Review: Bury Tomorrow – Cannibal

Por Lucas Santos

Há momentos que tiram um suspiro mais inevitável, mas, infelizmente, todas as faixas em geral são praticamente as mesmas. O irritante é que tudo é bom.

Lucas Santos

Confira mais metal em 2020:
Havok – V
Alestorm – The Cursed Of The Crystal Coconut
Elder – Omens
Code Orange – Underneath
Divine Weep – The Omega Man
Currents – The Way It Ends
Lamb Of God – Lamb Of God

Gravadora: Music For Nations
Data de lançamento: 3/07/2020

Gênero: Metalcore
País: Inglaterra

Ano passado eu escrevi sobre sobre a versão “Deluxe” do Black Flame, originalmente lançado em 2018. Escrevi que no mundo do metalcore o Bury Tomorrow é uma das bandas mais injustiçadas. Acho que eu continuo com esse pensamento mas adicionando um porém. Eu não vejo a banda se esforçando para além de ser uma boa banda de Metalcore. Pode ser que eles tenham atingido o ápice criativo e todo o seu potencial já foi alcançado, mas a verdade é que existe um grande problema no famoso “mais do mesmo”.

Se você gostou do Black Flame, também vai gostar do Cannibal. O quinto álbum de estúdio da banda ultiliza as mesmas formas já conhecidas e repetitidas excessivamente. Se você deseja ouvir mais Metal melódico e Metalcore, este é um álbum perfeito para você. Mas se você quiser algo emocionante, talvez isso não agrade sua imaginação. Parece que o disco que engatar a quarta marcha mas nunca consegue sair da terceira.

A verdade é que nenhuma música consegue bater a introduçã, Choke. Lá pro meio, The Agonist é um suspiro de talvez coisas maiores acontecerão, mas tudo fica meio em “banho maria”. Cannibal, a faixa-título, é poderosa e, indo direto ao ponto, há uma pequena pista despretensiosa até o ponto em que o vocalista Daniel Winter-Bates cospe algumas letras brutais. Seus vocais sempre foram acima da média, junto de alguns dos grandes nomes da cena, e apesar de ser uma faixa bem epecial para a sua voz, o resto deixa um pouco a desejar. Falando em vocais, Jason Cameron cuida muito bem das partes mais limpas, a sua voz tem um tom muito agradável, não apenas no destaque The Gray (VIXI), mas em todas as outras músicas.

Há momentos que tiram um suspiro mais inevitável, mas, infelizmente, todas as faixas em geral são praticamente as mesmas. O irritante é que tudo é bom. Não há uma que tenha perdido o alvo, porque elas são parecidas demais. É quase uma extensão de Black Flame, e isso se torna bem tedioso conforme as audições vão acontecendo. E um bom álbum, mas matendo em mente que existem muitos “bons álbuns” por aí.

Cannibal não é ousado, o Bury Tomorrow joga em uma zona de conforto que chega a irritar. Eles não se arriscam como muitas outras bandas de Metalcore da mesma safra deles vem fazendo nos últimos anos. Há um público muito específico e de novo, se você gostou dos trabalhos anteriores, o álbum vai te servir muito bem. Se procura alguma inovação, nem que seja a mínima, talvez seja melhor não esperar muitas surpresas.

Nota final: 6,5/10

Um comentário sobre “Review: Bury Tomorrow – Cannibal

Deixe uma resposta