Review: Dark Forest – Oak, Ash & Thorn

Por Lucas Santos

Bastou terminar o prelúdio Ælfscyne, e com menos de um minuto dentro de Wayfarer’s Eve eu já estava vendido. Os riffs cativantes de abertura e o refrão grudento, sempre com ótimo trabalho das guitarras, dá ao álbum um forte começo e prende a atenção para as faixas seguintes.

Lucas Santos

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Gravadora: Cruz Del Sur
Data de lançamento: 10/04/2020

Gênero: Heavy Metal
País: Inglaterra

Em alguns momentos gosto de dizer em alto em bom tom que o Iron Maiden é minha banda favorita de todos os tempos. As vezes parece meio óbvio que metade das bandas de heavy metal tem na donzela de ferro uma forma de se espelhar e de usar sua sonoridade como referência. Porém, nenhuma delas entregou algo que fosse perto do “parecido”. Algumas tiveram momentos que flertaram com tal: Angra em Fireworks, alguma material no começo do Edguy, Dream Evil em Dragonslayer e algo remotamente do Hammerfall. Porém, a dificuldade de remontar e executar os momentos criados pelo Maiden não são fáceis, indicando o porque de ser uma banda tão única e referência no mundo do metal.

É muito difícil encontrar algo que se assemelha a combinação da voz incansável de Bruce Dickinson, o baixo cavalgar de Steve Harris, as guitarras gêmeras de Adrian e Murray – agora tripla com Janick – e a bateria criativa de Nick McBrain. Pois bem, Oak, Ash & Thorn, quarto álbum de estúdio da banda britânica Dark Forest, foi o que de mais aproximado eu consegui escutar durante todos esses anos. Sim, nesse tempo conheci algumas bandas que lembrassem Maiden, mas a qualidade eram totalmente esquecíveis – tanto que nem consegui me lembrar dos nomes no momento- fazendo com que o Dark Forest varra qualquer um que já ousou em algum momento, andar por esse território.

Bastou terminar o prelúdio Ælfscyne, e com menos de um minuto dentro de Wayfarer’s Eve eu já estava vendido. Os riffs cativantes de abertura e o refrão grudento, sempre com ótimo trabalho das guitarras, dá ao álbum um forte começo e prende a atenção para as faixas seguintes. The Midnight Folk é outro momento de puro êxtase e apreciação. O baterista Adam Sidaway não abusa do pedal duplo, mas o usa com moderação e nos momentos certos.

Mesmo não gostando de usar muito comparações quando escrevo sobre alguma banda, aqui fica quase inevitável não citar o Maiden. As letras também tem uma influência gigantesca, os temas abordados passam da mitologia, acontecimentos históricos e patriotismo inglês (The Trooper?).

Dark Forest tem os seus méritos em alguns momentos, de soar mais original, mas é difícil não gerar menções ao Iron maiden, fazendo com que a banda sofra com um problema de identidade particular, não de gênero. A faixa título Oak, Ash & Thorn, que tem 11 minutos, é um dos momentos mais particulares que, apesar de demasiadamente longa, percorre por outros caminhos interessantes. Eadric’s Return e a instrumental Heart of the Rose são outras faixas que chamam a atenção pela técnica, rapidez e criatividade dos riffs, que são construidos em uma mescla de peso e melodia.

Oak, Ash & Thorn certamente mantém o que o Dark Forest vem fazendo em mais de 18 anos de estrada. Um sólido álbum que, apesar de não ter nada de original, conversa diretamente com os fãs da NWOBHM e entrega momentos especiais. Não, ele não consegue competir de igual pra igual com as bandas mais famosas, mas certamente é um ótimo regitro.

Nota final: 7/10

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