Review: Sharptooth – Transitional Forms

Por Lucas Santos

Transitional Forms entrega mais ou menos os mesmos objetivos que são realizados com a mesma excelência, se não ainda melhor.

Lucas Santos

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Gravadora: Pure Noise Records
Data de lançamento: 10/07/2020

Gênero: Hardcore
País: Estados Unidos

Me lembro que foi em 2018, no site da Kerrang! que ouviu falar pela primeira vez da banda americana de Hardcore, Sharptooth. Na época, Clever Girl, o único álbum da banda, tinha sido lançado um ano antes pela gravadora Pure Noise Records, e chamou bastante a atenção da cena, mostrando o quão certeira a gravadora é para a descoberta de bandas desse estilo (Knocked LooseSenses Fail, and Less Than Jake). Além do instrumental que inclui toneladas de sons agressivos e explosivos além de muita técnica demonstrada em sua execução, a banda usa a feroz e absurda voz da sua frontwoman Lauren Kashan para passar sua mensagem política feroz, além de performar shows ao vivo caóticos.

Por Clever Girl ser um dos discos mais importantes e poderosos nesse estilo nos últimos anos – faixas como Fuck You Donald Trump, Give ‘Em Hell Kid e Blood Upon Your Hands, que despejam com autoridade toda a fúria da banda – o segundo álbum do quinteto, Transitional Forms, foi um dos trabalhos mais aguardados por mim este ano. Posso afirmar desde já que estou extremamente satisfeito e mais uma vez de queixo caído com aguns momentos incríveis que o grupo de Baltimore conseguiu criar.

Três anos após o seu debut, parecem que o número de coisas para se ficar revoltado só aumentaram (só o ano de 2020 vale uns 5 álbuns de puro grito de raiva), Transitional Forms entrega mais ou menos os mesmos objetivos que são realizados com a mesma excelência, se não ainda melhor. Parece que é um álbum mais enfurecido. Não há nenhuma maneira que possa ser mal interpretada como insincera, não com uma vocalista como Lauren, cuja intensidade e volume vocal só aumentaram e melhoraram ao longo dos anos soarem de outra forma. Ela é sem dúvidas uma das melhores vocalistas do hardcore moderno. Que voz!

Seja na mensagem direta para outras bandas sobre os abusos das plataformas digitais na faixa de abertura Say Nothing (In The Absence Of Sound), o canto feminista em Hirudinea, saúde mental em Mean Brain ou um grito de oposição sobre aqueles que dizem para manter “política fora da música” em 153, o álbum todo é repleto de momento libertadores, riffs potentes de guitarra, bateria arrebatadora e show de performance de Lauren. A produção é um ponto forte também, o ótimo balanceamente e extrema noção de volume e preenchimento dos instrumentos traz ao ouvinte uma sensação de potência e aquele soco direto no estômago.

Transitional Forms é o confronto mais feroz e sangrento possível com o hardcore. O Sharptooth parece estar no limite, mas eles nunca perdem o foco aqui nem uma vez. Em apenas trinta minutos, não há muito tempo desperdiçado, e isso é canalizado para o Hardcore, que soa tão destrutivo quanto ao pé da letra. O linha entre o Punk e o Metal se forma de maneira fácil, há momentos mais melódicos como em Nevertherless (She Persisted) e as, pouca, partes mais calmas são bem vindas e adicionam momentos diferentes.

Novamente, de forma feroz e incendiária, o Sharptooth entrega um dos melhores álbuns de Hardcore do ano. Não ouveram experimentos, apenas um salto para cima de onde Clever Girl foi deixado. O quinteto de Baltimore reafirma o porque de ser uma das melhores bandas da cena no momento, porque Lauren é uma das vozes mais impressionates e porque a música que atinge o fundo do problema ainda é mais que essencial.

Nota final: 8/10

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