Review: Steel Panther – Heavy Metal Rules

Por Lucas Santos

Mantendo a mesma formação desde sempre, misturando música (muito bem tocada) e comédia e abordando as mesmas temáticas em suas letras, eles se tornaram um enorme sucesso ao longo dos anos (eles são, afinal, uma banda que lota arenas em vários países).

Lucas Santos

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Gravadora: Steel Panther Inc
Data de lançamento: 27/09/2019

Ao longo dos anos poucos entenderam quando o Steel Panther surgiu. Me recordo de estar vasculhando territórios obscuros na internet e descobrir o recém lançado Feel The Steel (2009). De primeira, a sonoridade oitentista misturada com os riffs e solos e vocais agudos me ganharam logo de cara. Em seguida comecei a reparar no que diabos as letras das músicas queriam dizer, e quando vi que se tratava de uma paródia dos anos 80 e a banda tinha a única preocupação em tirar sarro de si próprio e do estilo, eu virei um grande fã. Desde então foram 5 shows e sempre acompanhando de perto tudo eles fazem.

Heavy Metal Rules é o quinto álbum de estúdio que sucede o bom Lower The Bar (2017). Mantendo a mesma formação desde sempre, misturando música (muito bem tocada) e comédia e abordando as mesmas temáticas em suas letras, eles se tornaram um enorme sucesso ao longo dos anos (eles são, afinal, uma banda que lota arenas em vários países). Também é inquestionável que, se você substituísse as letras do Panther por algo mais sensato, elas ainda seriam músicas absurdamente cativantes e memoráveis. Esse que sempre foi para mim, o fator de destaque do quarteto californiano. Michael StarrSatchelStix Zadinia and Lexxi Foxx são personagens e ao mesmo tempo incríveis musicistas, atores (já parou para ver uma entrevista deles? São sempre muito engraçadas) e performáticos.

As performances individuais presentes aqui são ótimas. Se tivermos que destacar algo, sempre irei destacar o incrível trabalho de Satchel nas guitarras, um ponto sempre muito forte em toda a discografia da pantera. O problema é a conexão das canções e o trabalho como um todo, vamos entender o porque.

Zebraman é um prólogo não muito inspirado, a faixa de abertura All I Wanna Do Is Fuck (Myself Tonight), é o ápice da audição, frustrante ter esse ápice logo no começo. Durante a breve audição de 37 minutos, poucas vezes teremos momentos como esse. Seguindo com Let’s Get High Tonight e Always Gonna Be a Ho que não engrenam e são muito “slow pace” e passando por Fuck Everybody, que até traz um sopro de esperança, buscando um refrão “sing along” que certamente será inserida no set list dos shows, mas a sensação de que falta uma peça na engrenagem está a toda hora presente. O último ato que vale a pena ser mencionado é Gods Of Pussy, mas ainda sim temos o sentimento de que falta alguma coisa, pelo menos a letra é genial e muito tosca.

Um dos problemas reais que deparamos em Heavy Metal Rules é um Steel Panther não tão inspirado em suas letras, que sempre foram o seu diferencial. Elas não são ruins, alguns momentos temos a sensação de vergonha alheia e risada forçada, aquela que diz “nossa como assim?!!”, igual tivemos quando escutamos os clássico, sim esse é o barato do grupo, e sempre foi. All I Wanna Do Is Fuck (Myself Tonight) e Fuck Everybody, por exemplo, são bem construídas e engraçadas (idem para os videoclipes) mas a grande maioria das músicas no álbum não chegam nem perto de bater de frente com o auge do que um dia já foi a melhor fase deles.

A sensação que Heavy Metal Rules passa é que ele poderia muito bem ter sido um EP, ou apenas ter alguma de suas faixas lançadas através de singles. Os solos de Satchel e as letras engraçadas não são o suficiente para salvar a pouca inspiração aqui. Esse é de longe o trabalho mais fraco da discografia e me pareceu um pouco desnecessário. Apesar de ainda estar escutando algumas faixas separadamente, como um trabalho completo, ele não funciona. Você ainda vai se divertir, porém, poderia ser melhor.

Nota final: 6/10

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