Review: Teenage Fanclub – Endless Arcade

Por Roani Rock

Tenho que confessar estar um tanto decepcionado, Endless Arcade é o único disco dentre os doze já lançados pela banda em que não os senti ali. É o primeiro sem um dos principais membros da formação clássica, acredito que a saída do baixista Gerard Love foi sentida e parece que o amor deles pela coisa chegou ao limite, provavelmente será o último lançamento da banda achando necessário deixar a marca dos maravilhosos Teenage Fanclub como o conhecemos

Roani Rock

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Gravadora: Marge Records
Data de lançamento: 30/04/2021

Gênero: Power pop
País: Escócia


Nós já falamos sobre esses caras por aqui quando trouxemos a parte 2 da The Rock List das bandas para conhecer o power pop. Kurt Cobain, do Nirvana, chegou a dizer que eram “a melhor banda do mundo” e ele não está tão errado assim. Se pegarmos a jornada do Teenage do início até aqui, não encontraremos uma música ruim lançada por eles.

Eles são escoceses, surgiram nos anos 90, época em que teve três movimentos importantíssimos ocorrendo no mundo que revolucionaram a indústria do show business: O grunge de Seattle, o shoegaze e o britpop. O Teenage navegou por todas essas frentes de forma experimental até encontrarem seu som que na verdade é bem inspirado no Big Star, uma banda americana cult dos anos 70.

A Catholic Education que na verdade é um ep e o The King tem essa aura mais introspectiva e pesada que eles captaram do grunge e do shoegaze, do Bandwagonesque até o Howdy! – melhor fase da banda – entram de cabeça no power pop e dai em diante, com essa formula de composição, todas suas canções ganharam um ar mais softy rock difícil de achar brechas para uma crítica muito forte. Mas são 27 anos passados e mais cinco discos que trazem esse conceito a uma conclusão: já deu, se limitou e na verdade, excedeu.

A missão de Endless Arcade é inconclusiva, a começar por representar a saída de Gerard Love que causou muita comoção aos fãs – muitos o consideram o melhor interprete e melhor voz do grupo. Certamente a banda não deveria acabar com a saída de um membro, mesmo que este seja um dos principais responsáveis pelo sucesso. A questão é se fizeram o álbum novo com o contexto de mostrar que ainda podem fazer a banda sem ele ou se fizeram o álbum só por fazer. Se rolou a primeira opção, ficou um disco aparentemente sem convicções fortes.

A banda sempre teve três compositores, o já citado Gerard Love e os guitarristas Norman Blake e Raymond McGinley. Uma certeza é que os dois últimos tem bastante competência e repertório pra formar um disco de inéditas com doze faixas. O problema é que Endless Arcade não possui canções para serem cantadas ao vivo, e as músicas normalmente compostas e cantadas por McGinley são entediantes em sua maioria. Já que aqui ele teve direito de trazer mais coisa dele o álbum tem umas partes feitas a base de morfina, até ficar interessante de novo.

Eu odeio esse termo, mas é inegável que eles caíram na “armadilha do mais do mesmo”, esta que funciona pra alguns, mas que pra eles (dessa vez) não rolou. O disco começa bem com a faixa Home, ai passa por Warm Embrance que são no máximo ok. Depois vai se arrastando até I’m More Inclined cantada por um Norman Blake sem mais a mesma força na voz, claramente mais grossa devido ao envelhecimento das cordas vocais. Essa faixa faz você pensar que dali vai engrenar em uma sequência boa, mesmo que de baladas. Onda cortada pela sonolenta The Future que ao meu ver ficaria melhor sendo colocada como a faixa final.

Nota final: 6/10

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