Por Lucas Santos
Um dos grandes trunfos da banda é a forma como eles manejam distribuir os vocais agressivos de Sean Harmanis e os cantos suaves e melódicos de Booka Nile.
Lucas Santos
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Gravadora: Rise Records
Data de lançamento: 19/06/2020

Gênero: Deathcore
País: Austrália
Os australianos do Make Them Suffer já estão lançando álbuns desde 2012 e, apesar de How To Survive a Funeral ser o seu quarto álbum de estúdio, eles são uma banda “desconhecida” por mim. Por isso, vou tentar ser breve e não entrar em muitos detalhes, principalmente comparando o novo disco com a discografia da banda. Apesar de escutar os discos antigos pra ter uma base antes de escrever essa resenha, não pude me aprofundar muito. Questão de tempo.
O Make Them Suffer não decepciona ao embarcar em uma sonoridade moderna do deathcore. Apesar de se assimilar com muitos grupos que estão por aí, como Fit For An Authopsy, Bleed From Within e até Whitechapel, existem detalhes que valem a pena ser mencionados e explicar por que How To Survive a Funeral consegue o destaque merecido. A abordagem da banda ao escrever letras bem dark, com relatos honestos e sinceros sobre auto destruição e demônios pessoais são impactantes e dão um tom bem pesado à todas composições.

Tudo bem que esse tipo de abordagem nas letras é algo até comum em bandas do metalcore/deathcore moderno, mas a forma como o Make Them Suffer entrega a mensagem é, alinhada à ótima musicalidade, especial. Frases como “Por que você me salvaria? Não vale a pena salvar. Você está sufocando, então apenas me apague.” no single Erase Me, “Cobra notória, jocosa e enganadora. desonesto, estou sem palavras, seu maldito falso!!” em Fake Your Own Death e “Você ficou fora de contato por tanto tempo. Você encheu a sala, e nenhum de nós se importou até você ir embora.” na faixa título, mostra o quão profunda é a interpretação literária de How To Survive a Funeral.
Um dos grandes trunfos da banda é a forma como eles manejam distribuir os vocais agressivos de Sean Harmanis e os cantos suaves e melódicos de Booka Nile. Embora essa seja uma abordagem usada em muitas bandas, aqui, mais uma vez, a mistura soa natural, necessária e instigante. O grande exemplo pode vir da faixa título, que utiliza o canto quase lírico de Booka para acalmar as agressivas passagens que a banda reproduz.
É claro, os breakdowns estão presentes. A já citada Erase Me e a faixa Bones são exemplos perfeitos de como trazer um breakdown que muda o ritmo da música sem perder a naturalidade e continuidade. Aliás, os 35 minutos estão cheios de momentos pra fã nenhum do gênero botar defeito. Um álbum que segue o que tem de melhor na música pesada moderna. Os riscos apresentados foram poucos, mas necessários para criar diversas situações de extrema satisfação headbanger.
Ultilizando todos os formatos conhecidos para montar um ótimo álbum de deathcore moderno, o Make Them Suffer vai um passo além com a perspectiva mais melancólica, letras pesadas e química natural dentro das dez faixas que compõe How To Survive a Funeral. Um excelente álbum de deathcore, com muitas mensagens positivas e vibrações otimistas, e que entrega, para quem quiser ir a fundo nas letras, diversas frases que podem te tocar de maneira esperançosa. Uma ótima descoberta e um dos melhores registros pesados do ano.
Nota final: 8,5/10
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