Review: Bring Me The Horizon – Post Human: Survival Horror

Por Lucas Santos

Mesmo com o ousado e acertado amo (2019), aonde ficou óbvio que os ingleses estão experimentando cada vez mais, adicionando pop e eletrônico no já antigo som de rock e metal, ainda é difícil compreender o que realmente se passa na cabeça das mentes criativas, principalmente do vocalista Oliver Sykes e do tecladista Jordan Fish, qual será o próximo passo da banda. A verdade é que eu, como muito dos fãs do BMTH estão sempre de mente aberta para apreciar e entender as diferentes abordagens que eles oferecem.

Lucas Santos

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Gravadora: Sony Music Entertainment
Data de lançamento: 30/10/2020

Gênero: Bring Me The Horizon, rs
País: Inglaterra

Gostando ou não, é inevitável aceitar o fato que o Bring Me The Horizon é uma banda que nunca se definiu ou ficou na zona de conforto. Toda vez que é anunciado um single novo ou álbum, nós nunca podemos prever o que realmente vai sair. Será que o direcionamento que eles escolheram é mesmo o do último EP lançado de forma inesperada no fim de 2019, o Music to Listen to~Dance to~Blaze to~Pray to~Feed to~Sleep to~Talk to~Grind to~Trip to~Breathe to~Help to~Hurt to~Scroll to~Roll to~Love to~Hate to~Learn Too~Plot to~Play to~Be to~Feel to~Breed to~Sweat to~Dream to~Hide to~Live to~Die to~Go To (sim, o nome é esse), onde a banda experimenta e mistura sons diferentes como electropop, electronica, industrial, trip hop, and post-rock, ou será que eles vão resgatar o som deathcore do começo da carreira aonde as franjas eram maiores e o MySpace era dominado por bandas desse estilo?

A verdade é que a resposta está longe de ser respondida. Mesmo com o ousado e acertado amo (2019), aonde ficou óbvio que os ingleses estão experimentando cada vez mais, adicionando pop e eletrônico no já antigo som de rock e metal, ainda é difícil compreender o que realmente se passa na cabeça das mentes criativas, principalmente do vocalista Oliver Sykes e do tecladista Jordan Fish, qual será o próximo passo da banda. A verdade é que eu, como muito dos fãs do BMTH estão sempre de mente aberta para apreciar e entender as diferentes abordagens que eles oferecem. Mesmo não sendo muito fã de amo e apenas ter “dado uma ouvida” no Music to Listen to~…., sempre vou ser admirador das ideias novas que a banda vem expondo. Ideias que aliás, influenciam muitas outras bandas da cena. BMTH e Code Orange são no momento, as principais nesse quesito.

A idéia de Post Human é lançar quatro EPs nos próximos anos, todos temáticos em torno de como a humanidade está totalmente em declínio. O primeiro da série é Survival Horror, um registro de protesto escrito nos mais difíceis dias de quarentena. Os elementos eletrônicos mostram a cara logo de cara, mas a faixa de abertura Dear Diary, é direta e traz Oli dando o bom e velho scream que todo mundo ama. E tinha gente falando que ele nao conseguia mais, ein?! Parasite Eve foi o primeiro single, lançado 4 meses atrás, e já está bem manjada. É uma faixa bem ambiente com toques eletrônicos e com um refrão bem marcante. Certamente um dos pontos altos do álbum.

A empolgante emo-rock Teardrops poderia ter aparecido facilmente em That’ s The Spirit (2015), o segundo single foi muito bem recebido e contém um clipe incrível. Obey, que traz a participação do vocalista Yungblud, se ultiliza de uma batida mais arcade eletrônica, porém busca um refrão bem receptivo com veia de pop punk. Itch For The Cure (When Will We Be Free) tende a ir mais para o lado de amo, com uma batida arcade de jogos de fliperama dos anos 90. Ela serve de prelúdio para a participação das meninas do Babymetal que trazem um pouco da exuberância do J-pop para Kingslayer. Os vocais de Oli estão incríveis nesta música, e a mistura “doida” se combinou em algo fora da curva e muito bem feita.

Nova Twins revive o nu-metal em 1X1, outra faixa que apresenta um refrão bem digestivo. Ludens, faixa que originalmente foi lançada para o soundtrack do jogo Death Stranding, faz uma aparência calorosa, a faixa qu foi lançada em 2019 fez, assustadoramente, um prenuncio dos eventos dos meses que se seguiram ao seu lançamento; “Como faço para estabelecer uma conexão/quando nem sequer podemos apertar as mãos”. A faixa mais sutil e ambiente do álbum tem um o melhor breakdown do álbum. Amy Lee do Evanescence traz um pouco de equilíbrio real e um espaço para respirar com a balada de encerramento, One Day The Only Butterflies Left Estará In Your Chest Enquanto You March To Your Death.

No fim, é impossível prever o que será o próximo passo da saga Post Human. Tudo bem, eu estou satisfeito com isso. Bring Me The Horizon é uma banda na qual você pode sempre contar que estara sempre em constante evolução e, embora Survival Horror não diverge exatamente do que a banda estava desenvolvendo em amo, ele captura o fenômeno desconcertante do tempo em que vivemos. É tão divertido quanto sombrio. É tão experimental quanto direto. É tão esquisito quanto acessível. É o Bring Me The Horizon evoluindo. Temos sorte de acompanhar a evolução de perto.

Nota final: 8,5/10

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