Review: Bloody Heels – Ignite The Sky

Por Lucas Santos

É só da uma olhada na foto dos caras para perceber de onde vêm as maiores inspirações para a música da banda. Mesmo com um toque europeu, a sonoridade é totalmente americanizada. O Hard Rock apresentado varia de algo mais pesado, passando pelas baladas e flertando com um lado mais melódico.

Lucas Santos

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Gravadora: Frontiers Records
Data de lançamento: 10/07/2020


Gênero: Hard Rock
País: Letônia

Bloody Heels é mais um filho da extinta porém “mais viva do que nunca” cena do Glam Metal oitentista de Los Angeles. Aliás, eles são também a primeira banda da Letônia que aparece por aqui. Embora Ignite The Sky seja o seu segundo álbum de estúdio completo, eles estão na cena de Hard Rock européia desde o começo de 2010. Após lançarem o seu primeiro disco Through Mystery (2017) de forma independente, acabaram chamando a atenção da Frontiers Records, e em 2019 assinaram o contrato com a gravadora.

É só da uma olhada na foto dos caras para perceber de onde vêm as maiores inspirações para a música da banda. Mesmo com um toque europeu, a sonoridade é totalmente americanizada. O Hard Rock apresentado varia de algo mais pesado, passando pelas baladas e flertando com um lado mais melódico. Existem bons momentos entregues pelo Bloody Heels mas a sensação após algumas audições e de que o álbum poderia ser melhor aproveitado.

O começo é promissor. A faixa de abertura, e título, traz uma vibe bem Reckless Love; batida rápida, ritmo alegre, som preenchido e solos extravagantes. A segunda faixa, Criminal Masterminds têm um riff mais pesado e vibe sombria, a voz do vocalista Vicky White não é algo fora de sério mas possui uma certa atitude interessante. A terceira faixa No Matter começa a mostrar o que realmente me incomodou no álbum, diferente do começo, o som aqui é vazio e a produção é exageradamente forte, principalmente em cima da voz. Toda a promessa captada nas duas faixas iniciais acaba se perdendo em momentos poucos inspirados e músicas de pedaços interessantes, mas de fraca execução e montagem estrutural.

O mesmo problema que relatei com o debut do Passion acontece aqui. Existem diversas ideias e referências mas a banda não consegue trabalhar de uma forma à construir músicas no mínimo cativantes. Se podemos mencionar um acerto em cheio, esse foi os solos de guitarra. Além da já citada faixa que abre o trabalho, Stand Your Ground e Sugar & Spice mostram que Harry Rivers bebeu nas fontes oitentistas de Eddie Van Halen, Robbin Crosby e Jeff LaBar e companhia.

No fim, o resultado final é desapontante. A sensaçao deixada, pela chance que o Bloody Heels teve de lançar um álbum com uma gravadora grande é de desperdício. O quarteto letão joga boas ideias na mesa, mas de uma forma muito desorganizada e sem foco. Tive muitas dificuldades de escutar Ignite The Sky sem me distrair ou fica intediado. Há espaço para melhora, porém, com uma exurrada de projetos e bandas novas em que a Frontiers trabalha, fica difícil acreditar em uma segunda tentativa mais acertada. Se houver.

Nota final: 5/10

4 comentários sobre “Review: Bloody Heels – Ignite The Sky

  1. Discordo veementemente do review, achei um hard rock moderno com músicas bem trabalhadas, melódicas que grudam na cabeça, até utilizaram um sax em uma das faixas. Sensacional o trabalho da banda, acima da médica comparada à enxurrada de álbuns do gênero que são lançados. Acredito que mereça mais algumas audições mas o tempo dirá se ouviremos mais lançamentos desta banda pela Frontiers. Parabéns pelo trabalho, abraço

    1. Gui, obrigado pelo mensagem. Realmente não desceu muito bem pra mim, comparado com os outro lançamentos de Hard Rock que tivemos esse ano: Eletric Mob, House Of Lords, Thundermother, Confess, Heat, Dirty Shirley e outros, eu achei o Bloody Heels um dos mais fracos e menos sem “pegada”. Mas vale uma audição certamente pra ver se com um tempo desce melhor. Obrigado pelas palavras, forte abraço!

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