc-en-Ciel (o arco-íris, em francês) tem em seu núcleo base o vocalista Hyde e o baixista Tetsu, os caras exploram bastante instrumentos em seus álbuns. Não focando só no básico do rock ou pop, dando espaço para efeitos teclados e naipes de metais indo pra um caminho que hoje pode joga-los para o Indie sonoramente, eles são muito peculiares. É bom frisar os arranjos de pianos nas faixas principalmente nos clássicos da banda.

Conhecida por ter suas músicas presentes em diversos animes, como foi bem lembrado por Gui Riff no nosso The Rock Pod sobre cinco aberturas de anime, e aqui trazemos dois destaques: o primeiro é Blurry Eyes, provavelmente a faixa mais conhecida, em sequência Spirit Dreams Inside (Another Dream) de 2001 que teve sua versão em inglês usada como tema de encerramento de Final Fantasy: The Spirits Within e finalmente, The Fourth Avenue Cafe que é uma preciosidade que figurou a abertura de apenas 4 episódios do anime Samurai X.

Segundo nosso entrevistado, Blurry Eye por ter tocado em muitas feiras de anime, mostrou para fãs (classificados como otakos) de outros países que as músicas de aberturas e encerramentos de anime nem sempre são feitas para as animações japoneses, que as bandas realmente existem – não foram músicos contratados para gravar o som -, e podem ter uma discografia incrível, como é o caso do L’arc-en-Ciel.

Judy And Mary

Essa banda figura esta lista justamente por trazer um som cheio de variáveis e bem inventivo. Misturam lindamente o pop-punk, ska e o rock numa discografia formada ao todo por sete álbuns, três coletâneas de vinte e dois singles.

Sua presença nesta lista está lincada principalmente pela música Sobakasu que foi a primeira abertura do anime Samurai X. Essa música é uma das coisas mais diferentes que você vai escutar na vida. A voz estridente e bem aguda de Yuki Isoya recebe um contraste único das guitarras de Takuya Asanuma que passeia pela melodia em riffs e solos durante toda a canção. Claro que a batera e o baixo mantêm o ritmo também com o baixo em escalas de rock 50’s, fazendo a faixa ganhar uma aparência mais simples como o pop-punk tem que ser. Claro que a discografia é muito boa e tem diversos hits que se destacam, dentre os singles está Kujira 12GouOverdriveDaydream, RadioMusic FighterHello! Orange Sunshine e Classic. Mas Sobakasu é de outro mundo. Recomendo o álbum Be Ambitious de 1994.

Bonnie Pink

Essa artista incrível entrou na lista principalmente em função do seu álbum Heavens Kitchen. Se fosse para comparar com um som de um famoso diria que ela é a Alanis Morissette japonesa. Kaori Asada ou simplesmente Bonnie Pink diferentemente das bandas que tem um estilo estabelecido consegue mudar bem os estilos. No disco Heavens Kitchen se encontra o pop, um pouco de soul com a presença de orquestras, naipe de sopros, teclados mug, bastante violão e linhas destacadas de baixo pelas músicas. Ela possui um pouco mais de 12 álbuns que mostram uma evolução da artista indo pra um caminho cada vez mais pop com a inclusão de efeitos eletrônicos e ritmos mais dançantes ao seu som.

Asian Kung-Fu Generation

Provavelmente a banda mais nova dentre as listadas já que seu primeiro trabalho oficialmente foi lançado em 2003. Um fato interessante é que a maior parte das bandas citadas aqui alcançaram seu auge ou ascenderam sua jornada para o sucesso quando assinaram com a gravadora Sony. Composta por Takahiro Yamada (baixista e vocal), Masafumi Gotō (vocalista e guitarrista), Kensuke Kita (guitarrista e vocal) e Kiyoshi Ijichi (baterista). A banda já teve três sucessos como aberturas de animes conhecidos, essas são: Haruka Kanata foi a segunda abertura de Naruto, Rewrite tomou posto como a quarta abertura de Fullmetal Alchemist e After Dark, se tornou a sétima abertura de Bleach.

Mas eles são mais do que uma boa banda de rock alternativo que tem músicas em animes famosos, eles sabem compor excelentes melodias e se assemelham ao WEEZER em muitos fatores principalmente no visual. Guitarras distorcidas e riffs são a marca registrada junto aos vocais roucos bem gritados no refrão. Outro ponto interessante são as capas dos álbuns, sempre cartunescas e cheias de cor, desenhos de muito bom gosto que criam o ar de mangá. Um bom álbum para conhecê-los disponível no spotify é o ep Destructive Amplifier e o álbum SOL-Fa.

Makoto Kawamoto

Pra finalizar trouxe outra cantora solo, essa ficou restrita no cenário japonês e seu álbum de maior sucesso é bem cult. o primeiro de sua carreira, Kawamoto Makoto que tem o hit 1/2 one half que foi a abertura da segunda temporada do Samurai X, uma faixa bem diferenciada de teor pop com uma das melhores levadas acústicas que já escutei na vida.

Ela atualmente usa o pseudônimo de Tiger Fake Fur e lançou 3 discos oficias e uma infinidade de singles brilhantes que usam levadas de jazz e rock psicodélico. Sua onda é bem pop mas tem elementos até de rock progressivo em seu som. Em 2019 ela lançou seu último disco que prova o quanto a artista é inventiva e talentosa, com bastante uso da música eletrônica, mas vale a escutada.

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