Review: Mt. Joy – Rearrange Us

Por Lucas Santos

Rearrange Us foi um álbum muito aguardado por mim. Ele traz a sonoridade característica da banda, uma mistura de indie-rock/folk com ritmos de rock clássico e blueseiros. A diferença para o debut é que desa vez temos um foco bem grande em funk rock e faixas mais melancólicas.

Lucas Santos

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Gravadora: Dualtone Music Group
Data de lançamento: 5/06/2020

Gênero: Indie Rock
País: Estados Unidos

Lá pelo começo de 2019 a The Rock Life publicou oficialmente a sua primeira matéria – Os melhores álbuns de 2018 – e dentro dela estava o debut homônimo do Mt. Joy. Esse é um dos meus trabalhos de indie rock “moderno” preferidos, algo que me fez seguir a banda muito de perto e passar a descobrir mais coisas desse gênero que não é muito a minha praia. Também, o show que tive a oportunidade de ir no fim do ano passado foi outro momento significativo para sacramentar a importância do quinteto dentro da cena.

Rearrange Us foi um álbum muito aguardado por mim, ele continua com a abordagem da sonoridade característica da banda, uma mistura de indie-rock/folk com ritmos de rock clássico e blueseiros. A diferença para o debut, é que dessa vez, temos um foco bem grande em funk rock e faixas mais melancólicas. Essas abordagens acabam funcionando em partes; Bug Eyes é uma boa faixa de abertura, longa, mas com timbres e efeitos de guitarra interessantes e uma ambientação bem viajada, já a guitarra funkeada de Sam Cooper começa a aparecer na dançante faixa título e se extende para a sonoricamente bizarra My Vibe.

Grande mente por trás da grande maioria das composições, o vocalista e guitarrista Matt Quinn possui uma voz muito sutil e doce, com belas alternâncias entre graves e falsetos; ele pode ir de um alegre “uh lala” em Death até uma melancólia e carregada performance em Every Holiday. Outros pontos de destaque ficam com a mais grandiosa Witness e, a inicialmente soturna, porém ambiente e instrumental, Acrobats.

Como previamente dito, existem escorregões no caminho. Us tenta ser sutil e obscura, mas é arrastada (mesmo com 2 minutos) e chata, Have Faith parecer ser uma espécie de mensagem positiva e prelúdio no meio do caminho, mas não se encaixa no andamente do álbum, já Become, é um exemplo claro de falta de acabamento, uma faixa que fica no meio do caminho, mesmo problema que sofre Come With Me, que apesar de efeitos legais, é bem mediana.

O cargo chefe, e grande momento é a fantástica última faixa, Strangers. Essa talvez seja a melhor composição do Mt. Joy nos seus quase 5 anos de carreira. Aqui, todas as qualidades da banda estão fortemente manifestadas; piano presente, vocais alternados e emotivos, ritmo funkeado, timbre sutil e um arranjo pegajoso. Essa é uma música a ser repetida e repetida por muitas vezes.

Outro fator que atrapalhou bastante na audição foi a quantidade de faixas disponibilizadas como singles, foram 8 (oito!). Mais da metade de um álbum com 13 faixas – vale explicar que muitas delas foram divulgadas em forma de agradecimento e apoio durante a pandemia – mas o fator surpresa caiu de forma brusca. Eu praticamente já tinha uma opinião formada muito antes do lançamento oficial.

Rearrange Us é um álbum que eu vou voltar a escutar por mais vezes, mas muito em função de partes e faixas separadas. Eu dificilmente irei conseguir escutá-lo na íntegra, porém, faixas como Strangers, Rearrange Us, Every Holiday e Let Loose fazem com que o segundo trabalho de estúdio do Mt. Joy tenha um sabor diferente. Ele não é melhor que o primeiro, mas devido aos fortes singles e uma clara adição de ritmos mais presentes, ele vai atrair mais ouvintes para essa banda que sim, segue em ascenção de forma muito rápida.

Nota final: 7/10

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