Review: Kvelertak – Splid

Por Lucas Santos

Splid torna ainda mais difícil o trabalho de classificar a banda. Eles se estabeleceram como algo que acima de tudo, é divertido. O álbum continua com essa tradição, ao mesmo tempo em que revela ainda mais tendências progressivas experimentadas.

Lucas Santos

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Gravadora: Rise Records
Data de lançamento: 14/02/2020

Há dez anos, uma banda norueguesa pouco conhecida lançou seu álbum de estréia para um nicho bem underground do metal. Naquele momento foi difícil classificar o tipo de sonoridade marcante do Kvelertak, e provavelmente seja difícil até hoje. A melhor parte de tudo é que desde a sua estréia auto-intitulada, aos acompanhamentos subseqüentes, haviam ainda mais reviravoltas musicais que estabeleceram esses noruegueses como um dos principais artistas de hard rock/metal/punk (?) da última década.

Splid torna ainda mais difícil o trabalho de classificar a banda. Eles se estabeleceram como algo que acima de tudo, é divertido. O álbum continua com essa tradição, ao mesmo tempo em que revela ainda mais tendências progressivas experimentadas. As melodias acústicas de abertura de Rogaland enganam, mas não toma tempo para que a banda se esforce com a sua assinatura de punk e rock and roll. Temos novidade também, Ivar Nikolaisen, e está claro desde que ele é mais que um simples substituto do seu antecessor Erlend Hjelvik.

Em seguida Crack of Doom traz uma chique presença de Troy Sanders, do Mastodon, essa é facilmente uma das melhores músicasdo álbum, cheia de adrenalina, exalando metal moderno e um gancho incrivelmente escrito. Essa é também uma das poucas música que, não só nesse disco, mas na carreira, eles optaram por cantar em inglês… não que isso faça alguma diferença.

Apesar de conter diversos momentos diferentes, Splid tem um gentil destreza de fazer tudo parecer puro e simples. O single principal Bråtebrann começa com um riff de thrash afiado que dá lugar a um refrão inspirado em Queen completo com vocais harmonizados e até piano. É admirável a disposição do Kvelertak experimentar diferentes estilos que tornam o álbum a audição uma experiência única. Fanden ta dette hull! tem um riff com forte influência do AC/DC , completo com encantadores tons de rock clássico, mas na metade do caminho, a banda se torna completamente um Slayer, dando aos guitarristas Vidar Landa, Bjarte Lund Rolland e Maciek Ofsad amplos oportunidade de mostrar os seus talentos.

É um álbum que você pode levar para uma festa, mas também colocar seus fones de ouvido na floresta no inverno norueguês. É Kvelertak.

Guitarrista Vidar Landa

Delirium Tremens certamente é a mais progressiva daqui, flertando com melodias quase oféticas por toda parte antes de explodir em uma seção totalmente escura e sombria, algo que não aconteceu até o momento, essa é a beleza do Splid. É algo acessível o suficiente para fãs de rock casuais, mas também possui uma extremidade suficiente para os metaleiros obstinados.

As primeiras audições de Splid são algo totalmente inesperado. O Kvelertak foi o mais Kvelertak possível, mais do que nunca. Esse é um tipo de álbum que é difícil de explicar até que alguém escute. Ele pode te prender por uma ou duas faixas, por todas, por uma sessão ou até mesmo não te agradar porque você não vai entender. Dê uma chance antes de tirar conclusão e experiencie algo totalmente diferente.

Nota final: 8,5/10

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