Por Lucas Santos
Welcome To Paradise não tem pretensão nenhuma em inovar, tã pouco em criar algo memorável ou inventar algo nunca antes visto. A banda tem uma abordagem bem simples: tocar Power Metal sinfônico, fundindo melodia e técnica extrema de uma forma descomplicada e divertida
Lucas Santos
Confira mais metal:
Death Angel – Humanicide
Diviner – Realms Of Time
Baroness – Gold & Grey
Amon Amarth – Beserker
Dream Tröll – Second To None
Gravadora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 02/08/2019

NorthTale é uma daquelas conjuntos que podemos chamar de supergrupo. Nascido na Suécia, proveniente de um amor de misturar melodias alegres com coros épicos, o guitarrista Bill Hudson (Trans-Siberian Orchestra, I am Morbid, ex-UDO / Dirkschneider), o vocalista Christian Eriksson (ex -Twilight Force) e o baterista Patrick Johansson (ex-Yngwie Malmsteen) alinharam-se em 2017 e se tornaram o pilar principal da banda. A adição do tecladista Jimmy Pitts e do baixista Mikael Planefeldt logo completaram a formação e, com isso, um álbum de estréia nasceu: Welcome To Paradise
Welcome To Paradise não tem pretensão nenhuma em inovar, tã pouco em criar algo memorável ou inventar algo nunca antes visto. Trazendo uma abordagem bem simples: tocar Power Metal sinfônico, fundindo melodia e técnica extrema de uma forma descomplicada e divertida
A abertura e faixa título induz uma faísca lúdica com seus ritmos galopantes e solos de duelo. No entanto, à medida que seus momentos de percepção avançam, o que acontece não é tanto um grande número de abertura e sim um feijão com arroz que leva tempero extra. As referências estão ali, Christian se inspira em Helloween em seu canto; Hammerfall, DragonForce, Sabaton, estão presentes tanto instrumentalmente quanto nos coros épicos e riffs de habilidades apuradas. Follow Me, um pouco mais ousada, pode ser o ápice. Cada guitarra, baixo e notas, cada batida de bateria e voz soar, são executados com rigor apaixonado. Aliás, não importa em que parte você se encontra, o NorthTale transmite a sua paixão com muita verdade em tudo que escutamos.

Ainda há momentos para lembrar. Higher e Bring Down The Mountain são excelentes faixas de Power Metal. Everyone’s A Star é talvez a composição mais diferente do álbum, estabelecendo uma base muito mais baseada em groove, enquanto liricamente eles abordam problemas atuais das redes sociais e a sub-fama, o produto em si não é nada fora de sério, mas possui boas melodias e os trabalhado em frases são deliciosamente cativantes. O restante das canções são dificeis de separar, são todas muito parecidas, o que não é ruim, apenas não possuem destaque individual.
Musicalmente falando, tudo soa incrível. O trabalho das guitarras nos riffs mais pesados se completam nos solos duelados. A bateria típica traz o devido peso e corpo com viradas incríveis quando nescessário. Baixo galopante e vocal, como já mencionado, se consumam em um nível altíssimo. Tudo isso com o cargo chefe da Nuclear Blast, que não costuma decepcionar em suas produções, dando a cada um o devido momento precisamente sem misturar ou estrelaçar sonoridades.
Northtale são, sem dúvida, músicos talentosos com um amor evidente pelo que fazem. Welcome To Paradise foi o primeiro ato de algo que pode ser maior do que é. Ainda há tempo, talento e vontade não faltam. O trabalho final é respeitável e entrega ao ouvinte algo coeso, poderoso, alegre e direto. Ainda assim, dado seu quinteto de músicos estelares; deveria ter entregue mais. Com uma quantidade enorme de bandas do gênero surgindo a todo momento, acabam deixando esses reconhecidos talentos de classe mundial soando muito diluídos e as vezes decepcionantemente convencionais. Eu acabei gostando muito mais do que achei que iria. Apesar da falta de originalidade, as músicas te cativam de uma forma que ainda não consegui especificamente entender.
Nota final: 7/10