Review: Sum 41 – Order In Decline

Por Lucas Santos

A banda carrega uma nova e mais pesada abordagem nos riffs e nas construções de melodias. Eles retoma exatamente onde o último álbum parou, adotando uma abordagem semelhante com rock e metal dinâmicos e punk que formam a base.

Lucas Santos

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Gravadora: Hopeless Records
Data de lançamento: 19/07/2019

Os canadenses do Sum 41 foram uma grande influência para mim ao me apresentar os primeiros flashes de heavy metal, quando eu me aprofundava na grande onda do Pop Punk do fim dos anos 90 e começo dos anos 2000. All Killer No Filler (2001) e Does This Look Infected? (2002) foram uma dupla muito importante e fizeram do quinteto uma das minhas bandas favoritas daquela época.

A verdade é que, poucos grupos conseguiram juntar tão bem o punk rock com o Heavy Metal. O 41 fez isso com frequência, mesmo com problemas internos e poucos lançamentos entre 2004 e 2015, os garotos canadenses (não mais tão garotos agora) ainda conseguiram entregar alguns trabalhos interessantes, nada tão impactante quanto a dupla de 2001 e 2002, mas algo que manteve os fãs, pelo menos, sempre presentes. 13 Voices (2016) veio como uma mudança e reencontro, eles focaram em uma sonoridade mais pesada e menos voltada ao pop. Deu certo, e o álbum foi um dos melhores do ano em diversas listas especializadas, até eu cheguei a botar em um blog que escrevia para um amigo na época na minha lista de top 10.

Surpreendemente para mim e para bastante gente, Order In Decline é apenas o sétimo álbum da carreira, e a primeira impressão gerada é que o Sum 41 eliminou o pop no pop-punk, quase que de vez. A banda carrega uma nova e mais pesada abordagem nos riffs e nas construções de melodias. Eles retoma exatamente onde o último álbum parou, adotando uma abordagem semelhante com rock e metal dinâmicos e punk que formam a base. Desta vez, porém, tudo foi ampliado. Os trechos de punk são mais apertados e mais rápidos, enquanto os riffs mais afiados de metal batem como um martelo. Em suma, é o álbum mais difícil e pesado que já fizeram, e ao longo das suas 10 faixas, é o Sum 41 mais criativo e disposto a explorar suas fronteiras.

As guitarras carregam o lado do punk e metal e liricamente, temas pungentes estão profundos – o álbum transborda naquela reação política que o lado liberal flerta na América Conservadora nos dias de hoje. Forma de amadurecimento geral. De fato, ele não apresenta letras brilhantes, nunca foi o fote deles, mas com os elementos adicionados e encaixados com a instrumentação, tudo parece funcionar muito bem e tem de certa forma um tom mais moderno.

Entre os melhores momentos estão Heads Will Roll com seus riffs animados e cativantes, as clássicas raízes punks ligadas ao The People Vs, o atraente ritmo por trás de The New Sensation e músicas mais pesadas em Out For Blood e A Death In The Family. Até Catching Fire, balada que sempre se faz presente nos álbuns, emociona e é um ponto alto no percurso, ótima forma para fechar a caminhada.

Para quem foi considerado irrelevante e descartada por algum tempo ,voltar para nossas playlists e nos dar uma sensação de esperança e nostalgia não é nada mal. Order In Decline pode ser seu último grande disco ou pode ser o começo de um novo e excitante Sum 41. De qualquer forma, o álbum é um esforço notável e merece a atenção de todos. É muito bom ver uma banda tão importante voltar à ativa com tanta relevância.

Nota final: 8,5/10

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