Por Cleo Mendes
Thalassic, traz a banda se aventurando em águas desconhecidas de várias maneiras. Seu primeiro disco temático é sobre o mar, de sua beleza e aventura, a sua escuridão e mito.
Cleo Mendes
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Gravadora: Metal Blade Records
Data de lançamento: 10/07/2020

Gênero: Folk Metal
País: Finlândia
Olhando à fundo para a discografia do Ensiferum é de se espantar que eles nunca tenham gravado um álbum conceitual verdadeiro. Apesar de todas as histórias de guerreiros e batalhas e da natureza da Escandinávia, nenhum álbum de sua discografia de quase vinte anos teve um conceito verdadeiro e centralizado. Isso é, até agora. Seu último álbum, Thalassic, traz a banda se aventurando em águas desconhecidas de várias maneiras. Seu primeiro disco temático é sobre o mar, de sua beleza e aventura, a sua escuridão e mito. É em sua essência um álbum muito divertido, não há nada de particularmente inovador, mas a alegria na aventura descrita é bem interessante.
Seafarer’s Dream forece uma espécie de localização contextual e sonora, a trilha orquestral se encaixaria muito bem no último filme dos Piratas do Caribe. Apresentando o uso de um som orquestral estrondoso que permeia o resto do álbum, a faixa captura o escopo expansivo, a liberdade, a aventura e a escuridão do mar. Rum, Women, Victory possue um nome bem direto, a conversa agradável entre os guitarristas Markus Toivonen e Petri Lindroos brilha e mantêm o clima leve e divertidamente aventureiro.

Aliás, Thalassic tem uma adição especial, esse é o primero álbum do novo vocalista limpo Pekka Montin. Ele adiciona mais uma ferramenta versátil à ampla caixa da banda, que é bem explorada ao longo do álbum. Seus vocais se destacam e fornecem um expectativa de futuro interessante. Andromeda mantém o tom divertido com um riff celta saltitante, as harmonias se destacam novamente nessa música e o vocalista gurutal Lindroos, soa muito bem nessa faixa também.
Run From the Crushing Tide começa com um ritmo frio e intenso, mas essa é uma das poucas faixas em que nada se destaca muito. Há uma progressão de acordes de Power Metal neste, mais do que o normal. A intensidade aumenta quando chegamos o último quarto. For Sirens traz de volta alguns bons riffs celtas e mais alguns grandes grunhidos de Petri logo de cara. A melodia está realmente bem escrita aqui e a banda fez um ótimo trabalho ao juntar toda essa música melodicamente. Mais uma vez é nítido o “tom” divertido que o Ensiferum conseguiu entregar no disco.
Os aspectos mais sombrios do mar são finalmente capturados no One With the Sea, com um violento violão acústico na abertura. Aqui você imaginará tempestades, enterros no mar e o vazio esmagador de um oceano aberto. Os vocais de Montin são excelentes nesta faixa, e a orquestra é mais uma vez perfeitamente adequada às imagens e soa gradiosa sem ser extravagante. Os tímpanos e os chifres batem como ondas nas laterais dos barcos, e todos os elementos se juntam nessa trilha se destacam.
Com um conceito bem alinhado e músicas bem elaboradas e escritas, ainda senti falta de uma exploração maior da parte Folk aqui. Alguns momentos são puros de Heavy/Power e nessa região a banda acaba soando “mais do mesmo” mediano, sem mostrar o verdadeiro valor e talento. Mesmo assim, como já mencionado, quando a parte Folk entra, ela se destaca e ganha força mostrando o porque do Ensiferum ser um dos nomes mais importantes do estilo.
Thalassic agrada bem, embora contenha alguns novos floreios e um conceito claro, não é nada particularmente novo. A diversão acaba vencendo no álbum, e o Ensiferum se mostra mais uma vez ser uma banda talentosa que se apresenta de maneira consistente, sem se sentir velha ou cansada. Com um novo vocalista limpo em mãos, a banda tem um novo futuro expansivo pela frente. Sendo esse o primeiro trabalho conceitual, quem sabe eles não tomam gosto por explorar oceanos diferentes?
Nota final: 7/10
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