Por Lucas Santos

Land Of Eternal Dreams é o álbum de estréia de Astralium, um quarteto da Sicília que bebe diretamente da fonte de influências já imaginadas de Nightwish e Epica.

Lucas Santos

Mais heavy metal:
Destruction – Born To Perish
Possessed – Revelations of Oblivion
Knocked Loose – A Different Shade Of Blue
Amon Amarth – Beserker
Suicidal Angels – Years Of Aggression
Killswich Engage – Atonement

Gravadora: Rockshots Records
Data de lançamento: 23/08/2019

Chamada de Black Roses antes de mudar de nome, o Autralium nasceu em 2014 graças à soprano Roberta Pappalardo e ao baixista Giuseppe Pappalardo. Depois de muitas mudanças, a banda participou de vários festivais locais de Heavy Metal e de toda a Itália. O primeiro foi o Steel Legion Fest com Steel Raiser e várias outras bandas. A banda começou a ser notada e receber boas resenhas do show ao vivo, principalmente com a bela e eclética voz de Roberta. Salvo Grasso (Hypersonic, Metatrone, ex-Denied) entrou na banda e eles oficialmente começaram a gravar o álbum de estréia em setembro de 2017. Land Of Eternal Dreams é o álbum de estréia de Astralium, um quarteto da Sicília que bebe diretamente da fonte de influências já imaginadas de Nightwish e Epica.

Land Of Eternal Dreams é um álbum imersivo. Não diria complexo, ele possui a complexidade do metal sinfônico, mas proporciona os ouvintes uma imersidão que nem sempre é conquistada por bandas do gênero. Desde a primeira faixa Remembrace, que serve de introdução à tudo que vem pela frente, temos a sensação de que coisas boas estão por vir, e bom… eles acertam em cheio.

Enquanto os vocais soprano de Roberta são um destaque fabuloso do álbum, a banda também acertou ao recrutar Grasso, não apenas para ser seu baterista, mas para contribuir com os vocais como uma maravilhosa contrapartida em relação a voz lírica de Roberta, que sem dúvida é um talento fabuloso como cantora; Ela pode ir à uma performance de puro metal em The Journey para trechos de drama operístico em The World of Unknown, para algo sem explicação em Ethereal Voices From The Forest.

Além disso, para um álbum de estreia, temos algumas performances de convidados interessantes para se notar. Tommy Johanssen, do Sabaton e do Majestica, fornece seus vocais em Rising Waves Of The Ocean. O vocalista Jo Lombardo do grupo de power metal Ancestral e o guitarrista Andrea Martongelli, da Arthemis, respectivamente, se juntaram em Whisper In The Silence. Adam Cook, do A Hill To Die Upon, acrescenta seus dramáticos grunhidos em Seven Seas Seven Winds, além de falar como narrador em The Journey. Por fim, Davide Bruno, do Metratone, contribui com seus grunhidos únicos para Hidden Conspiracy e A Dream’s Elegy, que festa!

Tudo é grandioso, muito bem produzido, e simplesmente encantador. Os acréscimos dos convidados trazem características únicas que se misturam e combinam de forma exclusiva em cada faixa, conseguindo dar rumo e sentido à tudo aquilo que estamos presenciando. As partes orquestrais são de tirar o fôlego e elevam todas as canções à tons épicos, absorvendo de forma graciosa a alma do ouvinte. Me mostre algo mais bonito que Breath Of My Soul e eu te dou um abraço! Se há algo que eu possa reclamar, minimamente, seria o tempo total do álbum. Brilhante que seja, uma hora de disco, ainda mais de metal sinfônico, é demais. Ouvir ele por inteiro depois de 2 ou 3 vezes se torna bem cansativo.

Land Of Eternal Dreams é um achado daqueles que nos fazemos acreditar que esse gênero tão difícil de ter alguma reformulação, ganha uma sobrevida e um sopro de esperança pra lá de empolgante. Dificilmente a popularidade da banda vai ser algo relevante com esse lançamento, mas se o Australium lançar outro álbum como esse, acredite, eles serão enormes! Não sei dizer se a terra dos sonhos eternos é realmente um lugar fantástico, mas o caminho até lá vai te emocionar e mexer com sensações únicas que só uma voz lírica, bateria cavalgante e riffs pesados de guitarras podem trazer.

Nota final: 9/10