Review: Vulcano – Eye In Hell

Por Lucas Santos

Um fato interessante de Eye In Hell é que esse é o primeiro álbum que a banda assina um contrato de gravação com um rótulo com nome e foco no Metal, a Mighty Music.

Lucas Santos

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Gravadora: Mighty Music
Data de lançamento: 13/03/2020

Gênero: Thrash Metal
País: Brasil

O Vulcano é uma verdadeira entidade do metal nacional, o fato de uma banda de thrash/black metal brasileira que existe há quase 40 anos ainda lançar material novo em pleno ano de 2020 em si já é uma incrível. Os brasileiros de Santos foram uma das primeiras de heavy metal do Brasil, começando a existir algum tempo antes do surgimento das maiores exportações do metal nacional, Sepultura.

Com álbuns que sempre foram inacessíveis demais para aparecer em outros lugares a não ser no heavy metal underground com alguma regularidade, porém ao lado das bandas brasileiras Sarcofago, Mutilator e outros, sua mistura primitiva e surpreendentemente violenta de black e thrash metal alcançou um status de lenda mundial de culto entre alguns praticantes do gênero- especialmente o temido círculo interno de black metal da Noruega anos 90.

Um fato interessante de Eye In Hell é que esse é o primeiro álbum que a banda assina um contrato de gravação com um rótulo com nome e foco no Metal, a Mighty Music. Sobre isso o guitarrista Zhema Rodero, único membro da formação original que permanece na banda, explica:

“O Vulcano sempre foi uma banda de “faça-você-mesmo” em sua essência, desde o primeiro álbum, mas pela primeira vez em quase 39 anos de carreira, assinamos um contrato de gravação com um rótulo com nome e foco no Metal. Estamos muito orgulhosos de estar agora em uma lista com artistas renomeados – alguns deles criados na mesma época que nós- como Tygers of Pan Tang e Artillery. Essa união nos deu motivação extra e energia para continuar e acredito que ainda temos muitos álbuns e shows pela frente”.

Zhema Rodero, no material da promo

Eye In Hell não foge da proposta que a banda segue em quase 4 décadas de música. É o old school thrash metal de riffs cavalares, bateria presente com passagens de black e speed metal. Luiz Carlos Louzada mostra uma boa versatilidade vocal ao navegar por esses estilos e a produção ajuda a trazer o peso necessário de cada faixa. A abertura Bride of Satan já dita o tom e revela o quão direto o som dos caras é, Sirens of Destruction passeia por quebradas de balançar a cabeça e a faixa título que encerra o disco tem uma atmosfera mais densa e pitadas de doom metal.

Em alguns momentos, lá pelo fim do álbum as influências de Black Metal ficam mais espostas com os riffs em Cybernetic Beast e When The Day Falls que acaba expondo mais nitidamente o ótimo trabalho nas linhas de baixo de Carlos Diaz.

Os caras do Vulcano são verdadeiros heróis do metal nacional, em um ano que o Sepultura lançou o surpreendente Quadra, a banda santista pode impressionar os fãs mais antigos de metal e até arrastar multidões mais novas que não tinham conhecimento profundo de sua importância, como eu, a embarcar nessa batalha incansável de resistência do underground brasileiro. Vida longa!

Nota final: 8/10

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