por Roani Rock
Há certas coisas na vida que são insaciáveis, o brilhante rock do Pretenders é uma delas, nunca cansa. É bom escutar as canções pop deles, mesmo sendo o pop de outrora, sem uma repaginada.
Roani Rock
Confira mais Rock em 2020:
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Room Experience – Another Time And Place
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Gravadora: BMG Rights Management (UK) Ltd
Data de lançamento: 17/07/2020

Gênero: Rock
País: Inglaterra
O Pretenders é uma banda que já tem seu DNA formado. É como se os Ramones ou o AC/DC voltassem (indiferente a formação), você sabe o que está por vir. Com a banda da ainda relevante Chrissie Hynde não é diferente. Levada sessentista com baladas e músicas afiadas as emoções da vocalista, isso é novamente encontrado no recém-lançado décimo primeiro álbum de estúdio da banda.
É bem interessante prestar atenção no quantos os anos 80 estão transbordando pelas músicas de Hate For Sale, durante a audição de cada som. No álbum há uma forte influência da galera do CBGB, lugar onde tudo começou para eles. Há também uma certa semelhança ao The Clash, uma banda pouco rebuscada nos últimos anos. A fusão do reggae com o rock, os overdubs, bem característico é principalmente encontrada na canção Lightining Man.
As vezes identificamos que um disco é bom através da capa. A capa as vezes fala pelo seu conteúdo, ou o contrário, as músicas ressoam por ela. A faixa título, The Buzz e Maybe Love Is In NYC exercem bem esse papel e elas gritam, fazem o maior barulho. Para aquela que dá nome ao álbum, Chrissie garantiu em entrevista recente que nenhuma canção sua fala sobre política, normalmente são sobre decepções amorosas. O grupo anglo-americano, proeminente do final da década de 70, disse que Hate For Sale é uma espécie de tributo Punk a uma grande inspiração: o The Damned.
Juro que essa música não é sobre Donald Trump, Boris Johnson ou Bolsonaro. Nenhuma das minhas músicas fala diretamente de política, em geral elas falam sobre ex-relacionamentos mesmo.
Mas nem tudo é tão nostálgico e preso ao passado, o formato de 10 faixas em mais ou menos 30 minutos e meio quebra essa argumentativa. E neste formato tão adequado ao consumo de música atual fazem com que aja uma dança de salão com músicas que variam de estilos. Em Turf Accountant Daddy o ouvinte vai estar bem interessado em pular, se agitar e até quem sabe usar como trilha para uma pancadaria num bar da esquina ou enquanto estiver transando. Daí em diante o álbum vareia em ondas suaves de baladas como a belíssima You Can’t Hurt A Fool. Dela entramos em mais um “rockão”, I Didn’t No When To Stop.

Depois desse misto, Maybe Love Is In NYC, já citada, soa como o saudoso Tom Patty, então a faixa possui essa veia acústica com tempero americanizado. A música mais legal é Junkie Walk, simples e direta, sua estruturação soa como o The Kinks, temos ai uma protagonista.
Há um nome de peso por trás da produção do disco: Stephen Street. O produtor inglês já trabalhou com aclamados grupos como The Cranberries, The Smiths e Blur. Então fica evidente o porque do trabalho ter tido um resultado final tão satisfatório. Didn’t Want To Be This Lonely e a melancólica Crying in Public trazem a impressão de estarmos presenciando o álbum mais Classic Rock do Pretenders e isso é muito gratificante.
Nota Final: 8/10
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