Review: Possessed – Revelations of Oblivion

Por Lucas Santos

A produção também impressiona. Apesar de trazer traços mais modernos ao som, conseguimos notar a preservação da sonoridade antiga, mistura que funciona muito bem mesclando o antigo com o atual de maneira primorosa.

Lucas Santos

Gravadora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 10/05/2019

Arte de capa incrível que cai encaixa muito bem com o conteúdo do álbum.

Talvez esse seja o maior evento no metal no ano de 2019. Possessed, considerados por muitos, os pais do Death Metal, lançou Revelations of Oblivion, o seu primeiro álbum de inéditas em mais de 30 anos. Dando sequência ao último trabalho, Beyond The Gates, no longínquo ano de 1986, um recomeço para uma das, se não, a mais importante banda do gênero.

Obviamente, a banda está toda reformulada, e o único membro remanecente dos anos 80 é Jeff Becerra, fazendo com que quase involuntariamente o grupo seja uma espécie de projeto solo do vocalista. Mesmo que ele seja acompanhado por quatro músicos reconhecidamente muito talentosos. Por outro lado, este ano marca o trigésimo aniversário desde o incidente que quase custou a vida de Jeff, e o deixou em uma cadeira de rodas, com meio pulmão no lado esquerdo do tiro, evento trágico que só eleva a importância de Revelations Of Oblivion.

Outra reserva que eu tinha antes de escutar era que, o impacto dessa banda foi tão inovadora na época, e causou uma repercussão tão grande no metal no passado, influenciou tantas bandas, que com a quantidade de coisas que aconteceram ao longo dos últimos mais de 30 anos, qualquer novidade, independente de quão boa, não seria tão boa. Com imensa alegria digo que: Errei feio.

O novo Possessed inclui os membros do Coffin Texts, Emilio Marquez (bateria) e Robert Cardenas (baixo), Daniel Gonzalez (guitarra), do Gruesome, e Claudeous Creamer, do From Hell (guitarra). Juntamente com Becerra, eles entregam 12 músicas que são, no fundo, Death Metal, e provavelmente muito mais.

No More Room In Hell, Dominion, Demon e Shadowcult são faixas brutais. Eles se movem em um ritmo de Thrash Metal, sem perder características do Death Metal. Os vocais de Jeff estão mais agoniantes e agressivos que nunca. Há uma grande quantidade de Heavy Metal no álbum, trazendo uma variação agradável. Canções como Omen, Ritual e The Word têm raízes em Priest e Maiden, mas sempre com a pressão e atmosfera características do Possessed. A produção também impressiona. Apesar de trazer traços mais modernos ao som, conseguimos notar a preservação da sonoridade antiga, mistura que funciona, mesclando o antigo com o atual de maneira primorosa.

A verdade é que alguns cortes teriam tornado o álbum um pouco mais digestivo e mais direto, dado o estilo; no entanto, o produto final é de 55 minutos do mais puro inferno. Não tem nada de inovador, como foram nos anos 80, mas o álbum é extremamente divertido, prestando o maior respeito aos fãs e a herança da banda. Uma celebração ao legado, ao Death Metal e a música que contempla o satanás!

Nota final: 7,5/10

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