Review: Wartooth – Programmed Dichotomy

Por Lucas Santos

No caso do Wartooth, que é um projeto australiano da dupla de músicos Andy Knappstein (guitarra e voz) e Nathan “Wally” Knappstein na bateria, as referências são puras e claras, bandas da velha escola do Big 4, Overkill, o próprio Testament, Iced Earth, Nuclear Assault e Exodus, combinado com diversos outros atos da música pesada.

Lucas Santos

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Gravadora: Independente
Data de lançamento:
9/04/2020

Gênero: Thrash Metal
País: Austrália

Não achei que na mesma semana em que o Testament lançou o incrível Titans of Creation, outra banda do mesmo estilo me chamaria tanto a atenção a ponto de deixar as lendas do thrash um pouco de lado. No caso do Wartooth, que é um projeto australiano da dupla de músicos Andy Knappstein (guitarra e voz) e Nathan “Wally” Knappstein na bateria, as referências são puras e claras; bandas da velha escola do Big 4, Overkill, o próprio Testament, Iced Earth, Nuclear Assault e Exodus, combinado com diversos outros atos da música pesada.

Mesmo estando na ativa desde 2013, Programmed Dichotomy é o primeiro lançamento do projeto, de forma independente, que mistura e mostra claramente a intenção do tipo de som e do tipo de público eles querem atingir. É notável que apesar de ser lançado sem a ajuda de nenhuma gravadora ou estúdio conhecido, a produção do álbum é quase impecável. O tom da guitarra e a pressão da bateria – algo que pra mim é indispensável nesse tipo de som – são muito bem escolhidos, e que mesmo com uma tsunami sonora conseguimos distinguir cada detalhe instrumental e vocal.

Andy é um vocalista diferenciado, logo na longa abertura Wired To Die, ele mostra variações vocais que não se prendem apenas ao usual. O seu agudo, que apesar de ser usado à exaustão, lembra muito o de Tom Araya em Raining Blood, e quando preciso, a sua voz consegue ser feroz, melódica e assustadora. Os seus solos tem uma boa mistura de melodia, rapidez e agressividade, e seus riffs criativos impressionam em diversos momentos. Os backing vocals são parte importante no álbum, em diversas ocasiões as frases são jorradas no estilo crossover dando poder e agressividade.

Nathan tambem brilha, seja nas quebradas em Scourge ou sendo mais direto, como no no single Venomhead, ele mostra que não é um baterista comum. O baixo – não existe informações de quem tocou – também se destaca nessa faixa e faz um trabalho essencial durante todo o álbum. Em suma, é implícito que o Wartooth sabe o que está fazendo e que domina muito bem essa área.

O que temos aqui é uma enxurrada de porradas que falam sobre morte, rebeliões e depotismo. Predator e a faixa de encerramento As Darkness Comes são outros destaques positivos, temos até um cover de Slave To The Grind do Skid Row, que é uma boa homenagem, apenas. A repetição foi instantânea.

O saldo de Programmed Dichotomy é bem positivo. Tirando momentos “mais do mesmo” que agradam até certo ponto mais se tornam esquecíveis em um curto espaço de tempo, o Wartooth entrega uma ótima coleção de pancadas que vai satisfazer todos os amantes de thrash metal. Quem sabe eles não arranjam uma gravadora e em próximos trabalhos a divulgação seja melhor, talento eles tem… de sobra.

Nota final: 7,5/10

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