Por Lucas Santos
É um metal progressivo com influências eletrônicas e técnicas com forte presença do Death Metal melódico. The Ultimate Multiverse é o segundo trabalho completo de estúdio, que além de trazer as influências já citadas, carrega um som bem atmosférico com pegadas de ficção científica.
Lucas Santos
Confira mais metal em 2020:
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Gravadora: Narcoleptica Productions
Data de lançamento: 20/06/2020

Gênero: Metal Progressivo/Tech Melodeath
País: Polônia e Australia
Músicos de todo o mundo tem se desdobrado para sobreviver durante o ano de 2020. Com a parte ruim de cancelamentos de turnês, adiamentos de álbuns e alguns prejuízos incalculaveis, pudemos notar uma criatividade imensa na forma de disponibilizar conteúdo e divulgar os trabalhos. A febre das lives e os diversos colabs disponibilizados nos últimos meses, além de promoções em produtos de merchandising, foram algum dos artifícios que muitas bandas usaram.
Recebi por email esses dias o material de um projeto que tomou forma em 2018 mas que faz muito sentido em tempos atuais. O Chaos Over Cosmos é um projeto polonês-australiano de dois caras – Joshua Ratcliff (vocal) e Rafal Bowman (guitarra, sintetizador e programação da bateria) – que nunca se conheceram, 100% feito online. É um metal progressivo com influências eletrônicas e técnicas com forte presença do Death Metal melódico. The Ultimate Multiverse é o segundo trabalho completo de estúdio, que além de trazer as influências já citadas, carrega um som bem atmosférico com pegadas de ficção científica.
A ambientação futurista e viajada toma conta em diversos momentos, a faixa de abertura Cascading Darkness mostra o ótimo trabalho de guitarras com um solo de abertura e um riff presente. Vocais de Death Metal são marcantes, porém do meio pro fim somos surpreendidos com um canto melódico de Joshua. One Hundred abusa dos sintetizadores no começo, parece uma faixa de um dos clubes espaciais que passamos durante nossa jornada em Mass Effect, ela acaba se quebrando no meio e fica mais potente e agressiva, com um solo rápido e criativo.

Consumed se mistura na mesma pega, os vocais são bem mais limpos e agudos, Joshua mostra um pouco de variação em seu range mesmo sendo nítido que esse não seja o seu lugar mais confortável. We Will Not Fall possa ser o meu momento favorito. Aqui, as ideias jogadas no álbum fazem mais sentido; desde a introdução ambiente ao riff inicial bem Death Metal passando pela guitarra mais melódica e cantos sombrios que progridem à um interlúdio intermediário, mudança de voz, solo arrebatador e riffs mais agressivos.
O projeto é interessante, os músicos presentes mostram uma criatividade intriguista e a execução é muito boa. Por ser algo 100% online é notável que o trabalho soa mais robótico que o habitual, senti falta de momentos mais orgânicos, mas foi algo que já esperava quando li do que se tratava. As longas faixas também trazem um problema de continuidade, existem mudanças de ritmos e sonoridades em cada uma, algo habitual, mas as conexões às vezes soam bem forçadas e nada original.
The Ultimate Multiverse é certamente foge do senso comum. Fãs de ficção científica devem dar uma chance. Ao pessoal do progressivo, fica a curiosidade das misturas atrativas e envolventes. Já a galera que curte o Death Metal pode se dividir no meio de tantas outras características carregadas pela banda. Em tempos difíceis, trabalhos 100% online podem ser uma boa saída, o Chaos Over Cosmos já teve essa ideia anteriormente, porém, ultilizou de maneira inteligente um trabalho que progride e pode ter um impacto maior no futuro.
Nota final: 7/10
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