Por Lucas Santos
Com seu projeto anterior do Rhapsody, Luca Turilli já se movia em uma direção muito diferente do som clássico do Rhapsody, com um som muito mais orquestrado e focado no teclado, cheio de elementos progressivos e arranjos complexos, e enquanto o antigo power metal ainda estava totalmente intacto, foi diminuído um pouco em velocidade e intensidade, em sua maior parte.
Lucas Santos
Confira mais metal:
Death Angel – Humanicide
Diviner – Realms Of Time
Baroness – Gold & Grey
Amon Amarth – Beserker
Dream Tröll – Second To None
Gravadora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 05/07/2019

Rhapsody existe de uma forma ou de outra desde o início dos anos 90, e neste ponto, tentar acompanhar todas as suas diferentes encarnações pode se tornar uma grande dor de cabeça. A banda já passou por algumas mudanças ao longo dos anos, e as coisas só se tornaram mais complicadas em 2012, quando o ex-guitarrista/tecladista/compositor Luca Turilli formou sua própria versão da banda, chamada apenas Rhapsody de Luca Turilli. Bem, acredite mas as coisas se tornaram ainda mais complicadas em 2018, com o nascimento de mais uma nova versão, chamada Turilli/Lione Rhapsody.
Sim, de fato, o maior ponto de venda para a versão em particular é a reunião entre Luca e o antigo vocalista do Rhapsody on Fire, e atual vocalista do Angra, Fabio Lione. O resto da formação consiste em outros ex-membros da banda, incluindo o guitarrista ao vivo Dominique Leurquin, o baixista Patrice Guers e o antigo baterista Alex Holzwarth. Com uma formação tão empolgante, as expectativas eram obviamente muito altas para a última versão do grupo, e agora que a estréia de Zero Gravity: Rebirth and Evolution está aqui, certamente atende às expectativas, um pouco diferente, e vamos entender o porque.
Com seu projeto anterior do Rhapsody, Luca Turilli já se movia em uma direção muito diferente do som clássico do Rhapsody, com um som muito mais orquestrado e focado no teclado, cheio de elementos progressivos e arranjos complexos, e enquanto o antigo power metal ainda estava totalmente intacto, foi diminuído um pouco em velocidade e intensidade, em sua maior parte. Muito disso é verdade em Zero Gravity, com os teclados e orquestras dominando a maioria das faixas, e o uso de vocais de corais é extremamente proeminente.
Tudo se inicia com Phoenix Rising. Essa faixa certamente dita o ritmo do que será ouvido nas próximas dez faixas ao decorrer do álbum. A sonoridade baseada no peso do metal, entrelaçada com momentos orquestrais e cantos mais líricos tem sim o seu público alvo, porém, para qualquer apreciador da boa música, esses momentos, quando bem encaixados, não podem passar despercebidos. D.N.A (Demon and Angels) deixa as coisas mais animadas, e é a faixa que definitivamente vai grudar na sua cabeça, refrão e melodia. Todos os elementos citados anteriormente estão presentes e esse talvez seja o momento mais metal de todo o álbum. Fast Radio Burst tem os melhores solos de guitarra e é uma viagem de quase seis minutos. Lione tem uma atuação impecável! Demonstrando, mais uma vez, o porque de ser um dos melhores vocalistas do gênero.

Origins é a faixa que nos prepara para, talvez, a melhor musica aqui, Multidimensional. Os trabalhos das cordas orquestrais juntamente com a pulsante bateria se fundem com excelentes passagens mais calmas e coros que acompanham Lione. Um ótimo feito. Amata Immortale é uma canção belíssima, carregada pelas teclas do piano no começo e que se transforma em algo épico e grandioso do meio para o fim. Toda cantada em italiano, é algo que pode emocionar fácil, e o faz.
A produção não deixa a desejar, mas talvez a mixagem pudesse ser um pouco mais caprichosa e nítida. Devido a infinidade de instrumentos, não temos o devido balanço no produto final. Alguns pontos se perdem ou até mesmo diminuem de volume sem motivo aparente. As vezes as guitarras estão muito baixas e não trazem o peso que deveriam trazer, o mesmo vale para a bateria, em certos momentos, principalmente quando tudo está mais rápido e agressivo, mal podemos entender o que está acontecendo.
No fim, Zero Gravity é uma dose grande de musicalidade e talento. É para deixar qualquer apreciador de metal melódico/Power metal em êxtase. O renascimento e a evolução são contados de forma indiscritível com dose extra do épico, peso, poder… em gravidade zero.
Nota final: 8/10
Confira mais links:
Facebook
3 comentários sobre “Review: Turilli / Lione Rhapsody – Zero Gravity: Rebirth and Evolution”