Por Lucas Santos
Resister Resist Her é uma das faixas mais interessantes aqui. Eles mudam a atmosfera, trouxeram uma vibe mais noventista que flerta bastante com o Alice In Chains, e é um dos pontos mais diferentes e interessantes do trabalho.
Lucas Santos
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Gravadora: Spinefarm Records
Data de lançamento: 28/06/2019

He Is Legend é uma banda que está há um bom tempo na área (desde 2003) e se encaixa naqueles exemplos onde a mudança no seu estilo e foco musical foram constantes durante a sua carreira. Desde o seu lançamento I Am Hollywood (2004) aonde a banda flertava mais com o metalcore, eles experimentaram, às vezes sem sucesso, um rock mais sulista, com mais groove e uma pegada alternativa. Em It Hates You (2009) o grupo conseguiu se encontrar e entregar uma audição mais divertida, com pitadas de stoner rock, sludge, hardcore e muito hard rock, encontrando mais ou menos uma sonoridade mais definitva servindo de pilar para os lançamentos futuros.
Dois anos se passaram desde o lançamento de Few (2017) – álbum que foi produzidos pela primeira vez via crowdfunding – com o line up sofrendo apenas uma mudança, a entrada do baterista Jesse Shelley eles anunciaram, de forma até inesperada, o seu sexto trabalho de estúdio White Bat.
A faixa título, que começa o álbum, é a música mais conectada com o metalcore, lembrando muito o trabalho recente do Underoath e um belo cartão de visitas de Shelley. Essa sensação só volta a ser sentida no final com a faixa Boogiewoman, faixa que possui um breakdown digno de Domination do Pantera – banda que segundo o vocalista Schuylar Croom foi, e sempre será a sua maior influência – When The Woods Were Young e Eye Teeth fornecem uma boa dose de groove metal e stoner rock, virando a chave mas mantendo uma ótima pegada com ótimos ganchos, batidas e riffs.

Resister Resist Her é uma das faixas mais interessantes aqui. Eles mudam a atmosfera, trouxeram uma vibe mais noventista que flerta bastante com o Alice In Chains, e é um dos pontos mais diferentes e interessantes do trabalho.
Burn All Your Records e Bent destoam um pouco do restante do álbum, muito em função de não terem uma continuação, em grande parte do meio pro fim, e soam um pouco como inacabadas. Não são músicas ruins, apenas caem um pouco de qualidade e não seguem o padrão das demais.
Um grande problema que encontrei no He Is Legend, desde que os vi pela primeira vez no Rock Allegiance, está na voz de Schuylar. Apesar de ser um frontman muito carismático, bem energético exalando paixão em suas performances, a voz dele simplesmente nunca me agradou 100%. É inegável afirmar que ele não tem medo de experimentar e de se aventurar em novos estilos, porém, seu alcance vocal nunca foi espetacular, o que, depois de algumas audições, acabam me incomodando, bastante.
No demais, devido à grande execução do quarteto de músicos, White Bat é um excelente registro. O rock e o metal se misturam de uma forma muito natural e bem interessante. O He Is Legend consegue captar uma porção de referências sem perder sua característica, os colocando em evidência e talvez entregando o seu trabalho mais importante desde a sua formação.
Nota final: 8/10
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