Freak Out: A Célebre Dance Music ao passar dos anos parte 1

por Roani Rock

O Rock In Rio contará hoje, 03/1-/2019, com Nile Rodgers e seu Chic para a oitava edição na cidade do Rio de Janeiro. Essa notícia, por mais que não pareça grande coisa se pensar em nomes como Bon Jovi e Drake no principal palco do mega evento, leva a uma afirmação que a muito me persegue e talvez persiga a você caro leitor: A dance music ainda tem muita lenha para queimar, não sai das cabeças!

Utilizando tal informação como gatilho, é notório o crescimento do interesse popular e de artistas pela dance music, estilo criado na década de 70 por pessoas como Nile Rodgers.  Providenciado primeiramente por artistas negros e potencializado pelo Bee Gees no filme Saturday Night Fever de 1977, a música pop nunca mais foi à mesma graças a esse ritmo dançante também chamado de disco.

Sly and the familly Stone, Funkadelic e Velvet Turner do lado psicodélico, mais a turma das gravadoras Motown e da Stax. Provenientes do Soul Wilson Pickett, Curtis Mayfield, Otis Reddin, sem deixar de dar o protagonismo do Funk de James Brown. Esse pequeno parágrafo de nomes traz a tona as influencias para a criação do som dominante das discotecas do mundo todo, dos anos 70 em diante.

Esse texto tem a função de fazer mais do que uma linha temporal, a ideia é fazer uma analise ou celebração sobre a ascensão de nomes como Pharrell Willians e principalmente Bruno Mars, isso para citar os nomes de maior impacto mundial.

O legado: da origem até o som contemporâneo da Dance

O que foi iniciado por Steve Wonder, Michael Jackson e o programa Soul Train na década de 70 tomou proporções maiores na medida em que a música ia evoluindo, ganhando novos estilos, se transformando. Haja vista a música Crazy Love de Beyoncé, uma artista mais ligada ao hip-hop, ser a música mais influente dos últimos 10 anos segundo pesquisa da NME.

A dance Music tem alguns fatores de fácil identificação, letras com refrões fortes e com palavras que se repetem como se fossem um mantra, normalmente que envolvam se mover como: Shake, dance, moves…e por ai vai. No quesito do som, a cozinha das bandas, o baixo e a bateria são pulsantes e batidas precisas e ritmadas. Guitarras não necessitam de muita variação de acordes, mas precisam do que o James Brown chamaria de feeling. Pedais com o efeito choros e o wha-wha são indispensáveis para a sonoridade.

É Necessário também o uso de teclados para trazer o climax e a ambientação dançante, a utilização de metais para dar uma encorpada assim como a percussão e tambores para trazer mais swing. Dos anos 80 para cá samples e ritmos eletrônicos editados por DJs são muito usados também. Para esse tipo de som ser tocado é necessário uma big band.

Eart, Wind And Fire (Foto/divulgação)

No quesito visual, nos anos 70 e 80 os artistas que eram a força motriz do som como o Earth Wind And Fire , Kool & The Gang e principalmente o público figurante da Soul Train utilizavam cabelos blackpowers e camisas de manga comprida de botão estampadas ou não, com cores mais claras e se pudesse ter bastante brilho seria “o maior barato”. Algumas calças boca de sino eram indispensáveis, de variadas cores e não podemos esquecer do salto plataforma. Com o passar do tempo, e adaptada a cultura branca americana, o que mais caracterizava o estilo era o uso de ternos ou trajes finos para homens (Rod Stewart, Haddaway) e roupas brilhosas – curtas ou não – e bem chamativas para as mulheres (Madonna, DeeeLite, Cindy Lauper, The B-52’s), para enfim nos anos 2000 a roupa não definir os novos artistas que estivessem a cantar dance.

Por sinal a Soul Train foi a responsável por popularizar a disco music fazendo a transição do Soul para a disco. A partir daí a revista Rolling Stone escreveu o primeiro artigo sobre o gênero, em setembro de 1973, assinado pelo jornalista Vince Lettie. Um ano depois, Nova York inaugurava a WPIX-FM, a primeira rádio exclusiva do novo gênero dançante.


Isso aqui não se trata de uma aula de história, mas é necessário falar sobre Donna Summer. Ela é considerada a primeira pessoa a gravar uma música disco com Love to Love you Baby do ano de 1975. A música tinha sua dose polêmica por conter uma série de reproduções de orgasmos. O som começou a ser tocado nas discotecas e foi dada a largada para a dançante disco music iniciar sua interferência na vida dos americanos e algum tempo depois no mundo.

Madonna que surgiu pouco tempo com Like A Virgin se consolidou como a artista mais importante e responsável pela Dance Music. La Isla Bonita, Holiday (cantada no Live Aid) Like A Prayer – isso para falar apenas das canções da década de 80 – fizeram com que essa máquina de fazer hits se tornasse a mulher emponderada mais admirada e almejada por sua postura anti sistema, por fim, a rainha do pop.

John Travolta em Saturday Night Fever

Os Bee Gees, que eram apenas um grupo bom de irmãos que sabiam cantar música pop – o rock na época -, entraram na onda da disco music no ano de 1975 com o álbum Main Course através de músicas como Jive Talking e no álbum seguinte You Should Be Dancing preparava território para a aclamada trilha sonora dos “Embalos de Sábado a Noite“. Trilha que conta com Night Fever, More Than a Woman, If I Can have you (com a voz de Yvonne Ellimah) e as maiores preciosidades da carreira dos britânicos, Stay’n Alive e How Deep is Your Love.

Se você já escutou o nome Janelle Monáe seja pela sua performance no Grammy deste ano ou pelo lançamento do seu álbum Dirty Computer. Sabe que ela faz dance music  e esse lançamento da jovem artista vem com participação e boa influência de um grande nome do pop que em seus dois primeiros álbuns flertou com a música disco até que no seu 7º álbum de estúdio, Purple Rain alcançou até indicações ao Oscar ainda trazendo elementos da disco mesmo que mais sutis. Estou falando de Prince, um dos principais nomes dos anos 80.

Os anos 80 para muitos pode indicar o fim da onda disco por ter tido uma grande variedade de novos estilos musicais surgindo como o Hair Metal, o Pós Punk e o rap por exemplo. Mas não seria o fim da dance music. Estava na ativa Michael Jackson com seu Thriller dominando qualquer premiação. Este é o disco mais influente e mais vendido de todos os tempos.

Michael não parou por ai, depois que saiu do grupo em que fazia parte com os irmãos na Motown, os maravilhosos Jackson 5, lançou seu terceiro álbum solo, o Off The Wall. Para muitos em certos quesitos páreo para o Thriller. Contêm Rock With You, Don’t Stop Til You Get Enough… mas foi EM 1985, por conta do quarto álbum solo intítulado Thriller e da música Billie Jean que Michael Jackson, na comemoração de 25 anos da Motown, pode mostrar ao mundo pela primeira vez o passe de dança Moonwalker e se sagrar o maior artista daquela época e das seguintes.

Thriller também foi responsável por trazer a esse universo da dance o Rock ‘and’ Roll assim que Michael chamou o guitarrista Eddie Van Halen para fazer o solo da música Beat It. Fazendo com que, de maneira tímida, uma gama de novos fãs o seguissem e de quebra tomassem gosto pelos ritmos dance.

É certo que em dado momento os gigantes Michael Jackson e Prince tiveram suas carreiras degringoladas em problemas existenciais e pessoais, mas seguiam sendo referencias e presentes. Surgia também no fim da década de 80 um cara chamado George Michael fazendo o pop voltar a ser dançante com faith e a icônica Freedom 90, para falar das mais famosas.

Após Prince, Michael Jackson, o Bee Gees e Stevie Wonder dominarem as paradas e incontáveis prêmios, veio Hall & Oates com  I Can’t Go For That (e uma quantidade incalculável de sucessos) mas talvez o maior feito da dupla tenha sido trazer David Ruffin e Eddie Kendricks em uma parceria para uma turnê fazendo as músicas dos Temptations como My Girl voltarem a estourar e serem prestigiadas.

Ao fim dos anos 80 a febre, também conhecida como a Era Disco – que durou mais de 10 anos -, passou. O ritmo disco foi rebuscado por outros gêneros como o Rock através de Tina Turner, Phil Collins, Rod Stewart e até os Rolling Stones. ‘Let’s Dance‘ de David Bowie trouxe o guitarrista Nile Rodgers de volta aos holofotes e concedeu o único primeiro lugar que Bowie teve em vida. Deu liga, mas funcionou mais como uma sobrevida para o estilo que foi superado pelo hiphop e rap no gosto popular, primeiramente negro e depois do público em geral.

O Queen foi a banda que melhor aproveitou a dance music. Mas ao mesmo tempo foi quase que a ruína da banda por representar uma mudança muito drástica na sonoridade. Claro que Another One Bites the Dust, A Kind Of Magic, I Want Break Free, Radio Gaga e Under Pressure (parceria com Bowie) são obras primas e fizeram a carreira deles ficar ainda mais no topo, mas o que a história mostra é que sem contar os singles os discos não tiveram tanto êxito.

O disco solo de Freddie Mercury tinha essa pegada da música LGBT que era inspirada na disco, os maiores hits It’s Raining Men e YMCA vieram do disco. Com o álbum Mr Bad Guy, Freddie lançou I Was Born To Love You e Living on My Own, duas canções na pegada da fase pop do Queen.

Os moldes da disco ficaram datados e saturados de artistas, o começo difícil sendo de interesse basicamente de minorias (leia-se, homossexuais, negros e latinos), ainda trazia resistência de certos grupos mesmo com essas intervenções do Michael e artistas populares da época.

Terminou que durante a longa estrada do mundo da música, artistas da disco também tiveram problemas com drogas e a morte de figuras icônicas do meio como David Ruffin dos Temptations e Marvin Gaye abalaram as estruturas e as coisas para dance ficaram ruins já no final de 80 por conta do Milli Vanilli fazendo o “vexame” durante o grammy ao utilizar playback e este falhar. Foi a derrocada do dance, mas o pop estava ali para ajudar a reergue-lo.

Apesar de não ter dado as caras novos nomes nos anos 90 de maneira descarada, as boybands estavam por lá e na virada da década, nos anos 2000 o pop mais dançante dos últimos anos trazia a nova era da dance music. Configurada com sucesso.

Sons interessantes e dançantes para mídia e público criados por caras como Ne Yo, Usher, o Jamiroquai, Daft Punk e as boy/girl bands como Backstreet Boys e Spice Girls que marcaram território no fim dos anos 90 e artistas que resolveram fazer carreira solo pós-término desses grupos como Justin Timberlake nos anos 2000.

Já não era disco, era algo moderno que calhou a ser definido como pop para facilitar já que também existia um novo tipo de som e público para o que veio a ser denominado como música eletrônica que também é um subgênero do dance. Voltando ao dance em sua essência, é dado o momento de falar de dois álbuns importantíssimos, o harder, better, faster, stronger do Daft Punk, um dos marcos da volta da Disco, assim como Travelling Without Moving de 1996 do Jamiroquai.

Essas pérolas possibilitaram tanto a volta do prestígio a se ter big bands e ao mesmo tempo, celebrar o novo com os DJ’s. No caso do duo francês Daft Punk, anos mais tarde, uma parceria com o iniciador do texto Nile Rodgers e Pharrell Willians fizeram o hit dançante mais saturado da década de 2010, mas que quando toca ninguém fica parado. Trata-se de Get Lucky que ganhou uma versão ao vivo memorável para o Grammy de 2014 com participação de Stevie Wonder.


O Dançante Hip-Hop em homenagem a disco music

O pop, como o próprio nome indica, geralmente é visto como sinônimo de “música popular”, embora este termo seja usado para todos os estilos musicais surgidos no povo, tem o fator de servir como algo mais palpável aos ouvidos se colocado em confronto com o erudito.

Registros dizem que desde a década de 1950 existe a utilização do termo, adotado inicialmente ao Rock de bandas como Beatles e Rolling Stones adicionado ao que o ABBA produzia. Sempre servindo de contraponto a outro estilo que estivesse na moda, mas ao passar do tempo ganhou estruturas e similaridade ao que veio a ser chamado de dance music.

No final dos anos 70 e início dos 80 surgiu o hip-hop que trazia a inconformidade dos negros e a linguagem do gueto para o universo da música que ficou mais amplo. Tendo esse papel político e social, foi o primeiro gênero a trazer as batidas de dj’s, o beatbox e utilizou da técnica de fazer uma música mais falada e ritmada de forma mais incisiva que outros estilos que tenham buscado essa formula.

The Black Eyed Peas, que pode ser considerado uma miscelânea de influências sonoras principalmente do hip-hop, tem também a questão das etnias por parte dos membros, trazia modernidade e união a tudo que o pop tinha para oferecer. O grupo era composto por Will.i.am, Apl.de.ap, Taboo e Fergie.

Seu terceiro álbum Elephunk lançado em 2003 que fez o grupo passar a ser conhecido, trouxe Where’s the love?, Let’s get it Starded, Shut Up. O quarto álbum Monkey Business trouxe My Humps, Don’t Lie, Don’t Phunk With My Heart. O álbun seguinte The E.N.D trouxe Rock That Body, I Gotta Feeling, Meet Me Halfway, uma releitura para “time of my life” do filme Dirty Dance com The Time (Dirty Bity). Todas essas músicas e os álbuns do grupo foram citados para mostrar o quão dance eles são apesar de serem categorizados mais para o lado do hip-hop. As duas vertentes interagem através desse grupo mas acredito que nessas músicas em questão a dance music é muito levada em conta pelo grupo.


Outro grupo que faz isso com maestria é o Outkast. Músicas como Hey Ya!, Mrs Jackson e Roses – os maiores sucessos dos caras – presentes nos discos Stankonia de 2000, speakerboxxx/the love below me parecem ter sido pensadas para as pistas de danças das boates.

Neste percurso muitas homenagens a década de 70 e a era de ouro da disco surgiram. Não poderíamos deixar de mencionar a música e o clipe de Sensual Seduction do Snopp Dog de 2007 presente no disco Ego Trippin’.


Mais artistas dance surgiram e possibilitaram grandes conquistas rivalizando com os artistas de hip-hop pau-a-pau e as vezes misturando os dois como já foi mostrado nos exemplos acima. A geração atual trouxe figuras como Pharrell Willians, Bruno Mars, Gnarls Barkley e outros. Hits memoráveis foram lançados, Beautiful e Happy por parte do Pharrell. Crazy, Dont’cha (na voz das Pussycat Dolls)por conta de Barkley. Justin Timberlake voltou com excelente disco FutureSex/LoveSound onde pode ser encontrada a faixa What Goes Around e mais pra frente saíram alguns hits em parceria com Madonna e uma póstuma com Michael Jackson deixaram o cara bem na fita.

Bruno Mars no ano de 2016 faturou o grammy de álbum do ano com 24K Magic que contêm faxas envolventes como a faixa título 24K, That’s What A Like, Versace On The Floor, Chucky e todas as músicas ressoam com a era de ouro da disco.

Mas antes deste álbum incrivelmente premiado o músico já tinha lançado Treasure (uma homenagem a década da disco até no clipe), Uptown Funk (como convidado de Mark Ronson). Discípulo escancarado de Michael e Prince, a quem ele homenageou no grammy do ano de 2017 tocando Let’s go crazy Música garantida na maioria – se não em todos – os repertórios do Prince em sua carreira desde o lançamento em 85 no Purple Rain.

As atuais divas pops marcaram presença positivamente. Beyoncé que fez parte de um grupo de cantoras, o Destiny Child tendo com um de seus sucessos uma versão para Emotion do Bee Gees, se tornou a artista mais rentável e importante do R&B. Músicas com Single Ladies fazem com que ela seja mencionada nessa analise.

Outros dois nomes femininos merecem destaque, Lady Gaga e Katy Perry carregam pra si o dever de ainda fazer a dance music ficar nos primeiros lugares. Katy Perry foi a queridinha da América no ano de 2012 por conta do álbum Teenage Dreams: The Complete Confessions. Já Lady Gaga que estourou já no seu álbum de estreia intitulado The Fame foi em uma ascensão incrível até chegar neste ano de 2019 já que ela atingiu o ápice com a trilha sonora do filme A Star is Born,onde uma de suas facetas pop/dance tem papel determinante no filme, a música Why Did You Do That?.

Claro que Paparazzi, Bad Romance, Alejandro, Judas, Yoü and Die, telephone (em dueto com Beyoncé) tem que ser exaltados porque são grandes feitos.

P!NK e Cristina Aguileira também merecem menções honrosas por figurarem sempre que possível nos hot 100s de revistas e faturarem muitos prêmios apesar de não chegarem a ser as preferidas do público em geral.

Já no caso de Amy Winehouse, talvez por ter tido uma carreira curta, mas com certeza pela qualidade de suas composições e versões, ela se tornou uma das maiores influências para qualquer artista de qualquer vertente. Seu visual e som vintage de big bands de Blues/jazz tinha no soul o dance. Valerie é um bom exemplo assim como no caso de Rehab e Tears Dry On Their Own. São músicas para dançar e ela fazia a todos dançarem.

Certos artistas do pop rock prestaram sua homenagem ao ritmo dance com um belo destaque positivo a Lenny Kravitz com a música it ain’t over til it’s over. E o Maroon Five com Moves Like Jagger e Sugar. Já John Mayer não obteve o mesmo exito EM 2018 com Still Feel Like Your Man, entretanto, o guitarrista tem seu prestigio intacto.

Niel Rodgers e sua importância no Dance atual

Avicii um dos artista mais conceituados da música atual chamou o vocalista Adam Lambert, que vire mexe assume o papel do front man do Queen, para cantar uma música encomendada ao herói da matéria Niel Rodgers.

E agora, em pleno 2019, uma nova música dance surgiu com o sinal de positivo do herói dessa matéria, o incrível Nile Rodgers. Bem inacreditável, mas Noel Gallagher, guitarrista e um dos irmãos rabugentos do Oasis, lançou no dia 03 de maio um single que é completamente dançante. Ele já vinha flertando com o eletrônico nos álbuns anteriores, numa linha mais popular em Chasing Yesterday e em músicas mais ambientes do que num contexto dance no caso de Who Buid The Moon. Mas com o single Black Star Dancing ele trouxe todo o universo da disco para uma nova proposta que tem causado divisão entre os fãs.

A música soa como Bowie, como Rolling Stones na década de 80, como Daft Punk e até como Lulu Santos. A modernidade sonora clama por esse clima de discoteca e os artistas têm corrido atrás. seja no Rock, hip-hop, pop, MPB, rap… Qualquer estilo que pode trazer os elementos da disco tem se inspirado e mostrando que este tipo de som é eterno e voltou para ficar.

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