Review: Bleed From Within – Fracture

Por Lucas Santos

Poucas bandas de metal moderno conseguem entregar o que foi entregue aqui. Poucos segundos dentro da introdução The End Of All We Know e percebemos de imediato o quão gradioso e, repito, bem produzido é o álbum.

Lucas Santos

Havok – V
Seven Spires – Emerald Seas
Elder – Omens
Code Orange – Underneath
Lady Beast – The Vulture’s Amulet
Malist – To Mantle The Rising Sun

Gravadora: Century Media Records
Data de lançamento: 29/05/2020

Gênero: Metalcore
País: Escócia

Quando uma banda dá um salto do tamanho que o Bleed From Within deu do Uprising (2013) para o último trabalho, Era (2018), é de se chamar a atenção por diversos motivos. Primeiro, a banda atingiu um nível de maturidade e coesão em suas composições e segundo, existe um cuidado muito maior na produção e na divulgação do material. Tudo isso, aliado à boas músicas e um peso insanamente impactante e massivo, tornou o lançamento de Fracture, o quinto de estúdio da banda, algo muito esperado pelo público.

Poucas bandas de metal moderno conseguem entregar o que foi entregue aqui. Poucos segundos dentro da introdução The End Of All We Know e percebemos de imediato o quão gradioso e, repito, bem produzido é o álbum. Passando por Pathfinder e Into Nothing o que recebemos é uma mistura super sônica de groove, peso e agressividade. Apenas esse começo já é o suficiente para te deixar como o sangue correndo mais rápido, vonta de botar as mãos pro ar e sair pulado pela casa. O vocalista Scott Kennedy se mostra um dos nomes mais poderosos da cena e o baterista Ali Richardson traz à mesa momentos criativos e geniais.

Fall Away e Night Crossing – que traz o toque especial de Matt Heafy nos solos – mostram também que a técnica da banda é muito apurada e, quando bem usada na brutalidade que é inserida, o produto final não é nada diferente de espetacular. Algumas experimentações são usada. Utopia incorpora um toque de guitarra clássica que atinge uma atmosfera de familiaridade e emoção. Uma faixa que marca todos os quadrados do heavy metal; riffs rápidos, uma introdução ao ambiente, progressões de acordes exuberantes, colapsos saborosos e um solo de guitarra estridente.

A Depth That No One Dares fecha o álbum. Uma música que tem tudo o que já ouvimos até agora. O baixo e as guitarras brilham maravilhosamente, os leads rápidos criam um gancho viciante que faz o fim ser tão especial quanto o começo. O álbum termina da mesma maneira que começou – nível de êxtase. Assim que Fracture acabou, minha sensação foi de ter passado 43 minutos em meio à um campo de batalaha, não sabia o que fazer, para onde ir.. daí eu apertei o play denovo.

As músicas em Fracture, em si, não trazem uma imensa novidade em questões de arranjo, novidades e estruturas, porém, com o abuso saudável de tudo de mais moderno que as produções podem oferecer para o metal, o Bleed Of Within entrega um dos sons mais puros do metal moderno. Poucas bandas conseguem tocá-lo no nível de intensidade em que eles fizeram aqui. Um dos melhores registros de 2020.

Nota final: 9/10

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