por Roani Rock
Esqueça a reputação individual dos membros dessa superbanda repleta de estrelas, o que temos aqui é uma explosiva celebração ao Rock ‘and’ Roll.Aproveite
Roani Rock
Gravadora: earMUSIC
Lançamento: 21/06/2019

Em pleno 2019 podemos contemplar Joe Perry, o astro de Hollywood Johnny Depp e o ícone do shock rock Alice Cooper no imperdível álbum Rise. Sério, somos privilegiados.
Joe Perry nos últimos meses apresentou gravidade em sua saúde, o que já é preocupante se levarmos em consideração que maior galera consagrada do rock morreu nos últimos 4 anos – tempo de distância do álbum de estréia para Rise.
A importância desse novo disco e de existir essa banda não se resume na mistura entre Aerosmith e Alice Cooper. Quando surgiram em 2015 parecia ser divertido ver esses caras tocando clássicos dos amigos com quem dividiam birita e ocasionalmente palco e turnê. Mas passados 4 anos o grupo tomou forma se focou nos três pilares Perry, Depp e Cooper. Ganharam tamanho e responsabilidade, eles repararam e gostaram da ideia, um novo álbum então é montado com material inédito, os caras resolveram compor para a banda.
I Want My Now, música de abertura do novo álbum, mostra o comprometimento dos indivíduos. a química entre eles está inconfundível. o espírito da missão original dos vampiros, três covers de músicas originalmente escritas e gravadas por alguns roqueiros que morreram jovens demais: uma versão íntima e intensa de Heroes de David Bowie, que possibilita Johnny Depp de ganhar reconhecimento – em meio a um caos em sua vida pessoal – ao entoar sua voz na faixa; o falecido People Who Died, do Jim Carroll Band, e You Can’t Put Your Around, de Johnny Thunder, cantada por Joe Perry.

O que há de mais interessante no álbum, apesar desses bons covers, é inquestionavelmente o material original. The Boogieman Surprise e Who’s Laughing Now (o primeiro single do novo álbum), capturam a atitude natural, crua e celebrante desses vampiros de Hollywood que já demonstraram o poder delas em seus shows estrondantes ao redor do mundo.
A faixa de maior destaque é certamente (para esse que vos escreve) o rockabilly Welcome To Bushwackers que tem a participação de Jeff Beck e John Waters justamente por se diferenciar das obviedades e clichês dos membros da banda. Não é que clichês não sejam legais, Mr Spider está ai para provar que são bem vindos. Mas no caso dessa superbanda, fica difícil de associar ao conjunto e não aos indivíduos.
Como diria Alice Cooper em uma ewntrevista para a divulgação do trabalho. “’Rise’ não é apenas um animal totalmente diferente do primeiro álbum do Vampires, é único para qualquer coisa que eu já fiz parte. Eu me aproximei de uma forma única, é muito diferente do que costumo fazer quando estou trabalhando em um álbum solo(…) Eu acho que com este álbum, nós estamos estabelecendo o que é o som dos Vampires. É realmente isso, enquanto que com o primeiro álbum nós estávamos mais inclinados em homenagear nossos irmãos caídos do rock n roll.”
Se fosse uma banda desconhecida certamente não seria um álbum tão interessante. Talvez até passasse despercebido, mas em contra partida, causaria um grande impacto midiático por trazer essa sonoridade clássica. A verdade é que sorrimos por ver tamanha qualidade nessa união desses vovôs, por conta de serem eles quem são, chegar com facilidade para o mundo todo é muito legal e a preocupação deles de trazer algo com bastante consideração ao papel que desempenham como influenciadores históricos do rock é um privilégio.
Nota final: 9,5/10
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