Por Roani Rock
Esse disco é a comprovação de que o mais do mesmo é o suficiente. Que não sair da zona de conforto é aceitável se a qualidade segue intacta. Hey oh, cervejas, brigas, rock celta, mulheres e um pouco da política do amor e da paz, o que mais seria necessário?
Roani Rock
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Gravadora: Nuclear Blast
Lançamento: 6 de setembro de 2019

O Thin Lizzy é a força motriz de um tipo de rock que diverte o mundo, é o rock celta bem pegado no hard rock e suas estruturas. O guitarrista Scott Gorham sabe bem disso já que fez parte da banda e a ama tanto que tentou usar o nome, entretanto, descobriu que só poderia usar o sagrado nome de sua banda antiga apenas para fins de nostalgia, ou seja, nada de material original.
Essa situação um tanto desanimadora o afetou até 2012 quando juntou alguns novatos com disposição de reproduzir dignamente o som do Lizzy. Ricky Warwick é um bom exemplo, ele é aquele que dá voz as canções dos mal encarados irlandeses.
Warwick cresceu devorando aqueles discos antigos do Thin Lizzy quando criança, e pregou a voz e o fraseado do beato Phil Lynott em um turno que teria causado uma tempestade de estrelas nos olhos, o charme de pirata do falecido cantor era outra questão completamente inimitável. Mas não se engane, o cara não é um plagiador e sim um produto bruto capaz de reproduzir de maneira fidedigna o estilo que o Thin Lizzy necessita.
para Gorham não foi um abatimento, o cara tinha gana de fazer e criou o Black Star Riders. Sete anos se passaram e a banda traz o seu quarto álbum de estúdio para a estrada regado de vida e adrenalina. Os rapazes estão de volta muito mais ferozes e prontos para ranger em riffs de 4/4 muito eficazes e pop.
É difícil desassociar uma banda da outra, mas o principal diferencial do Black Star Riders para o Lizzy em termos de sonoridade e história é que eles fazem de maneira mais simples e menos virtuosa as sua composições. Não há tantos fraseados de guitarra fora do padrão melódico das canções e elas também possuem letras mais fáceis de degustar, não há aquele ar de “ter de mostrar ao mundo ao que veio”, é pura curtição.

O título de abertura para a novidade total do momento é Tonight The Moonlight Let Me Down parece o simplesmente uma homenagem ao Thin Lizzy, crepitada numa letra que remete a saudade, provavelmente há a interpretação que em todas os caras falam sobre garotas, mas nessa em específico, até pelo título, remete a uma resposta mais enérgica ao clássico Dancing the moonlight do maravilhoso álbum Bad Reputation de 1977.
Another State Of Grace foi gravado no Sphere Studios, em Burbank, Califórnia, EUA, com o produtor Jay Ruston (Stone Sour, Anthrax, Uriah Heep).
Foi ótimo estar de volta a Los Angeles, e gravar com Jay Ruston foi um prazer absoluto. Estou ansioso para ver as reações de todos para este álbum incrível. E mal posso esperar para voltar à estrada e tocar para vocês essas novas músicas
Scott Gorham
Ainda mais flagrante é a faixa-título, uma faixa determinante de rock’n’roll celta que empilha as guitarras no estilo gaita de foles. Em Ain’t The End Of The World, as guitarras fazem fraseados que soam mais fora da curva, bem similar ao que o Thin Lizzy promoveu em 70. Mas ambas vêm pré-carregadas com refrões que até o Lizzy original nunca conseguiu.
Mas “Outro Estado De Graça” é forte o suficiente para se sustentar sozinho sem ter apenas o Thin Lizzy como influencia. Soldier In The Ghetto repousa sobre um piano elétrico bem ”cool” que se aproxima mais de Come Taste The Band, discaço do Deep Purple, do que da antiga equipe de Gorham. Enquanto isso Why Do You Love Your Guns é uma balada enérgica da velha guarda, ainda que mais interessada em paz e harmonia do que seduzir strippers a ponto de agarrarem suas bolas, uma pegada lírica que não chega tão longe na faixa seguinte, o hino standing in the line of fire exala a uísque e carteado.
Mais um disco de rock ‘and’ Roll frenético para gostarmos, mais um disco do Black Star Riders para a nostalgia dos fãs do Thin Lizzy.
Nota Final: 7/10
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