Por Lucas Santos
Aqui, Corey explora muitas outras vertentes além do rock e do metal: além de apanhar composições que estavam engavetadas por muito tempo, o cantor esteve mais livre e sem “pressão” para criar um material mais redondo, em função das características de suas principais bandas. O resultado final é um álbum bem diversificado, que arrisca bastante e de forma leve e alegre.
Lucas Santos
Confira mais metal em 2020:
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Memories Of Old – The Zeramin Game
Gravadora: Roadrunner Records
Data de lançamento: 2/10/2020

Gênero: Hard Rock
País: Estados Unidos
Corey Taylor é um cara que dispensa apresentações. Entre o descanso após o último lançamento de We Are Not Your Kind com o Slipknot, e uma recente notícia que afirmava que seu longo projeto paralelo, Stone Sour, estava chegando ao fim, o compositor e vocalista, uma das figuras mais lendárias nos últimos 20 anos do Heavy Metal, encontrou tempo para lançar o seu primeiro trabalho solo, intitulado CMFT – “Corey Mother Fucking Taylor”.
CMFT traz uma banda de apoio formada por Christian Martucci, que também faz parte do Stone Sour, e Zach Throne nas guitarras, Jason Christopher, que já fez turnê com o Stone Sour, no baixo e Dustin Schoenhofer na bateria. Aqui, Corey explora muitas outras vertentes além do rock e do metal: além de apanhar composições que estavam engavetadas por muito tempo, o cantor esteve mais livre e sem “pressão” para criar um material mais redondo, em função das características de suas principais bandas. O resultado final é um álbum bem diversificado, que arrisca bastante e de forma leve e alegre.
Tem uma música nesse disco que foi feita quando eu ainda estava na escola, para você ter ideia do tempo que esse material existe. São músicas que não se encaixavam nas minhas bandas, pois trazem uma energia diferente.
Corey Taylor em recente entrevista – IgorMirandaSite

As questões técnicas são impecáveis. Corey, como sempre, é irretocável em sua performance – ele é um vocalista muito versátil e fica difícil entender suas limitações. A banda que o acompanha também Faz jus à responsabilidade que carrega. Tudo isso somado a uma ótima produção, em uma vibe menos pesada, com o som de bateria destacado e ótimos timbres de guitarra.
HWY 666 é um início que pode pegar qualquer desavisado de surpresa, um heavy/country de primeira que mostra a intenção real do trabalho. Samantha’s Gone foca em um hard rock despojado que utiliza o refrão como chave para cativar e divertir e Meine Lux arrasta a mesma vibe com pegada mais pesada e um solo mais focado para o metal.
A partir da faixa Halfway Down, as coisas começam a desandar um pouco. Até a chegada da faixa The Maria Fire as coisas ficam apagadas, e apesar da balada Kansas ser gostosa de ouvir, o álbum não apresenta nada de muito empolgante e novo. The Maria Fire, por um outro lado, usa nuances dançantes e batidas bem ao estilo anos 60. Essa é um das faixas mais interessantes e diferentes que eu já ouvi em toda a carreira de Taylor. Home é uma faixa bem emotiva, apenas o piano e a voz estão presentes, e apesar de não ser uma canção espetacular, evidencia ainda mais todo esse amplo alcance que o vocalista pode atingir. CMFT Must Be Stopped, que tem participações de Tech N9ne e Kid Bookie, um hip hop meia boca, e a última faixa European Tour Bus Bathroom Song simplesmente não funcionaram pra mim.
Reitero que, ao ouvir CMFT, você não deve esperar nada parecido com os trabalhos principais de Corey Taylor. Mesmo com alguns momentos que possam ser confundidos com algo do Stone Sour, esse álbum é algo totalmente diferente na carreira do vocalista. Apesar de não ser incrível, ele é honesto, despojado, divertido e criativo, algo que pra mim só evidencia a importância e o talento de uma das figuras mais importantes não só dos últimos anos, mas para a história da música pesada.
Nota final: 7/10
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