Review: Ozzy Osbourne – Ordinary Man

Por Lucas Santos

Fazem dez anos desde o último lançamento de estúdio do cantor (Scream) e mais uma vez Ozzy não está sozinho, a lista de musicos que “ajudaram” o madman em Ordinary Man é extensa.

Lucas Santos

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Gravadora: Epic Records
Data de lançamento: 21/02/2020

Gênero: Heavy Metal
País: Inglaterra

Infelizmente não podemos falar de um novo álbum de Ozzy Osbourne sem mencionar os recentes problemas que o madman teve com a sua sáude. As recentes quedas domésticas, suas doenças crônicas e problemas neurológicos depreciativos fazem parte do cotidiano atual do cantor, que recentemente cancelou pela segunda vez a sua turnê norte americana por complicações do seu estado de saúde, fazendo essas serem questões impossíveis de fugir. Mesmo assim é louvável que ele ainda estava produzindo e lançado esse tão inesperado álbum Ordinary Man. Ozzy poderia muito bem tirar um tempo para se cuidar e até mesmo encerrar de vez sua carreira, tendo em vista que ele não precisa provar nada a ninguem.

Fazem dez anos desde o último lançamento de estúdio do cantor (Scream) e mais uma vez Ozzy não está sozinho, a lista de musicos que “ajudaram” o madman em Ordinary Man é extensa. O baixista Duff McKagan, por exemplo, participou da composição de 7 faixas, além de tocar em todas menos na quinta e na 11ª. Chad Smith (baterista do Red Hot Chili Peppers) toca da primeira até a nona faixa. Tom Morello participa de Scary Little Green Men, a melhor faixa do álbum e talvez uma das melhores composições de Ozzy em 20 anos.

Além dos vários músicos dentro do rock e metal, contamos com a participação dos rappers Post Malone em It’s Raid (single que foi responsável pelo começo desse projeto, lançado antes da confirmação do novo álbum) e Take What You Want, que também conta com Travis Scott. A primeira é uma música interessante, Malone e Ozzy conversam bem e a faixa é bem energética, estilo punk rock, que, apesar de destoar do resto do álbum, não compromete. Take What You Want por outro lado é totalmente desnecessária, aqui o Príncipe das Trevas soa deslocado (mal soa porque ele quase não canta) e faria muito mais sentido que ela fosse de algum disco de Post Malone, encaxaria melhor.

Uma dose de nostalgia vem à mente no primeiro riff de Straight To Hell quando Ozzy “All right now!“. Tanto a faixa que abre o disco quanto a segunda All My Life tem ótimos trabalhos de guitarras também de Andrew Watt e Slash (sim, ele mesmo). O guitarrista do Guns N’ Roses também participa, junto de Elton John na faixa título do álbum. Ela é interessante porém um pouco longa, contudo as passagens de piano de Elton e o solo no final da música de Slash valem a pena.

A produção do álbum é outro ponto que gera discussão. A começar pela voz de Ozzy que soa muito artificial e claramente modificada – algo esperado para alguem com 71 anos – além de timbres e passagens plastificadas, às vezes falta força aos intrumentos e até a própria voz do cantor. Além de algumas falhas construtivas algumas faixas não condizem com uma boa primeira metade como a balada bem fraca Holy for Tonight e as confusas Today Is The End e Eat Me.

Ordinary Man é um trabalho mediano com algumas canções marcantes, mas que não compromete a trajetória de um dos maiores personagens da história do rock. Mesmo com a grande discussão das faixas que contém as participações dos rappers o trabalho final é totalmente satisfatório. Ele segue a linha dos trabalhos mais recentes e posso afirmar que seja o mais interessante de todos eles. Ozzy Osbourne injeta uma carga emocional muito grande nas letras e esse disco muito me soa como uma trabalho de despedida. O eterno vocalista do Black Sabbath já tem o seu lugar cativo no lugar das lendas rock e o único desejo que fica é de que pelo menos ele possa terminar a sua turnê para se despedir dos palcos de forma definitiva.

Nota final: 6,5/10

3 comentários sobre “Review: Ozzy Osbourne – Ordinary Man

  1. Engraçado, eu concordo com você quanto a nota final, mas teve várias pequenas coisinhas que eu discordo. Inclusive, achei a melhor música “Holy For Tonight” (apesar de também ter gostado de Scary Little Green Men, que é super boba).

    1. Pois é, eu vi alguns vídeos e li algumas resenhas com outras opiniões sobre as melhores partes ou músicas, mas o consenso final sempre foi uma nota média. Achei “Holy For Tonight” muito arrastada.

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