Por Lucas Santos
O quinteto de Porto Alegre, Rage In My Eyes tinha um nome diferente, se chamava Scelerata e fez fama no underground tocando com o vocalista Paul Di’Anno (ex-Iron Maiden).
Lucas Santos
Mais heavy metal:
Destruction – Born To Perish
Tarja – In The Raw
Knocked Loose – A Different Shade Of Blue
Amon Amarth – Beserker
Suicidal Angels – Years Of Aggression
Killswich Engage – Atonement
Gravadora: Independente
Data de lançamento: 14/08/2019

O quinteto de Porto Alegre, Rage In My Eyes tinha um nome diferente, se chamava Scelerata e fez fama no underground tocando com o vocalista Paul Di’Anno (ex-Iron Maiden). O primeiro álbum com o novo nome – ainda que seja o segundo da carreira do grupo, já que The Sniper (2012) saiu com a alcunha antiga. Formado por Pedro Fauth (Baixo), Jonathas Pozo (Vocalista), Leo Nunes (Guitarra), Francis Cassol (Bateria) e Magnus Wichmann (Guitarra) a banda tem influências de vários gêneros do metal e tem na parte melódica o seu grande destaque.
Winter Dreams inicia muito bem o álbum, uma faixa com diretrizes progressivas e bem melódica. Surrounded by Black Mirrors é algo mais direto, bem tradicional, e tem um refrão mais cadenciado. Logo de cara nos impressionamos como o alcance vocal de Pozo é amplo e muito bem conduzido, em alguns momentos ele lembra até mesmo Fabio Lione (Angra e Rhapsody). Dive Deep Into Madness me chamou a atenção no começo por tem uma pegada de metalcore bem de leve, ela é uma faixa mais rápida com refrão notorio e destaque absoluto para Cassol.
Os guitarristas Magnus e Leo dão um show à parte e conversam muito bem nos solos e riffs com seus instrumentos, as oitavas bem ao estilo Iron Maiden e Helloween realçam a importância para o som da banda. Hole In The Shell confirma muito bem isso, ela traz elementos do folk metal e se salienta justamente pelos incríveis solos de guitarras.

Death Sleepers e Inner Fate caem mais para o lado do Power Metal tradicional, Inner tem uma pegada mais grooveada. É importante salientar o quão cativante as músicas conseguem ser mesmo com tantas mudanças e nuances que a banda propõe durante o percurso. Alguns solos se tornam um pouco repetitivos mas tudo se encaixa incrivelmente bem. The Core é uma das minhas favoritas por justamente ser a síntese de tudo o que foi dito, os seus 3:40 são tão diferentes em cada parte que parece que escutamos quatro músicas de uma vez só.
Draft Of The Illusion é a “balada” do álbum, ela não é incrível como o resto do álbum mas o refrão é bem dramático e ela consegue construir um tom quase épico, sendo uma boa faixa, mostrando uma maior versatilidade, e vai agradar. Um belo jeito de fechar o álbum.
Difícil classificar Rage In My Eyes em algum sub-gênero exclusivo do metal. Em Ice Cell eles foram power, tradicionais, folk, progressivos, e de maneira diferentes entregaram com sucesso o que se propuseram a fazer. Para um lançamento independente a produção é mais que satisfatória, em alguns momentos me peguei um pouco confuso com o que estava acontecendo devido a quantidade de informações. Eu fico esperançoso quando descubro que temos bandas dessa qualidade fazendo metal no país. O caminho é longo e árduo, mas o quinteto de Porto Alegre pode alcançar vôos maiores, e deve. Viva o metal nacional.
Nota final: 8/10