Por Lucas Santos
O vocalista Cyle Barnes trabalha muitas vezes como um orador declarando a sua poesia.
Lucas Santos
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Gravadora: Crooked Letter Records
Data de lançamento: 13/09/2019

Apesar de nunca ter ouvido falar The Weeks está na ativa desde 2006. Acabei conhecendo eles em um show no meio de setembro no Great Scott em Boston. Fui convidado por um amigo que possui em alguns momentos, um gosto musical parecido com o meu. No fim, batendo um papo com os integrantes e durante todo esse processo de conhecer a banda, acabei descobrindo que o seu quinto álbum de estúdio, Two Moons, tinha acabado de ser lançado.
The Weeks foi formado pelos irmãos Cain Barnes e Cyle Barnes que prontamente se juntaram com Chaz Lindsay, Damien Bone e Samuel Williams em março de 2006, quando tinham entre 14 e 16 anos de idade. Lineup esse que se manteve intacto até então O álbum de estréia, Comeback Cadillac, lançado em julho de 2008. Logo de cara podemos perceber do que o som se trata de um rock sulista e alternativo, com uma pegada indie e folk.

As estruturas musicais são bem simples mas muito agradáveis. Não consegui me aprofundar muito no restante da sua discografia, mas percebi, no pouco que pude, um padrão. Parece que eles não mudaram muito a sua sonoridade desde a estréia, mas por um outro lado, conseguiram encontrar muito bem a sua sonoridade, conseguindo trabalhar em volta do propósito, tomando alguns riscos pequenos.
Paper Mâché Houses é uma bela introdução, o piano trabalha muito bem com a guitarra acústica. O vocalista Cyle Barnes trabalha muitas vezes como um orador declarando a sua poesia. Comin’ Down acelera as coisas ao estilo power pop inglês. Girls Like You é perfeita para botar a rapaziada pra dançar. Os ganchos das faixas são poderosos e trazem o “sing along” que dita o ritmo durante todo o processo.
Tenho que destacar Damien Bone e seu incrível trabalho no baixo, certamente é o instrumento que mais a atanção. As linhas conversam bastante com a bateria de Cain Barne, que apesar de simples, é poderosa e bota ordem na casa. Em muitos momentos as passagens dos pianos são bem vindas, mas vejo um uso demasiado em partes que não fazem muito sentido, The Real King é uma faixa que poderia ter sido melhor trabalhada. As faixas In The Flowers e Fool’s Gold tem os melhores refrões do álbum e são os pontos altos do trabalho. São daquelas que ficam na cabeça por semanas.
Two Moons é um trilha sonora para sentar em volta da fogueira e olhar as estrelas. O The Weeks pinta a nossa imaginação com abordagens simples porém encantadoras. As letras, que muitas vezes tratam de temas batidos, conseguem mostrar uma forma diferente de amar e um outro lado da ternura nos fazendo pensar. É impossível não cantarolar algumas passagens depois de algumas audições. É na essência do simplório que habita a complexidade.
Nota final: 8/10