Paul Weller

por Roani Rock

Bem vindo à mais uma categoria de conteúdo disponibilizado pela The Rock Life pra você, amante da boa música, mais precisamente do rock e metal.

Toda semana iremos indicar bandas, digamos, desconhecidas no grande cenário e pouco mencionadas nacionalmente. A ideia é apenas espalhar o som de bandas diferentes, “novas” e que não tiveram espaço aqui. Tentaremos focar naquelas que tiveram álbuns que não foram resenhados ainda. Do rock clássico ao metal extremo, aqui vale de tudo. Traremos uma beve explicação da banda e álbuns essenciais da discografia, sem muita aprofundação, o conceito do “Banda da Semana” é apenas disponibilizar novos nomes a vocês. Aproveitem.

QUEM É?

Dessa vez resolvemos trazer não uma banda, mas sim a mente criativa que está por traz de duas grandes bandas, uma reconhecida e a outra esquecida no tempo, pelo menos pelos brasileiros. Paul Weller é um guitarrista e multi-instrumentista inglês que formou o The Jam nos anos 70 com a premissa de trazer um pouco de Mod para os tempos de punk, movimento ao qual eles sinceramente não fizeram parte, mas eles ficaram no mesmo bonde, até acompanhando o Clash em turnê. Entretanto, o sucesso ficou restrito a terra da rainha e a banda se desfez.

Ele não fez só parte do The Jam, ainda nos anos 80 ele criou a The Style Council que abolia as amarras do punk e flertava mais com o som que era popular na época e ao mesmo tempo soando clássico, algo mais ligado ao pop e uso de sintetizadores, como uma “Motown moderna” acrescida ao Jazz. Dentre os grandes sons da banda está a balada You’re The Best Thing, o hit atemporal Shout To The Top e Walls Come Tumbling Down! todas com suas devidas peculiaridades. A banda trouxe ao Weller um gostinho do que é ser reconhecido nos EUA, já que a banda teve singles na Billboard Hot 100, principal gráfico de vendas de registros para a industria da música.

Após o Style Council, nos anos 90 ele engrenou em uma excelente carreira solo que lhe rendeu o apelido, ou nomeação se preferir, de Modfather. Em seu trampo solo ele ficou mais plural, buscando ainda mais o Rhythm and blues. Ele também apadrinhou artistas e bandas do conhecido Britpop ao qual foi incessantemente atrelado, nomes como o de Noel Gallagher do Oasis, Kelly Jones e seu Stereophonics, e a banda The Coral receberam sua benção e apoio.

POR QUE VOCÊ DEVE ESCUTAR?

Além dessas questões, creio que escutar esse cara não só faz parte de entender a evolução da música britânica durante os anos, mas também é uma oportunidade de experimentar e se inspirar em um artista que nunca parou quieto e nunca se dá por satisfeito, vide estar lançando discos ao menos de três em três anos, o último dele foi de 2018. São 15 álbuns de estúdio em carreira solo, sete com o Style Council, mais nove com o The Jam, sendo seis de estúdio e três ao vivo.

Ele não é o tipo de cara que liga para rankings, mal conseguiu um número 1, não liga pra mídia, não precisa ser headline de festivais. Mas seus shows em grandes e médias casas lotam, no Hyde Park foi gigante, e diga-se de passagem, os concertos dele são animais! Ele é um grande showman e é difícil alguém achar monótono ou cansativo o que ele proporciona.

QUAL ÁLBUM VOCÊ DEVE ESCUTAR?

É até um pecado dizer um álbum só para uma obra tão extensa, vou indicar um de cada banda e por fim colocar a disposição para ouvir nos links do Spotify também um álbum de sua carreira solo.

Se recorda que falei que uma das bandas é lembrada e a outra meio que esquecida? Bem, creio que pelo entender da história do rock, acho que até na terra deles o The Jam continua sendo gigante. E por razão disso, não há algo mais visceral que indicar o primeirão In The City, recomendadíssimo pensando na banda. Mas como a matéria é sobre o Paul Weller, creio que o último álbum lançado por eles funcione melhor para mostrar o músico em sua essência. The Gift, possui grandes canções: a formidável Carnation, Town Called Malice, Just Who Is The 5 O’Clock Hero? e a faixa título. Elas funcionam como a transição do Paul para algo mais experimental e psicodélico que a banda de certa forma até absorveu, mas não ao ponto de convencer Paul que logo após saiu para formar seu novo grupo.

Bem, já o The Style Council me parece uma banda mais requintada, que pra se ter uma procura tem que ter tido uma pesquisa ou indicação de quem entende de música. Para conhecê-los você pode iniciar os trabalhos pelo primeiríssimo ele é o mais indicado para gostar dessa onda sonora rica. O fantástico Cafe Blue mistura jazz, rock e pop, flertando até com a música brasileira que Paul já disse ser crucial em sua vida.

Para esse disco recomendo fortemente as 6 primeiras músicas The Whole Point Of No Return e Me Ship Came In! tem até um quê de bossa nova, e também a décima que foi citada na matéria, You’re The Best Thing. Ainda tem a chamada Gospel que flerta com o Funk e rap. Quem não se apaixonar por essa banda precisa de tratamento, porque é tanta riqueza sonora, tantas nuances. Fazem a definição de brilhante ser atualizada.

Já para carreira solo, Stanley Road de 1995 é o mais requisitado. Provavelmente por soar como a onda daquele momento que era o Britpop. O disco correspondeu tão bem ao passar dos anos que virou inspiração para o The Who, ídolos de Paul Weller, desenvolverem a capa de seu último álbum Who do final do ano de 2019. Se parece só um reconhecimento de velhos ou amigos, acredito que seja de grande relevância.

Esse disco tem grandes canções, inclusive “I Walk on Gilded Splinters” que recebe apoio de Noel Gallagher citado anteriormente na matéria. Mas além dessa parceria, o hit The Chngingman, música primordial e impossível de faltar em seus sets no show, You Do Something To Me, Woodcutter’s Son, Whirlpool’s End e Broken Stones.

Deixe uma resposta