Review: Armored Saint – Punching The Sky

Por Lucas Santos

O “core” principal continua aqui. John Bush nos presenteia com performances vocais assutadoras, ele é um vocalista acima da média a muito tempo. Seu parceiro de longa data, o baixista Joey Vera, que junto dos veteranos Jeff Duncan e Phil Sandoval nas guitarras, entregam partes rítmicas expressivas e memoráveis; solos, riffs e passagens pesadas, se misturam a bateria groovada de Gonzo Sandoval, em uma química invejável de músicos que já estão juntos a mais de 3 décadas. Esses ingredientes se transformam em músicas muito bem elaboradas, contagiantes, divertidas e poderosas.

Lucas Santos

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Gravadora: Metal Blade Records
Data de lançamento: 23/10/2020

Gênero: Heavy Metal
País: Estados Unidos

Podemos considerar o Armored Saint como azarões do metal? Talvez. O certo é dizer que uma das bandas mais subestimadas do heavy metal vêm entregando sua abordagem enérgica ao estilo desde o seu EP de 1983 e, ao longo dos 37 anos desde então, as únicas coisas que realmente mudaram em sua formação foram seus cabelos. Lá no começo, os californianos se inspiraram no som feito pela NWOBHM, especialmente de Judas Priest e Iron Maiden, mas também ultilizando elementos da sua cena local, incorporando a pegada e atitude Thrash da Bay Area. Tanto que seu vocalista John Bush fez parte do Anthrax por 10 anos, participando de 4 álbuns de estúdio antes do vocalista original Joey Belladonna retomar as atividades com a banda. São 5 anos desde o seu último lançamento Win Hands Down (2015), fazendo com que Punching de Sky seja o oitavo álbum de uma discografia muito regular. Eu não escutei todos os álbuns, mas a grande maioria, e desde o primeiro March The Saint (1984) nunca me peguei escutando nada ruim deles.

O “core” principal continua aqui. John Bush nos presenteia com performances vocais assutadoras, ele é um vocalista acima da média a muito tempo. Seu parceiro de longa data, o baixista Joey Vera, que junto dos veteranos Jeff Duncan e Phil Sandoval nas guitarras, entregam partes rítmicas expressivas e memoráveis; solos, riffs e passagens pesadas, se misturam a bateria groovada de Gonzo Sandoval, em uma química invejável de músicos que já estão juntos a mais de 3 décadas. Esses ingredientes se transformam em músicas muito bem elaboradas, contagiantes, divertidas e poderosas.

Standing On The Shoulders Of Giants já é um cartão de visita matador. Um som clássico da banda, grooveado nas bateras e guiado pelos riffs de guitarras chamativos. End Of The Attention Span trazem riffs agressivos sustentados por vocais ferozes e irritados, enquanto a banda expõe o mundo das mídias sociais e seus curtos períodos de atenção que são menores que 5 segundos. Esta música está entre as melhores que a banda já fez na carreira e impressiona o quão cativante e energética é a audição até então.

Outros petardos continuam chegando com uma diversidade de abordagem e consistência de qualidade. My Jurisdiction e Do Wrong to None buscam uma pegada mais hard rock sujo. Lone Wolf soa como um hit perdido da banda e Missile to Gun tem o refrão mais marcante, com batidas mais diretas e marcantes, aquela faixa que deve ser perfeita para as apresentações ao vivo. Fly in the Ointment, mais arraastada, tem uma semelhança com o sombrio som do Alice in Chains e contém um refrão grandioso e explosivo, e Unfair, é uma “balada” que apesar de não ser brilhante, usa toda a extensão vocal de Bush.

A única música que me pareceu um pouco desanimadora é Bark, No Bite, mas mesmo assim tem um som retrô bastante contagiante, bem focado em artistas de rock dos anos 70 como Thin Lizzy, com um monte de guitarras improvisadas e efeitos diferentes das canções anteriores. Mesma com um leve escorregão, no fim dos quase 54 minutos de um petardo sonoro do mais puro Heavy Metal, que vai te satisfazer e marcar todas as caixinhas necessárias para um excelente disco de metal. Músicas épicas? check! Performance vocal e instrumental memorável? check! Momentos de bater a cabeça? check! Produção cheia e firme? check!

Punching The Sky não saiu da minha playlist desde o seu lançamento e dificilmente sairá tão cedo. o Armored Saint pode não ter o devido reconhecimento por seus mais de 37 anos entregando o mais puro metal de qualidade, mas o seu novo trabalho de estúdio é certamente o seu maior momento desde Symbol Of Salvation (1991), um ar de esperança para todos os metalheads e também uma surpresa para quem não os conhecia. Levante o punho o mais alto que puder e mire nas estrelas, sinta o poder e desfrute o metal em sua forma mais poderosa.

Nota final: 9/10

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