por Roani Rock
Bem vindo à mais uma categoria de conteúdo disponibilizado pela The Rock Life pra você, amante da boa música, mais precisamente do rock e metal.
Toda semana iremos indicar bandas, digamos, desconhecidas no grande cenário e pouco mencionadas nacionalmente. A ideia é apenas espalhar o som de bandas diferentes, “novas” e que não tiveram espaço aqui. Tentaremos focar naquelas que tiveram álbuns que não foram resenhados ainda. Do rock clássico ao metal extremo, aqui vale de tudo. Traremos uma breve explicação da banda e álbuns essenciais da discografia, sem muita aprofundação, o conceito do “Banda da Semana” é apenas disponibilizar novos nomes a vocês. Aproveitem.

QUEM SÃO?
Formada em 2012, Balba é um power trio carioca que mistura grandes influências do rock britânico com o pós punk americano, despontando de muita particularidade. Mesmo cantando em inglês, buscam uma identificação com os brasileiros além da internacional e o enfoque é global, tanto que foram tocados em rádios FM de Londres, Boston, Munique e Camberra. A música deles é bem dançante, vai na linha das bandas que brilharam nos anos 80 e 90 que enchem estádios até hoje, e emula sons mais recentes do rock alternativo que lota festivais, como é o caso do Muse. A formação oficial consiste nos irmãos Obadia: Dig (vocais,guitarra base) e Dav (bateria) contando ainda com a importante adição do baixista Dan J. Com dois discos lançados e uma série de eps e singles, a Balba, com seus ”três D’s”, busca quebrar a banca com bastante diversão em sua jornada.
POR QUE VOCÊ DEVE ESCUTAR?
Quando se escuta o trabalho deles, fica difícil crer que sejam pratas da casa, que tenham vindo do Brasil, não só pela questão técnica da gravação, mas pelo poder inventivo de cada canção. O vocalista Dig tem uma voz facilmente identificável pelo timbre e qualidade na impostação vocal. Os riffs são bem construídos com Dav e Dan ditando o ritmo da dança na pista. Poucas músicas deles foram feitas apenas para apreciar – o importante, para eles, parece ser agitar. A exemplo do novo single Brainwash, que nos faz pensar no Arctic Monkeys no início e o Strokes nas devidas comparações. É pura celebração!
QUAL ÁLBUM VOCÊ DEVE ESCUTAR?
O álbum I’ m The Party, de 2015, é fantástico e funciona bem para apresentar a banda. A faixa título, What a Spectacle Needs e Sexier Than You estão em um padrão dançante até te levar à funkeada Let It Flow, bem “stoneana“. Em seguida, a faixa britpop Bad Things Happen To Us All dá as caras com clara influência da banda Oasis. As faixas seguintes também são de bom gosto: tem a forte One Man Army, certamente o hit do álbum que facilmente poderia ter sido composta pelo Suede; Me Chère Marie, a faixa seguinte, é a primeira que emula bem um som oitentista pós punk, e as músicas que aparecem na sequência vão todas nesta linha de The Clash, Talking Heads, Echo & The Bunnymen.
Recomendo também dois singles incomparáveis da discografia da banda que já está a passos de completar 10 anos de estrada. Certamente, após o disco de 2015, tiveram uma rodagem de 4 anos que possibilitou muitas vivências e a vinda de diferenciadas músicas, que estão separadas em seus efeitos mas unidas em importância, já que uma tem grande carga emocional e a outra soa como um potencial hit atemporal de bom gosto que, nos anos 90, seria a música mais amada graças ao seu clipe.
Ignæte, de 2019, é a primeira música que falaremos. Com o clipe produzido por Dav, ficamos a par da história sofrida do pai do baterista e de Dig, Ignacio Obadia, que foi acometido por uma doença mental e sofreu por quase 5 anos antes de sua passagem. O clipe é bem perturbador e é capaz de deixar o espectador/ouvinte emocionado pela letra bem pesada. Não só pelas imagens, o drama do vídeo potencializou toda a canção.
Já Connected, também de 2019, por conta das dancinhas feitas pelos diversos personagens que figuram o clipe, tem uma elevação na qualidade do som tocado pela banda, levando-a direto para outro patamar. Aqui, faz-se valer a máxima da identificação visual aliada ao som, coisa que víamos muito nos anos 2000, com um efeito formidável. Uma banda no mundo atual precisa, mais do que nunca, ser visionária tanto no som quanto em imagem e boas ideias de divulgação, o que a Balba tira de letra.