Review: Ketos – First Strike

Os riffs de guitarras são muito bem executados, junto dos solos que estão presentes em todas as músicas em diversos segmentos. Se há um motivo para ouvir o álbum, é a rigidez das performances de guitarra.

Lucas Santos

Gravadora: Hostile Media
Data de Lançamento: 26/04/2019

Capa bem legal, aliás.

Desde o seu EP de estréia, Rise (2017), o quinteto originário de Bellfast na Irlanda causou alguma agitação no meio do Metalcore e Thrash Metal melódico.

Com a chegada de First Strike, a banda irlandesa tenta o seu primeiro esforço atrás de alguma relevância nesse estilo tão saturado atualmente. Uma tarefa um tanto quanto difícil.Aqui podemos notar o esforço. Mas só esforço não é o suficiente. E é preciso mais do que isso.

Mas só esforço não é o suficiente. O instrumental é impressionantemente bom. Os riffs de guitarras são muito bem executados, junto dos solos que estão presentes em todas as músicas em diversos segmentos. Se há um motivo para ouvir o álbum, é a rigidez das performances de guitarra. A bateria e o baixo são muito presentes e incorporam o som de forma eficaz. O vocalista Crenshaw Pete manda muito bem nos gritos, partes guturais e linhas mais agressivas, mas quando faz a parte de vocais limpos, fica estranho e não funciona muito bem. Normalmente, a parte do vocal limpo serve como uma forma de relaxamento, ou pequena calmaria, presente no caos. Em First Strike essas partes cantadas por Pete, não trazem essa sensação. Talvez se essas partes fossem diminuídas ou até mesmo retiradas para um trabalho seguinte, a banda poderia tomar outro rumo. No momento, isso não funciona.

Alguma música como Fall in Line e a abertura Escape the Chains são longas demais e muito repetitivas. Podemos notar, os já citados acertos, durante todo o percurso do álbum, mas os erros presentes, como na construção de faixas e de sequências dentro das músicas, juntos com as partes teoricamente “mais calmas”, incomodam e se sobressaem. A Faixa título, última do álbum, é a melhor, e um grande exemplo onde a banda deveria se espelhar para criar futuros trabalhos.

O álbum não tem ambição, e apesar de a banda parecer séria em sua angústia e sentimentos demonstrados durante os 39 minutos, o nível de polimento das músicas e a falta de um tema abrangente fazem com que o First Strike se sinta construído em vez de criado. Sem identidade, se talvez fosse lançado 10 anos atrás, teria uma melhor chance, mas hoje em dia, trazendo um trabalho moldado, seguindo muitos pontos a risca e sem ganância, será facilmente esquecido.

Existem tantas outras bandas nesse estilo, que o Ketos não nos prova o porque deveríamos escolher eles ao invés das demais.

Nota Final: 5/10

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