Review: Malist – To Mantle The Rising Sun

Por Lucas Santos

Ele logo desenvolveu um conceito musical baseado no humor melancólico geral da música, arranjos centrados em guitarras rítmicas minimalistas, com algum terreno para digressões atmosféricas. Ideias parecem estar fluindo, já que To Mantle The Rising Sun, segundo álbum de estúdio, sucede In The Catacombs Of Time (2019) em menos de um ano.

Lucas Santos

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Gravadora: Northern Silence Productions
Data de lançamento: 24/04/2020

Gênero: Black Metal
País: Rússia

Malist é mais um daqueles projetos de uma mente criativa apenas. Vindo da Rússia, o seu criador Ovfrost, responsável por todos os instrumentos e vozes, começou a trabalhar nesse projeto em 2017, a partir de uma série de experiências de gravação em casa. Ele logo desenvolveu um conceito musical baseado no humor melancólico geral da música, arranjos centrados em guitarras rítmicas minimalistas, com algum terreno para digressões atmosféricas. Ideias parecem estar fluindo, já que To Mantle The Rising Sun, segundo álbum de estúdio, sucede In The Catacombs Of Time (2019) em menos de um ano.

Sendo uma banda que combina o barulho dos clássicos da segunda onda com os elementos atmosféricos modernos, o Malist consegue entregar um som que não se prende apenas no black metal, mas que de alguma forma segue na linha tradicional. As voltas e reviravoltas percorridas ao longo das 7 faixas são manobradas com um gracioso senso de comando, incursões confiantes no caminho, que chegam repetidamente a cenários sonoros surpreendentes e satisfatórios. Desvios para os reinos da morte, picos progressivos, thrash metal, ambientação e muito mais são perfeitamente integrados em um itinerário de viagem projetado para explorar o black metal em geral, criando uma aventura inspirada e sempre envolvente.

Ao mesmo tempo em que faixas como Shackled Minds e Tempest Of Sorrow soam diferentes é possível perceber a veia black metal percorrendo por ambas. Mesmo que o teor atmosférico seja mais presente em uma, não quer dizer que a outra também possua essa mesma sensação, só que em menor escala. Por um outro lado, os elementos de outras vertentes estão mais vívidos em uma faixa, o que não quer dizer que a outra não possua tais referências, só que em menor escala. É estranho porém bem vindo, a cada audição somos surpreendidos por novos sons e ocasiões não percebidas anteriormente, e esse é o teor de todo o álbum.

Por 47 minutos, To Mantle the Rising Sun fornece uma visão estranhamente bidimensional do black metal. Em um nível, ele me permite olhar de volta para os primeiros momentos bem sucedidos do gênero. Por outro, abre cautelosamente um olhar otimista para o futuro obscuro do gênero que vai vislumbrar a esperança no horizonte. Talvez o black metal atmosférico, esteja apenas pegando emprestado alguns outros estilos para incorporar de vez nessa nova moderna fase. O certo é que o Malist abre um leque bem grande de possbilidades apontando aonde o gênero pode caminhar em um curto espaço de tempo.

Nota final: 8/10

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