Durante os longos quase 56 minutos somos mergulhados na atmosfera sombria e fabulosa criada pela banda e isso é muito impressionante.
Por Lucas Santos
Gravadora: Reaper Entertainment Europe
Data de Lançamento: 29/03/2019

Um dos meus gêneros favoritos no âmbito do metal é o orquestral. Porém por ser um gênero muito singular ele se limita, e faz com que a maioria das bandas que se proponham a tocar acabam se tornando muito similares sonoramente. Silver Bullet foi uma banda que descobri através do seu álbum de estréia em 2016 Screamworks. A banda me chamou a atenção pela grande voz do vocalista Nils Nordlind e por apesar de fazerem um som mais manjado, com pouco tempo foi perceptível captar diversos elementos que os tornam únicos.
3 anos se passaram e Mooncult foi lançado dia 29 de março, ele é o segundo álbum da banda finlandesa e conta uma história vagamente baseada nos julgamentos das Bruxas de North Berwick – “uma série de julgamentos ocorridos entre 1590 e 1592, envolvendo um notável número de pessoas de East Lothian, na Escócia, acusadas de bruxaria. Eles ocorreram por dois anos, implicando setenta pessoas”.

Fico feliz em dizer que o Mooncult desafia as deficiências de seu gênero, atingindo um equilíbrio entre seus elementos orquestrais e pesados. A orquestra ainda é o principal foco, mas os riffs são tão relevantes quanto, sua proeminência dá ao álbum uma vantagem que o ajuda a se destacar de tantos. Hannes Horma (ex-Turisas) e Henri Asikainen oferecem performances incríveis nas guitarras, desde riffs pesados até solos velozes e melódicos, enquanto o baixo e bateria de Ossi Elonen e Patrik Albrecht completam o time com maestria. A maioria das faixas são inspiradas em Power Metal que têm nas partes orquestrais um aditivo, o que torna o som único e especial. A faixa de abertura She Holds the Greatest Promise, pode ser mais “crua”e mesmo assim conta com elementos orquestrais muito marcantes e um refrão que gruda na cabeça. Maiden, Mother and Crone é um épico e uma das minhas músicas favoritas. Light the Lanterns (Scavengers of Death) possui grandes complementos vocais femininos que mesclam com o peso e deixam os refrões cada vez mais grandiosos. Burn the Witch é uma viagem de quase 8 minutos e um dos pontos altos do álbum. Durante os longos quase 56 minutos somos mergulhados na atmosfera sombria e fabulosa criada pela banda e isso é muito impressionante.
Alguma faixa ruim? Acredito que não. Porém o único problema de Mooncult é ser demais. O álbum começa muito forte e termina forte, porém pelo meio do caminho ele se torna massivo principalmente pela grande maioria das músicas trazerem o mesmo tipo de construção o que nos traz uma sensação de repetição. Depois de um certo tempo escutar o álbum por completo não se torna tão prazeroso quanto no começo. Acabei por pular algumas faixas e escolhendo involuntariamente as minhas favoritas para poder chegar ao fim do mesmo. Muitos não verão isso como um problema mas para um álbum tão detalhado e grande a fadiga auditiva se torna um problema real. No geral é um excelente álbum de heavy metal, elaborado e com grandes elementos sinfônicos que agradam os fãs e chama a atenção de quem busca um som fresco dentro do estilo. O quarteto da Finlândia fez um excelente trabalho e tomara que continuem a lançar material novo.
Nota Final: 8/10
5 comentários sobre “Review: Silver Bullet – Mooncult”