Review: Crown Lands – Crown Lands

Por Luis Rios

As primeiras músicas eram mais um Hard Rock Blues com leve toque psicodélico. Mas com o amadurecimento e entrosamento, o som neste último trabalho, ficou realmente bem rico e variante.

Luis Rios

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Gravadora: Universal Music
Data de lançamento: 13/08/2020

Gênero: Rock/Rock Psicodélico
País: Canadá

Nós fazemos um Rock psicodélico e pesado com toques de progressivo e uma saudável dose de blues“. Quando você ouve essa descrição vinda da própria dupla que forma a banda do Sul de Ontário no Canadá, a curiosidade é inevitável. Como dois caras somente, teriam condições de fazer um
som tão rico de influências e estilos? Pois é. Quando se ouve principalmente o álbum homônimo Crown Lands, entende-se bem o porque eles se auto denominam assim.

O nome do grupo é advindo de sua luta ativista. Crown Land é uma área territorial que pertenceu a uma tribo indígena da Nova Escócia. “Crown Land é uma terra roubada e nós estamos reivindicando-a“, diz Cody Bowles. Há uma música, Mountain, do EP Rise Over Run (2017), que é o reflexo perfeito desse mote político social que é característico da dupla. A questão do desaparecimento de muitos indígenas em determinada região canadense, é muito importante pra eles.

Cody Bowles toca a batera e canta espetacularmente, nos fazendo lembrar dos áureos empos de Geddy Lee, Robert Plant e Glenn Hughes. Kevin Comeau toca os violões, guitarras, baixo e teclado (esse último com os pés).
Em 2016 a banda Crown Lands lançou o EP Mantra, seguido de outro EP, Rise Over Run de 2017. Agora em 2020, lançam seu primeiro álbum com sete músicas e duração de 27 minutos.

Ouvindo os EPs e desaguando na banda, percebe-se uma evolução especialmente na simbiose de todas as influências as quais eles se referem. As primeiras músicas eram mais um Hard Rock Blues com leve toque psicodélico. Mas com o amadurecimento e entrosamento, o som neste último trabalho, ficou realmente bem rico e variante.

“Guitarras empolgantes, bateria sendo esmurrada e vocais estridentes“. Sim, eles também descrevem dessa forma seus shows e estilo de tocar. Eles são uma banda de estrada. Adoram tocar ao vivo e acham que se alimentam da loucura de tarefas que precisam desempenhar no palco, já que são só dois fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Compõem juntos sempre, com base no som das bandas de Rock Progressivo que gostam e se nota que a química é muito forte entre eles. Neste último álbum se identifica influência clara de Rush (eles se tornaram amigos por causa dessa grande paixão obsessiva de ambos).

Bandas como Led Zeppelin, Jethro Tull, ZZ Top, Rival Sons e Blues Pills. também podem ser citadas como influências no som da dupla. Eles fazem uma música de extremo bom gosto, moderna, fresca e com uma categoria
exuberante. As guitarras e violões, os climas mais tristonhos e a psicodelia, aliados a uma pegada Hard Folk com quebradas incríveis, encanta de primeira. Das 7 músicas do debut, meus destaques vão para River, Forest Song e Sun Dance. São inacreditavelmente empolgantes e criativas, com abundância de violões folk, guitarras, harmonias vocais deslumbrantes e batidas e quebradas de climas modernas e virtuosas, mas ao mesmo tempo com uma leveza e simplicidade de impressionar.

A canção que abre o álbum também marca muito pela pegada estridente da guitarra distorcida, vocal que acompanha o groove do riff e melodia da música. A bateria também vem num crescente, quebrando com muita criatividade. Essa lembra Led Zeppelin num nível excepcional de qualidade. O disco é realmente todo bom. Foi gravado em Nashville com o produtor Dave Cobb (Europe e Rival Sons).

Ele priorizou a nossa espontaneidade e nossa performance foi catapultada“. Disse Comeau. As letras são sempre voltadas para temáticas de preservação da terra, causas indígenas e problemas sociais em geral, além do misticismo folclórico local. Os vídeo clipes são outra marca registrada da Power Duo canedense. Trazem a expressão artística da banda e sua forma única de fazer música! O álbum e a banda são imperdíveis!!

Nota final: 8/10

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