The Rock List: 13 bandas de filhos de músicos famosos que podem alcançar a idolatria dos pais

Por Roani Rock

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As pessoas quando possuem pais ou membros da família que são músicos dificilmente conseguem fugir do estigma de estar relacionados futuramente com a música em termos de profissão. São condicionados a isso desde o berço por crescerem em um ambiente onde o que se mais faz é tocar, escutar, apreciar e até ninar com música.

Para filhos de músicos famosos há, ainda por cima, a questão de uma cobrança midiática por traz. “Como você é filho de fulano e ainda não formou uma banda?” Esse tipo de questionamento deve ter sido rotineiro para os seletos membros dessa lista até eles resolverem montar seus grupos e aproveitarem já ter essa curiosidade e o apoio dos familiares.

É comum também esses filhos músicos entrarem para as bandas de apoio do pai ou de amigos dos pais, poderíamos falar aqui de caras como Pedro Baby e Simon Townshend (The Who) por exemplo. E ainda tem a famosa Norah Jones, ganhadora de 9 Grammys, filha de Ravi Shankar. Ela é quase o exclusivo caso de ter se tornado mais relevantes em termos de carreira e sucesso que o pai.

Toda via, não é certo dizer que a banda de um filho de músico famoso não tem méritos, apesar das facilidades para arranjar contrato, ter em casa um estúdio próprio para gravar e outras regalias. Uma banda não obtêm o reconhecimento nacional ou mundial só pelo nome de um integrante, certo grau de qualidade é necessário. Vamos a lista!

Turbogeist – Jimmy Jagger, filho de Mick Jagger (The Rolling Stones)

Banda do herdeiro de Mick Jagger que ficou um pouco conhecido pela sua aparição na série Vinyl onde deu lampejos de sua performance vocal e na guitarra numa banda punk fictícia chamada Nasty Bits. Quem gostou da série ficou sabendo que o ator realmente é músico e tem uma banda chamada Turbogeist com som similar ao daquela que apareceu na série.

Os caras estiveram no Brasil em 2011 abrindo o show de despedida do  LCD Soundsystem. Eles tem tudo para crescer e trazer mais canções poderosas como Memaid’s Revenge que você pode escutar abaixo. Eles flertam com o punk e o hard rock dignamente. Algo entre o Velvet Revolver e o Sex Pistols.

Lennon Klaypool DeliriumSean Lennon, Filho de John Lennon (Beatles)

Sean Lennon é aquele filho de músico que podemos categorizar como o pertencente a duas fases. Ele nunca chegou a estar entre os grandes, mas sofreu pressão midiática para até substituir o pai numa volta dos Beatles na década de 90. Sua carreira de músico deu uma travada e teve uma volta com o projeto sensacional Lennon Claypool Delirium.

O primeiro álbum de Sean saiu em 1998, quando o Britpop reinava na Inglaterra, o que veio a calhar com os anseios de um jovem de 23 anos maluco pelo som dos Mutantes e da antiga banda do pai. O hit do álbum Into The Sun foi Home. Em 2006 lançou o seu segundo álbum Friendly Fire que flertava com outras inspirações como o T-Rex que recebeu um cover de Sean.

Mas passado os anos 2000, e as fracas vendas para seus trabalhos, Sean despareceu dos holofotes, ajudou sua mãe em seus discos e fez aparições esporádicas em homenagem a John tocando músicas do Beatle na tv. Ele recentemente voltou a dar as caras, mas precisamente em 2016, ao ter anunciado o projeto Lennon Klaypool Delirium ao lado do compositor Les Claypool da banda Primus. Essa parceria deu uma boa guinada na carreira de Sean principalmente por dialogar com o rock atual.

Fitsful Of Mercy e TheNewNo2Dhani Harrison, filho de George Harrison (The Beatles)

O filho de George Harrison não é só parecido com o falecido Beatle só na aparência, a voz e forma de cantar são bem similares, perceptível principalmente ans muitas vezes em que o músico homenageou o pai cantando suas canções. Entretanto, as semelhanças param ai já que nos seus trabalhos para a música ele focou em algo mais moderno.

Para falar do Dhani tem que ser mencionado seus dois projetos de maior repercussão e que realmente chamam mais atenção. Sua banda TheNewNo2 mistura psicodelia setentista com batidas eletrônicas, algo bem moderno e inovador, já que faz isso desde 2006. Certamente George estaria emocionado do filho já ter seis álbuns de estúdio lançados.

Além de sua banda principal, Dhani se o uniu a um nome de peso para fazer um renovação do som do que foi o Crosby, Stills, Nash & Young e os Traveling Wilburys . Ben Harper foi o escolhido para essa alçada, assim como o compositor Joseph Arthur da banda RNMD. A banda durou pouco mais o suficiente para o álbum do Fitsful Of Mercy se tornar indispensável.

Lukas Nelson & Promise Of The Real filho de Willie Nelson

Pode não parecer algo fácil se filho do maior cantor de country dos EUA ainda vivo. Ainda mais se a partir do momento em que decidiu ser músico e montou sua banda esta se torna a que acompanha seu pai em turnês. Se isso já não bastasse, em seguida vira a principal de Neil Young substituindo a clássica Crazy Horses. Eles gravaram dois álbuns com o ‘Old Man’ do folk rock também por vezes chamado de o padrinho do Grunge.

Lukas Nelson ainda ganhou notoriedade, reconhecimento e destaque após participar das composições das músicas do filme A Star Is Born de Bradley Cooper. Não chegou a ter uma música inteiramente sua, mas compôs a melodia de boa parte ajudando Bradley e Lady Gaga a entrarem no clima certo do folk americano.

O Promise Of The Real faz o que ficou conhecido como Southern Rock, estilo americano que mistura rock, blues e country com o hard rock. As maiores referências para o gênero são além de Neil Young o Lynyrd Skynyrd, The Allman Brothers Band, Creedance Clewater Revival e o The Black Crowes, bandas em que consegue ser sentida a reverência que Lukas e seus amigos prestam.

Mollie Marriott – Filha de Steve Marriott (Humble Pie, Small Faces)

Assim como o pai, Mollie possui uma presença e voz superpotente. Ela só lançou um único disco em 2017 e O hit repleto de soul chamado Ship Of Fools de 2014. A vocalista é um daqueles casos em que não cuida só da própria carreira como a do falecido pai. Visando o fato que foi consultora de um musical que abordaria a carreira de Steve Marriott com o The Small Faces.

Ela chegou a servir com vocais de apoio para bandas conhecidas em shows e gravações como The Who, Rolling Stones, Oasis e na volta dos Faces. Ela teve um filho aos vinte e poucos anos o que impediu que ela quisesse seguir a carreira como cantora, entretanto, chegada a década de 2010, ela resolveu fazer uma retomada e em 2017 finalmente lançou o maravilhoso Truth Is Wolf que contou com a participação de Paul Weller na faixa King of Hearts.

Inhaler – Elijah Hewson, filho de Bono Vox (U2)

Credit: Photo by REX/Shutterstock

Uma banda incrível e em ascensão. O Inhaler apareceu em diversos sites musicais com o lançamento de seu mais recente single, My Honest Face. A influências do pós-punk é descarada, no single Ice Cream Sundae lançado em setembro traz ainda a percepção do The Killers ser uma das fontes por onde os garotos bebem. Mas não para por ai, estes jovens chegam em alguns momentos a lembrar o começo da carreira do U2 especialmente no disco Boy. O que termina por ser bom e ruim ao mesmo tempo para Elijah.

Existe aquela pressão do filho superar o pai ou estar nivelado com o que é Bono Vox, algo que ele sabe que jamais alcançará. Esse tipo de abordagem é perigoso para os filhos e facilmente levam a uma derrocada artística que pode ser depois revertida como aconteceu com o já citado Sean Lennon com a Criação do Lennon Claypool Delirium.

Rise To Remain e As Lions – Austin Dickinson, filho de Bruce Dickinson (Iron Maiden)

Rise to Remain veio de voadora na porta e tomou o coração de aço dos metaleiros do UK. Aparentemente não é só o som da banda que era cheio de atitude, Austin em determinado momento teve de ser rude com o pai Bruce pedindo para ele deixar de ir nos shows da banda com orientação as casas de show não deixarem ele entrar, já que sua presença chama mais atenção do que o show em si.

Tá ai outra questão que filhos de músicos tem que passar até terem o reconhecimento devido, frente as músicas e trabalho feito no palco. Se os pais se entrometem é de certo que isso terá mais influencia nas conquistas do que o esforço próprio. O que na maioria das vezes não é o que os filhos querem.

O som do Rise To Remind ficava entre o Nu Metal, o metal alternativo e o metalcore. A banda esteve na ativa de 2006 até 2015 onde a banda anunciou que estava se separando, com três membros, Will Homer, Connor O’Keefe e Austin, continuando a trabalhar juntos em uma nova banda, As Lions, enquanto Ben Tovey (filho do maestro Bramwell Tovey) e Adam Lewin não buscavam outras bandas.

Essa nova banda de Austin segue o formato Nu Metal do RTR, mas não conseguiu o mesmo êxito até o momento. Eles lançaram um álbum, Selfish Age em 2017 e seu single principal, Aftermath, teve sucesso nas rádios dos EUA, alcançando o número 12 nas paradas do Mediabase Active rock e da Billboard Mainstream Rock. Entretanto, só tiveram capacidade de ser banda de abertura de outros mais requisitados. um novo começo tende a passar por essas agruras.

DônicaTom Veloso, filho de Caetano Veloso

Agora é um bom momento para falar dos brasileiros que compõem essa lista. Primeiro, é necessário falar que as bandas abaixo pouco se diferenciam, todas exploram a brasilidade e soam como seus pais.

A Dônica de Tom Veloso tem um atrativo a mais que são os membros da banda serem igualmente qualificados e talentosos. José Ibarra (vocal e piano) e Lucas Nunes (guitarra) são os destaques da banda além de Tom que compõe as canções. Eles se classificam como uma banda de rock progressivo, o que não é errado de dizer.

O álbum de estreia dos caras é sensacional e consegue ter canções que você imaginaria facilmente o Secos e Molhados compondo. Pintor, uma das músicas do álbum, ainda por cima conta com a participação de ninguém menos do que Milton Nascimento, mas a que chama mais atenção e que mostra toda a capacidade d banda é a impactante Carrossel.

A banda anda sumida já que Tom foi convocado pelo pai Caetano para acompanha-lo em uma turnê em família que uniu não só Tom, mas também  Zeca e Moreno. Vem ai a parte em que o filho tem que arcar com e conciliar o fato de ser talentoso e poder tocar com o pai e irmãos, ao mesmo tempo em que tem uma banda a procura do sucesso sem a imagem de simplesmente um dos maiores (se não for o maior) nome da MPB.

Dois Reis – Theo e Sebastião Reis, filhos de Nando Reis

Theo e Sebastião fazem parte do seleto grupo de privilegiados que souberam aproveitar bem os privilégios. Nando Reis possivelmente é o maior compositor de hits do Brasil e um dos caras mas procurados para compor canções por diversos artistas do main stream do país. Você convivendo com ele e respirando o mesmo ar que ele tem que pegar um pouco daquilo ou entender como é o processo para se não copiar, se inspirar. E é isso que esses jovens fazem.

Theo e Sebastião replicam o som dos Infernais dando a cara deles em canções filosóficas que aproveitam os vocais líricos dos dois. Reconhecimentos tem que ser feitos, apesar de soarem como o pai principalmente pelo fato da maioria das canções deles serem ao violão, tem aquele ar próximo do rock setentista e do que faz o Neil Young e isso é ótimo. Os caras são capazes de fazer uma continuidade assim que Nando aposentar.

João Pedro Bonfa – filho de Marcelo Bofá (Legião Urbana)

Esse cara trouxe algo diferenciado para essa discussão, João Pedro faz um som completamente diferente da Legião Urbana, banda em que o pai tocou a vida toda como baterista.

João aposta no rock clássico com voz rasgada e um pouco de folk. Ele chegou a tocar na banda Cash Crash e seu álbum solo soa bem Stones e meio Ramones. seu disco foi lançado em Março desse ano e é uma verdadeira diversão, principalmente por um dos singles se chamar Nudes. Ele traz o caso do filho que não quer nenhuma comparação, mesmo que seja impossível, mas que ao mesmo tempo quer a família por perto vide o fato de que Marcelo Bonfá toca bateria como convidado da Música para Lu, faixa gravada também com a adesão de Otávio Rocha.

O disco também conta com a presença de Dado Villa Lobos, outro membro da Legião Urbana, toca guitarra em Canto da sereia, tema composto por João Pedro com inspiração em textos do poeta português Fernando Pessoa (1888 – 1935) e do escritor britânico Oscar Wilde (1854 – 1900).

The Sisterhood BandRuby Stewart, filha de Rod Stewart (Faces)

Ruby Stewart, filha do cantor Rod Stewart, figura cativa nos shows do cantor Irlandês para momentos fofos e incríveis. No verão de 2010, Ruby formou a banda Revoltaire, com sede em Los Angeles, junto com Jason Yates (guitarra, teclas) e Chris Cano (bateria). A banda completou o material de um álbum intitulado Painted Hour Glass, com Ruby como vocalista e letrista. Mas infelizmente em 2012, a Revoltaire se desfez. Ainda sem um álbum lançado, o projeto ao menos se mostrou audacioso, vanguardeiro e voraz.

Ela possui atualmente uma banda chamada The Sisterhood Band com Alyssa Bonagura que vaga entre o folk rock e o country dando lampejos de Faces, banda antiga do pai. Não chega a causar o mesmo sentimento satisfatório do Revoltaire, mas é muito bom também.

Há uma esperança de vermos uma possível voz que lembra a de Janis Joplin entrando nos tímpanos dos desavisados. Ansiedade grande para ouvir seu trabalho com o Revoltaire gravado com qualidade.

The Walflowers – Jakob Dylan, filho de Bob Dylan

Filho mais novo de Bob Dylan, Jakob foi o que mais se destacou dentre os filhos que tentaram seguir os passos do pai. Ele começou como líder da banda The Wallflowers e depois seguindo carreira solo. Tem sido mais bem-sucedido em seus álbuns solo do que foi na banda da adolescência.

O Wallflowers foi uma banda de rock alternativo de Los Angeles iniciada nos anos 90 pertencente a uma leva de bandas one hit wonder de sucesso breve. Mas o caso deles é mais específico para ter tido o fim. O quinteto se separou pouco tempo depois do lançamento do primeiro álbum de 1992 devido a conflitos entre os integrantes e a gravadora Virgin.

Voltaram em 1996 com um sucesso estrondoso através da canção One Headlight. Outro grande momento na vida de Jakob foi a regravação de Heroes, de David Bowie, em 1998, para o filme Godzilla. Jakob começou a fazer sua carreira solo de maneira conciliadora o que terminou por estagnar a banda na década de 2000 com pouca influência, diria até que foi de en passant.

Jakob, após uma longa pausa, resolveu voltar com os caras em 2011 e se tornu mais uma daquelas bandas nostálgicas dos anos 90 e 2000 que vira e meche são relembradas como o Counting Crows, Spin Doctors, New Radicals, Creed, The Calling, Goldfinger, Silverchair, entre outros.

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