A faixa título mostra toda a multiplicidade das canções contidas no álbum, e o quão bem eles conseguem se multiplicar por diversas formas e sons contidos durante os 41 minutos. A duração do álbum também se faz um ponto positivo.
Lucas Santos
Gravadora: 20 Buck Spin
Data de Lançamento: 10/05/2019

Com apenas 5 anos de existência, o quarteto de Phoenix, AZ, parte para mais um capítulo de sua jornada. Sendo Dived By Darkness, o terceiro álbum da banda, e o segundo pela gravadora 20 Buck Spin, me encontrei em uma situação na qual não conhecia os trabalhos prévios. Uma breve audição dos anteriores, após ouvir esse álbum diversas vezes, me trouxe uma sensação de mudança, seguida de continuidade. Abraçando o Doom Metal no primeiro Chained To Oblivion (2016) – Quando o Spirt era apenas um projeto solo do atual vocalista Nate Garret – e buscando mudanças em Curse of Conception (2017) – quando o projeto virou um quarteto – eles parecem ter encontrado o som em que mais se indentificam no novo álbum de 2019.
Divide By Darkness consegue se destacar dos demais por ser uma mistura excelente de Doom Metal, com toques de Metal progressivo e Metal clássico oriundos do final dos anos 80 e início dos anos 90. Contendo músicas bem complexas. O meu grande medo quando isso acontece, é se as sequências, andamentos e variações se encaixam, ou fazem algum sentido. Spirit Adrift faz isso perfeitamente. A faixa título mostra toda a multiplicidade das canções contidas no álbum, e o quão bem eles conseguem se multiplicar por diversas formas e sons contidos durante os 41 minutos. A duração do álbum também se faz um ponto positivo.

Atmosfericamente falando, o álbum traz uma sensação espacial que combina muito com a arte de capa. Eles cantam sobre temas mais profundos com letras obscuras que tratam sobre o propósito na terra, existencialismo, morte e o fim de tudo. Torture By Time e The Way of Return exemplificam muito bem a profundidade musical e temática que a banda consegue transferir para o ouvinte. Hear Her é uma aula de ritmo, riffs e ambientação. Uma das minhas favoritas.
Se tenho algo negativo para falar, pode ser o fato de que a própria The Way of Return, última faixa, se perde um pouco com uma quantidade desnecessária de sintetizadores. Algo que as vezes pode incomodar ao longo da jornada, mas nada tão grave quanto na faixa final. Isso faz com que o fim seja um pouco mais arrastado do que deveria. A voz de Nate Garret também não é uma das mais incríveis. Cumpre o seu papel, mas carece de mais brilho.
Spirit Adrift deixou para trás as armadilhas de seus primórdios do doom metal, para um som mais clássico e abrangente. Com nem mesmo cinco anos de existência de banda, o futuro definitivamente parece brilhante para o jovem quarteto. Divided by Darkness realiza algo muito difícil: Um avanço na sonoridade com olhos voltados ao passado. O melhor da banda, e um dos grandes lançamentos do ano.
Nota final: 8,5/10
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